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Demissão de Lela no Noroeste foi correção de rota

retranca-ECN-A3Como sabido, na última segunda-feira o Noroeste demitiu o técnico Lela — assumindo interinamente o preparador físico Diego Kami Mura (foto acima), que era o auxiliar de Vitor Hugo no acesso da Bezinha, ano passado.

Não é complicado entender o enredo da saída do pai de Alecsandro e Richarlyson. Pra começar, ele quase foi desligado aos microfones da Auri-Verde, ao final da partida contra o Barueri, no último sábado — o vice-presidente Rafael Padilha pediu para falar com Jota Augusto logo após falar com Lela, mas desistiu.

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Mas o papo de Padilha com Lela naquele sábado deve ter selado a saída, sacramentada na segunda quando o técnico nem apareceu no clube. Motivo oficial, nas palavras do presidente Emilio Brumati: mudança de perfil de comando. Tradução: correção de rota. Depois da abrupta demissão de Vitor Hugo, era Lela quem estava pingando na área, num momento em que o Norusca precisava de parcerias para montar o elenco e ali estava uma pessoa cercada de bons relacionamentos. A aposta se baseou também no histórico de ídolo como jogador, nascido no Alfredão, contando que esse carisma contagiasse vestiário e arquibancadas, apesar do modesto histórico como treinador — motivos citados neste texto. Enfim, ajudou na montagem do elenco, mas não serviu à beira do gramado. Cortaram o mal pela raiz.

Apesar de, nos bastidores, comentar-se que Lela contava com a confiança do elenco, seu perfil pacato à beira do campo chamou a atenção logo de cara. Falava-se também que Kami Mura e o capitão Marcelo Santos tinham muita influência na preparação do time, pela sua pouca vivência como treineiro. Acontece que ele acabou por fazer valer seu cargo de chefe e insistiu no 4-3-3, que havia se mostrado vulnerável desde a estreia, conforme o Canhota demonstrou em análise que tinha um buraco entre zagueiros e volantes. Some a isso a dificuldade para vencer o modestíssimo e capenga Grêmio Barueri e pronto: adeus, Lela.

Que continue imaculada a imagem do atacante que surgiu no final dos anos 1970 e que levou o nome de Bauru por onde jogou.

Foto: Bruno Freitas/EC Noroeste

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Noroeste vence a primeira na A3, mas segue sob desconfiança

retranca-ECN-A3É como dizem os pais da Damires, não fez mais do que a obrigação. Se o Noroeste não ganhasse do Grêmio Barueri, não ganharia de ninguém. Não foi convincente — e isso preocupa –, mas trouxe os três pontos com a vitória por 2 a 0. Também não foi uma negação, pois colocou bola na trave e fez o goleiro adversário trabalhar. Enfim, mais uma rodada, mais uma convivência no vestiário, mais elementos para discutir e tentar melhorar.

Na próxima quarta (10/fev), no Alfredão, às 20h, o Sertãozinho será um adversário importante para finalmente medirmos a ambição dessa equipe. O Touro dos Canaviais montou um elenco para subir, mas ainda não se encontrou — perdeu em casa para o São José genérico — e virá a Bauru disposto a melhorar sua pontuação.

Em Barueri, o Norusca enfrentou uma equipe capenga, que colocou o goleiro reserva na linha. Quem esteve em campo deu o máximo, jogou com dignidade, mas era um rascunho de time, por isso a obrigação alvirrubra. Para se ter uma ideia do perrengue, a fala do zagueiro Dênis, bauruense que ano passado jogou no amador, pelo Oriente, eleito o melhor de sua posição. Tentando a sorte mais uma vez entre profissionais, está com a esposa grávida e disse ao repórter Jota Augusto: “Quero pedir paciência pra minha família, que as coisas vão melhorar. Não tem Carnaval, a situação está difícil e temos que trabalhar”.

Outro personagem da partida também é bauruense: o centroavante Marcão, autor dos dois gols (aos 13 e aos 22min). Importantíssimo para um camisa 9 desencantar e pegar confiança. Que tenha sido o abrir da porteira.

Avante, Norusca. Vejamos se ainda há o que desencantar nesse time. O técnico Lela segue sob desconfiança, a torcida pede mudanças na escalação. Mas pede, sobretudo, motivos para ter esperança no acesso.

ABRE ASPAS
“A gente sabia que não poderia falhar. Mas ainda temos que fazer um jogo convincente diante da nossa torcida”, resumiu o zagueiro Herick Samora à transmissão da Auri-Verde 760AM/Jornada Esportiva.

“Pude ajudar a equipe a voltar para Bauru com os três pontos. Se sobrar, tem que botar pra dentro, sem quem for o adversário”, comemorou o atacante Marcão.

O Noroeste venceu jogando com Roni; Guilherme, Herick Samora, Victor Matheus e Hipólito; Sigmar (Maicon Douglas), Rodrigo e Marcelo Santos; Cassiano (Vitor Visa), Marcão e Everton (Ueslei)

 

Fotos: Gustavão Lopes/Avante, Rubro!

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Lela repete escalação do Noroeste para encarar Grêmio Barueri

retranca-ECN-A3Pode até ser um blefe para confundir o adversário, mas o Noroeste já anunciou o time que vai a campo neste sábado (6/fev), às 16h, contra o Grêmio Barueri, pela terceira rodada da Série A3 — pode ser blefe porque Maicon Douglas foi anunciado como titular para a partida contra o Nacional, mas Lela manteve Sigmar com a camisa 5.

