Categorias
Esportes

Passeio canarinho

Grandes jogos: Brasil 4 x 2 Argentina
(7 de setembro de 1999)

Por Arthur Sales

Juan Sebástian Verón anunciou  que vai pendurar as chuteiras, a última partida está marcada para o dia 30, contra o Racing, mas o Doente91 já aproveita para homenagear esse que herdou do pai o talento e honrou a sua linhagem apresentando o mais  fino futebol portenho nos gramados mundo afora.

Verón jogou em uma época em que, infelizmente, para ele e nossos hermanos, não houve grandes vitórias argentinas sobre nossa seleção. Desde que “La Brujita” estreou na seleção argentina foram 17 jogos, nove vitórias do Brasil, cinco da Argentina e três empates, sem contar as duas Copas Américas e a Copa das Confederações vencidas pelo lado brasileiro contra nenhum título deles em cima do Brasil.

Seu tempo era um tempo de gênios, e de dezenas de belíssimos jogadores que talvez não tenham tido os aplausos que mereciam. Verón foi da época em que um Brasil versus Argentina, mesmo que apenas um amistoso, mexia de verdade com os nervos do torcedor, era craque pra tudo que é lado. E nessa homenagem com cara de agulhada, nada mais merecido do que lembrarmos um desses grandes pegas que, como muitos do período, acabou com vitória canarinho.

O cenário não poderia ser melhor, Beira-Rio lotado em pleno feriado da Independência. Os hermanos tinham Ortega, Verón, Crespo, Ayala… Um bom time argentino. Mas o Brasil, ah, meu amigo, era uma baita seleção, Dida no seu auge fechava o gol, nas laterais Cafu e Roberto Carlos voando, no meio Zé Roberto, aquele que pouco tempo atrás só não fez chover na Libertadores pelo Santos, e mais pra frente Rivaldo, que seria eleito o melhor do mundo em 1999- e que ainda é destaque no Brasileiro DOZE anos depois daquela partida -, a revelação gremista e futuro melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, que totalmente fora de forma foi acima da média no Corinthians, todo mundo lembra dele fininho, né? Deu no que deu, show brasileiro! Placar de 4 a 2, três de Rivaldo que jogou demais e um do Fenômeno.

Foi um jogaço, teve bicleta, gol anulado, três gols em cinco minutos. A massa que lotou o Beira-Rio vibrava a cada gol como se a partida valesse título mundial, era de empolgar qualquer um. Há algum tempo que os jogos da Seleção não são mais assim, é tarefa duríssima aguentar jogo no Irã, na Arábia, na Inglaterra… O de Belém salvou pela festa da torcida, mas o nível técnico tem deixado a desejar, e muito. Será que um dia ainda voltaremos a ter amistosos com essa cara e essa qualidade?

Ahhh! Só para lembrar, isso tudo sem Romário! O baixinho com certeza iria guardar o seu…

Arthur Sales é estudante de Jornalismo da Unesp/Bauru e colaborador da webrádio Jornada Esportiva

Categorias
Esportes

Análise do GP da Bélgica

Como foi a 12ª etapa do Mundial de F1, vencida por Vettel

Por Renato Diniz

O problema não é largar nas primeiras posições ou no fim do grid. A complicação está em largar no meio do pelotão. Esse ensinamento atribuído a Ayrton Senna (pelo menos segundo Galvão Bueno) não foi passado ao seu sobrinho Bruno Senna. Isso em Spa, onde a “reta” de largada é um curva, seguida de mais outra, é informação valiosa.

Logo em sua primeira corrida na Lotus-Renault, o brasileiro se atrapalhou e acertou em cheio Jaime Alguersuari, que, com toda razão, revoltou-se. Mas é o esporte. Bruno foi punido com uma parada nos boxes para trocar o bico e com uma passagem pelo mesmo local como punição dos comissários, capitaneados por Nigel Mansel.

O erro e o 13º lugar não apagam sua boa participação nos treinos e nem põem em risco seu retorno à principal categoria do automobilismo.

No pelotão da frente, Sebastian Vettel voltou a vencer depois três corridas “apenas” entre os cinco primeiros (Alemanha, Hungria e Inglaterra). A corrida foi marcada pela instabilidade dos pneus, já castigados na longa volta de classificação do sábado. Isso, somado ao recurso da asa móvel e ao fato de vários pilotos de equipes de ponta terem largado atrás, fez com que a corrida da Bélgica fosse intensa, com várias trocas de posição e de liderança: Alonso, Vettel, Webber e até Rosberg estiveram na ponta. Aliás, 40% do desempenho de Nico foi graças à sua largada.

