Ela chegou há poucos dias, depois de ganhar a medalha de prata no Pan de Toronto com a Seleção Brasileira. Principal reforço do Concilig Vôlei Bauru para a temporada 2015/2016 — a primeira com Superliga na agenda! —, a levantadora Ana Tiemi conta porque decidiu voltar a jogar no Brasil, depois de passar três temporadas fora, atuando na Turquia (pelo Bursa) e, por último, na Romênia (CSM Bucuresti). Confira o papo com a camisa 1 bauruense.
Depois de tantos anos no Exterior, a partir dos primeiros jogos por Bauru, você sentiu diferença do vôlei daqui com o europeu? Ou o trabalho na Seleção Brasileira ajuda você a não perder o ‘jeito brasileiro’ de jogar vôlei?
“A diferença existe sim. Na Europa, não se treina muito e a qualidade das atletas não é a mesma das brasileiras… Na Seleção, o trabalho é muito forte, tecnicamente e fisicamente, e o jogo é muito veloz. Mas passei mais tempo na Europa do que na Seleção, por isso sinto dificuldade para acompanhar fisicamente os treinamentos!“
Como tem sido a adaptação a Bauru? Endereços, conhecer lugares… A ajuda das colegas é primordial nessa hora, certo?
“Não deu tempo de conhecer muita coisa, conheço só o ginásio e a academia… Com certeza, as meninas vão me ajudar, apresentar lugares, as coisas boas de Bauru.“
Durante o Pan, você chegou a conversar com a Mari Paraíba (ex-Bauru) sobre a cidade e o time?
“Conversamos sim. Ela falou que eu iria gostar, que as pessoas e a cidade são bem legais.“
O fato de a Camila Adão e a Sarah já estarem no elenco na temporada passada permite que você se adapte aos poucos? Como é o diálogo com elas? E se por um lado você aprende sobre o Vôlei Bauru com elas, elas aprendem com uma jogadora de Seleção…
“Isso mesmo. Será uma troca de experiências. Ajuda é sempre bem-vinda e elas vão me ajudar muito na adaptação.“
O que fez você decidir por Bauru e voltar ao Brasil depois de três temporadas? O ‘fator Interior’ pesou, pela experiência em Araçatuba?
“Decidi por Bauru porque achei que seria um bom momento de voltar ao Brasil. Time novo, jovem, técnico experiente, treinos pesados… Acho que poderá me ajudar muito futuramente! O fato de ser Interior também ajudou, pois vim de uma cidade do Interior de Mato Grosso e sei que a qualidade de vida é bem melhor.“
O quão valiosa foi a experiência no Pan, atuando em um time misto que se mostrou competitivo? E o que faltou para chegar ao ouro?
“Foi uma experiência muito legal, um time mesclado e que em nenhum momento tivemos problemas internos. Estávamos juntas sempre, independentemente do que acontecia. E isso ajudou a chegar na final. Não ganhamos porque os Estados Unidos tiveram muito mais tempo de preparação e estavam muito fortes.“
O fato de atuar na Superliga vai ajudar você a brigar por uma vaga no elenco da Olimpíada do Rio?
“Espero que sim. Tenho muito a melhorar e vou correr atrás, mas, no momento, estou pensando muito mais em ajudar meu atual time, o Vôlei Bauru!“
Foto topo: Marina Beppu/Vôlei Bauru