O vídeo é sobre o zagueiraço que foi Júnior Baiano, mas também é sobre o conceito de craque, seja por memória afetiva ou recorte de tempo. Por falar em tempo, preparem-se (os que contam pelo menos três décadas) para relembrar outros nomes dos anos 1980 e 1990. E postem nos comentários suas lembranças!
E, claro: curta o vídeo, INSCREVA-SE e ative o sininho para receber notificações. Obrigado!
É questão de almanaque: todo mundo sabe de cor os 12 gigantes do futebol brasileiro. Esse seleto grupo tem lugar cativo na primeira prateleira da história, mas as forças mudaram. Há grandes diminuindo e novos clubes com mais poder (econômico e competitivo). Confira a reflexão de Fernando Beagá:
Terminada a partida entre Gocil Bauru e Vasco, pelo NBB, o pivô Murilo Becker, de duas passagens vitoriosas pelo Dragão, foi logo rodeado por torcedores, para abraços e fotos. Quando consegui uma brechinha, o assessor de imprensa levou embora, o que, mais tarde, o próprio Murilo justificou. “Tive que vir correndo, porque nosso assessor de imprensa pediu. Estava tendo reunião no vestiário, pela partida que a gente fez”, isto é, tinha que se juntar ao grupo para levar bronca.
O camisa 21 foi bem autocrítico sobre a atuação de seu Vasco. “Muito triste com a atuação, minha particularmente. Eles marcaram zona o jogo inteiro e nosso foi uma zona também! Não conseguimos jogar, só rodando bola e eles com facilidade tremenda de marcar a gente. E isso não foi só nessa partida, vem de algum tempo. Não sei falar o que está acontecendo, porque estamos treinando. Mas precisamos mudar a atitude, pois temos jogadores experientes. Num jogo de TV tomar uma sacolada dessa… Temos uma torcida fanática que não merece isso”, comentou.
AINDA BAURUENSE
Como esperado, Murilo Becker, que atuou no Bauru Basket nas últimas três temporadas, foi aplaudido pela torcida no ginásio Panela de Pressão. “Agradeço o carinho dos torcedores, tenho muitos amigos aqui, tenho negócios aqui, vivo em contato com o pessoal”, lembrou, aproveitando para fazer o merecido jabá de seu Gabriel’s Mercado. “Está lá a duzentos metros do Vitória Régia, frango assado e costela assada no final de semana. Show de bola, continua! Não ia me desfazer porque saí de Bauru. Meu sócio está aqui, tocando e muito bem, graças a Deus”, enfatizou.
Depois de sua ida para o Vasco, a família permaneceu por um tempo morando em Bauru, mas o pivô teve que desenvolver uma logística para ficar mais perto da esposa, Patricia, e dos cinco filhos. “Eu procurei casa no Rio durante um mês, mas era época de Olimpíada. Perto de São Januário não tem apartamento grande e é longe dos hospitais que meus filhos precisam. Depois conheci a Tijuca, que é ali pertinho, só que nesse meio tempo minha esposa precisava ficar perto da família dela. Então, optamos por ela ir para São José dos Campos”, explicou Murilo, morrendo de saudades de Duda, Maya, Gabriel, Leonardo e Rafaella. “Está muito difícil pra mim. Acabando essa temporada, aconteça o que acontecer, eu não fico mais longe deles. São só três horas e meia, mas é complicado, pois é difícil ter dois dias de folga. Mas eu tenho cinco filhos! Tenho que sofrer um pouco agora, porque a carreira é curta, justamente por eles”.
#ForçaCHAPE
“Eles estavam num momento sensacional da carreira deles. Muitos jogadores foram emprestados para a Chapecoense porque não tinham muito espaço em times grandes. E de repente os caras numa final de Sul-Americana, voando, uma torcida fanática… Quando soube da notícia pensei: a gente pega avião toda semana. Imagine as famílias. Nada que nós possamos fazer vai tirar a dor de famílias e amigos, inclusive de companheiros de imprensa, da tripulação. É muito, muito triste, não dá pra imaginar a dor deles. O que nos resta é orar por eles e pelos sobreviventes. Que Deus dê muita força às famílias. É como tirar um pedaço do coração, é difícil. É impossível não se emocionar, a dor é muito grande. Se agente sente, imagine quem é próximo”, comentou Murilo Becker, sobre a tragédia que se abateu sobre o esporte e o jornalismo brasileiro na última terça.