Não foi só Bruno que errou. Hamilton exagerou na dose na briga por posições com Kobayashi e acabou levando a pior. Batida forte com direito a instantes de apreensão, já que Lewis não se mexia. Só um susto.

O domingo também não foi bom para Massa, que fez uma prova apagada. Mesmo que seu pneu não furasse nas últimas voltas, ele não passaria de um quinto lugar, atrás até da Mercedes, em tese mais fraca.

A grande atuação foi de Button e Schumacher (Alonso, talvez, pela agressividade e precisão). Os dois saíram do fim da fila para ficar no Top 5.

• • • • •
O domínio da Red Bull é claro, mas não é tão grande. Sempre que vence, o carro da equipe dos energéticos crava de 5 a 10 segundos de vantagem para quem vem atrás – méritos de McLaren e Ferrari. Nada mal, mas num esporte como esse, uma saída de pista e um pneu mal trocado mudam tudo.

Renato Diniz é aluno do quarto ano de Jornalismo da Unesp de Bauru e comanda o Vanguardão, da rário Jovem Auri-Verde (760AM).
Visite seu blog e seu twitter

Categorias
Esportes

Análise do GP da Alemanha de F1

Sem essa de título antecipado

Por Renato Diniz

O equilíbrio na disputa pela vitória em Nürburgring me faz bater novamente na tecla que venho pressionando há algum tempo: Vettel não é campeão antecipado. Estamos na metade do campeonato e (desculpem o clichê) muita coisa pode acontecer.
Além de Hamilton, o primeiro a cruzar a linha de chegada na Alemanha, Mark Webber e Fernando Alonso tiveram plenas condições de vencer. Mostra de que o trabalho das equipes no meio da temporada pode ser tão ou mais importante do que aquele do começo de ano.

Vettel teve problemas no seu carro e isso pode acontecer quantas vezes os deuses da Fórmula 1 quiserem. Ele tem como fortes adversários um bicampeão Alonso lutando pela sua honra diante dos espanhóis e ferraristas, um estabanado Hamilton tentando fugir da pecha de campeão decadente e um racional Button tentando provar que não venceu uma temporada só porque tinha o melhor carro.

Por falar nisso, Jenson é quem mais poderia ajudar Sebastian com algumas dicas. Em 2009, ano em que o inglês reinou na primeira metade da temporada com seu Brawn GP, foi preciso segurar as pontas com o crescimento visível da Red Bull sob comando de um alemãozinho atrevido, para chegar ao fim do ano com mais pontos.

Além dos três citados, Vettel também precisa conter dois pilotos sem aquela áurea de campeões, mas com muita vontade de se superar: Massa e Webber. O brasileiro deu trabalho no fim da corrida germânica e o australiano pode até chutar o balde, deixar pra lá a renovação de contrato com a equipe dos energéticos e pelo menos lutar por alguma coisa mais honrosa do que a função de escudeiro.

Enfim. Não digo que Vettel não será campeão. Mas ele vai precisar encarar todos esses adversários e, se vencer, virará um jovem bicampeão e um piloto completo.

*****
A Ferrari errou na última parada de Massa sim, mas não é perseguição.O prejudicado não foi o piloto brasileiro, mas Alonso, que lucraria mais alguns pontinhos de recuperação no campeonato caso Vettel permanecesse na quinta colocação. E, diga-se de passagem, nada garante que naquela volta final o atual campeão não fosse passar Felipe.

*****
Está cada vez mais interessante a disputa entre as equipes medianas. A pontuação mostra Mercedes e Lotus Renault na quarta e quinta posições do Mundial de Construtores com folga (78 e 66 pontos, respectivamente), mas Sauber (35) e Force India (20) têm dado trabalho às duas escuderias nos treinos e na pista.

Na briga, a Mercedes leva vantagem pelo trabalho de sua dupla. Mesmo que Schumacher ande atrás de Rosberg , sempre luta por pontos. Já as outras três têm contado com o bom trabalho de apenas um de seus pilotos: Petrov (Lotus), Kobayashi (Sauber) e Sutil (Force India).

@RenatoDiniz_ é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp Bauru e atua na rádio Jovem Auri-Verde. Conheça seu blog

Categorias
Esportes

Brasil fora da Copa América

Pato erra na cara de Villar. Foto de Rafael Ribeiro/CBF

A eliminação

Por Arthur Sales

Antes de repercutir a eliminação precoce da Seleção, vale ressaltar que este é um espaço para a discussão do futebol, por isso ele é tratado como prioridade. Porém, é importante atentar que alguns sentimentos que ecoam Brasil afora como revolta e vergonha são descabidos, há no país motivos de verdade para se revoltar e se envergonhar.

Voltando à Seleção, é evidente que o jogo contra o Paraguai foi bom, o Brasil dominou a partida, criou oportunidades, faltou o gol. É o que sempre vem faltando. O principal defeito da Seleção vem sendo a escassez de gols. Primeiro o motivo era a falta de conjunto, entrosamento, afinal era o início do trabalho. Na Copa América a razão foi outra. As chances foram criadas e não foram aproveitadas.

Nos dois primeiros jogos, a impressão que o time passou foi de querer enfeitar demais, de estar pecando pela vaidade. Contra o Equador, já pudemos ver uma equipe em ação. Veio o resultado e a classificação. A diferença entre o jogo de quinta e o derradeiro é que a ineficácia na hora da finalização voltou, mas, ao contrário das duas primeiras partidas, o motivo pareceu ser outro. Não foi por falta de seriedade que a bola não entrou, o que faltou foi competência.

A dúvida que fica é se a causa dessa incompetência foi a falta de experiência na Seleção ou se simplesmente a qualidade técnica não é das mais altas. Os dois caminhos têm seus argumentos. Neymar, Ganso e Pato, começaram agora a trilhar seu caminho com a camisa amarela, isso com certeza tem seu peso. Robinho, Fred e Ramires já têm Copa do Mundo no currículo, já chegaram ao ápice do desenvolvimento como jogadores e não ocupam lugar de destaque no futebol mundial, como outrora Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos ocuparam. São ótimos jogadores, mas do segundo escalão no mundo da bola.

Porém, apesar de não contar com nomes de grandeza maior, a Seleção é competitiva e mostrou evolução na competição, não é hora de jogar todo trabalho no ralo. Muitos defeitos foram evidenciados, alguns corrigidos. É assim que se monta uma equipe, errando, reconhecendo erros e melhorando.

Arthur Sales é estudante do segundo ano de Jornalismo da Unesp/Bauru e edita o blog Doente 91

Categorias
Esportes

Análise do GP da Inglaterra de Fórmula 1

27 não é para qualquer um

Por Renato Diniz

Alonso mostrou em Silverstone porque é respeitado por todos os seus adversários. Enquanto assiste ao jovem Vettel estraçalhar recordes aos 24 anos, o espanhol comemorou hoje sua 27ª vitória, igualando-se ao tricampeão Jackie Stewart. Claro que seria melhor se tornar o quinto piloto a vencer mais corridas na Fórmula 1 ocupando a liderança do campeonato, mas o asturiano não tem do que reclamar.

Na Inglaterra, a Ferrari venceu sua batalha contra a adversária do momento, McLaren, na disputa pelo lugar de segunda melhor equipe. Ganhou de brinde uma vitória com o erro cometido pela Red Bull na parada de Sebastian Vettel – mas, se a escuderia italiana não tivesse competência, perderia rapidamente a ponta para o alemão.

Vettel terminou na segunda posição contra a vontade de Mark Webber. O australiano recebeu ordens do chefe da equipe, Christian Horner, para desistir da ultrapassagem sobre o colega de equipe e não obedeceu. Como não conseguiu assumir o segundo lugar, ficou pior para ele: além de desobediente, ficou marcado como ineficaz.

Felipe Massa fez uma boa corrida em relação ao que vinha fazendo – poderia ter largado numa posição melhor, não fosse a chuva – e no fim brigou pela quarta posição com a faca entre os dentes com o inglês Lewis Hamilton. Venceu o piloto da McLaren, mas a disputa serve para “dar uma chacoalhada” em Felipe. Agora a temporada do brasileiro pega no tranco.

Tudo mudou
Os tempos na F1 mudaram. Lembra da época em que piloto japonês causava acidentes? Em Silverstone, foi Schumacher quem quase estragou a corrida de Kamui Kobayashi ao jogá-lo na grama. O piloto sensação da temporada abandonou e teve que assistir ao seu companheiro de equipe Sérgio Perez chegar num ótimo sétimo lugar.

Decisão rápida
Jenson Button foi rápido no pensamento e muito prudente. Logo que percebeu que o pneu dianteiro direito de sua McLaren estava solto, o inglês tratou de reduzir a velocidade e encostar o carro. Abandonou a corrida, mas evitou um acidente mais sério.

Décimo terceiro
Sobre a corrida de Rubens Barrichello… deixa para lá.

* @RenatoDiniz_ é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp Bauru e atua na rádio Jovem Auri-Verde. Conheça seu blog