(Direto da Panela) Ainda estou aqui me perguntando se este jogo deveria ou não acontecer nessa terça-feira, depois da tragédia que vitimou time, comissão técnica e jogadores da Chapecoense, além de vários colegas jornalistas e tripulação. E fica na minha cabeça a excelente definição do ala Guilherme Filipin, do Mogi, que encontrou com a delegação catarinense na véspera, no Aeroporto de Guarulhos: “Estavam como nós, viajando a trabalho e buscando um sonho”. Pois bem, milhares de atletas mundo afora seguem buscando seus sonhos, sempre nos ares ou nas estradas; e haverá sempre tripulações a levá-los e jornalistas a acompanhá-los para contarem suas histórias. Sendo assim, a homenagem foi em forma de trabalho e sonho.
Destaco, principalmente, o esforço descomunal que o narrador Odinei Ribeiro fez para transmitir a partida pelo Sportv. Perdeu muitos amigos, mas segurou a onda na transmissão. Até o cronômetro apitar pela última vez, ele chamar o intervalo e se desmanchar em lágrimas. O comentarista Renatinho teve a sensibilidade de retirar o fone do colega, que tentava se recompor. O gesto indicou que ele assumiria a bronca de, sozinho, finalizar a transmissão.
Ah, o jogo. Deu Gocil Bauru, por 82 a 58, em noite inspirada de Rafael Hettsheimeir, com 34 pontos e 13 rebotes. Por outro lado, o armador Gui Santos sofreu uma entorse no joelho. Mais um desfalque…
Falei com alguns personagens do jogo e, claro, abordei o tema Chapecoense com eles. Com o agora vascaíno Murilo Becker também, mas guardo para outro texto.
O happy hour da sexta-feira dos bauruenses não teve nada de feliz, a partir da postagem deste Canhota 10, em sua fanpage, informando a saída do armador Ricardo Fischer do Bauru Basket, rumo ao Flamengo. A rescisão contratual do camisa 5 foi a primeira admitida pela diretoria bauruense — a semana foi de intensas (e tensas) negociações com agentes do quinteto Ricardo, Alex, Meindl, Jefferson e Hettsheimeir. A intenção é realizar novos contratos dentro de outra realidade financeira da equipe. Com a forte investida do clube carioca, a saída tornou-se inevitável. Comenta-se que a duração do novo contrato pesou — Ricardo queria dois anos, Bauru ofereceu um —, mas segundo reportagem de Marcello Pires, do GloboEsporte.com, o contrato com o Rubro-Negro deverá ser de um ano. Para quem teve o sonho de jogar na Europa adiado por um ano (por causa da contusão no joelho), não faria mesmo sentido adiá-lo por mais dois. Portanto, o que pesou mesmo foi o desejo do jogador em atuar no Flamengo.
MURILO TAMBÉM NO RJ
Outro jogador que vai para o Rio de Janeiro é o Murilo Becker. Depois de alguns dias estudando a proposta do Vasco, o pivô decidiu fechar com o clube carioca. Na última quinta-feira, ele se submeteu a uma rápida intervenção cirúrgica no olho esquerdo (última etapa do descolamento de retina sofrido ano passado). Assim que terminar o repouso, embarca para a Cidade Maravilhosa para assinar contrato.
OPINIÃO: HISTÓRIA SEM VILÕES
Claro que a torcida do Dragão está apreensiva e chateada com os dias de incertezas. Mas é desmedido e injusto quem chama jogador de mercenário. Igualmente injusto é hostilizar o Bauru Basket pelas perdas ou a Paschoalotto por ter saído. Paixões à parte, é preciso compreender como o jogo é jogado. Que patrocínios vêm e vão, que todo profissional tem o direito de escolher seu destino e que a Associação tem se esforçado ao máximo dentro da realidade que se apresenta. É simples assim, sem vilões.
Imagem: montagem sobre fotos de Caio Casagrande/13 Comunicação/Bauru Basket