Bem, consideremos que este será o onze inicial: Roni; Guilherme, Herick Samora, Victor Matheus e Hipólito; Sigmar, Rodrigo e Marcelo Santos; Cassiano, Marcão e Everton. O que explica a manutenção? Penso que o treinador acredita ser a formação ideal e vai aproveitar um adversário fraco para melhorar o entrosamento.

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Sim, fraco. Não dá para temer um time que sofreu W.O. na estreia por não ter conseguido inscrever jogadores e que, em seu segundo compromisso, tinha apenas um atleta no banco — e levou 4 a 0 do São José. Repito o que escrevi no texto anterior: se perder do Barueri, não ganha de ninguém.

Via assessoria, o técnico Lela foi enfático na manutenção do esquema tático (4-3-3) e disse que conversou muito com o elenco nesse período de concentração em Osasco, quando treinaram nos CTs do Audax e da Portuguesa, pedindo muita atitude. “Só a vitória interessa para buscarmos os pontos perdidos e alcançarmos o G-8. Nós temos uma filosofia de trabalho, o esquema tático está definido e confiamos nos nossos jogadores. Sabemos do potencial de cada um. A postura do time precisa mudar. Eles querem mudar. Aquele apagão do último jogo não pode acontecer mais”, disse o treinador.

Sobre o 4-3-3, sem problemas. Contra um adversário forte, fora de casa, não é recomendável, mas contra o Barueri, ok. Sobre a repetição dos titulares, Lela deposita confiança no setor defensivo: na dupla de zaga (Samora e Victor Matheus), que cometeu falhas sobretudo contra o Nacional; e na dupla de volantes (Sigmar e Rodrigo), sobretudo em Rodrigo, que ainda não correspondeu à expectativa lançada sobre ele.

Vencendo o Barueri, ainda não será o momento de celebrar. Somente contra o forte Sertãozinho é que teremos um melhor termômetro desse time.

Foto: Bruno Freitas/EC Noroeste

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Noroeste sofre derrota feia na capital e mantém dúvida sobre potencial do time na A3

retranca-ECN-A3Apagão? Deficiência técnica? Erro tático? Difícil diagnosticar à distância e apenas na última rodada. O fato é que o Noroeste foi derrotado por 3 a 0 pelo Nacional, em partida disputada na capital paulista. Assim, estaciona com um pontinho em dois jogos, na metade de baixo da classificação.

Claro que a torcida está brava, ainda mais os que foram até o Nicolau Alayon tomar sol na cabeça. Mas, mesmo sabendo que o campeonato passa voando (quarta-sábado-quarta-sábado…), é cedo. Talvez os dois adversários até aqui sejam muito fortes e justifiquem os resultados. Talvez sejam fracos, o que significaria um Norusca beeem fraco… Por enquanto, o que temos de concreto: o 4-3-3 foi muito ousado para atuar fora de casa; e Lela demorou a fazer substituições.

Com dois minutos de partida, o Nacional já havia perdido um gol feito e aberto o placar, com Michel. Aos 12, Piraju ampliou. Ainda grogue, nas cordas, o Alvirrubro sofreu o golpe final, aos 31, gol de Emerson Mi — aquele mesmo de triste passagem pelo Alfredão em 2013. Só pra deixar a derrota mais doída.

No intervalo, o presidente Emílio Brumati desceu até o vestiário para “dar um chacoalhão no grupo”, segundo suas próprias palavras ao repórter Jota Augusto, da Auri-Verde 760AM/Jornada Esportiva. Por quê? “Porque não é segredo pra ninguém que não é o perfil do Lela fazer isso”, complementou. O Canhota 10 havia comentado sobre o estilo pacato do treinador noroestino na crônica do primeiro jogo. Se isso será um problema ou não, também é difícil afirmar agora.

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O papo quente nos bastidores pelo menos evitou uma goleada maior. “Combinamos que teríamos raça e íamos dar o máximo em campo, mesmo que perdêssemos ou tomássemos mais gols”, contou o lateral Guilherme ao Jota. O segundo tempo foi mais equilibrado mesmo, mas a verdade é que o Norusca não teve muito volume ofensivo, resumindo o perigo à meta adversária a uma cabeceio de Marcão na trave.

No sábado de Carnaval (16h), mesmo fora de casa, obrigação: o combalido Grêmio Barueri, que mal consegue montar um time e até sofreu WO na primeira rodada. Na boa: se não ganhar deles, não vai ganhar de ninguém.

O Noroeste perdeu jogando com Roni; Guilherme, Herick Samora, Victor Matheus e Hipólito; Sigmar, Rodrigo (Maicon Douglas) e Marcelo Santos (Vitor Visa); Cassiano (Ueslei), Marcão e Everton.

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Mais um lance da partida dessa quente tarde de quarta. Fotos: Luciano Santoliv/Agência Nacional

Confira o Guia da Série A3 preparado pelo Canhota 10

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Olho tático: como joga o Noroeste de Lela na A3

retranca-ECN-A3A estreia do Noroeste na Série A3 repercutiu bastante e de forma positiva. Conversando aqui e ali, a maioria gostou do que viu. Não pelo empate em casa, claro, mas pelo potencial que o time apresentou para brigar na terceirona. Animou também a proposta de jogo do técnico Lela, ofensiva. Os modernosos podem chamar de 4-2-3-1 (quando defende), mas vamos simplificar: é um 4-3-3, bem ao gosto do ex-ponta direita. Para esmiuçar melhor como o Norusca jogou no último sábado, algumas imagens captadas pelo Canhota 10, com as devidas impressões:

POSICIONAMENTO DEFENSIVO
noroeste-tatica-defesa-2Defesa em linha, meio-campo em triângulo (base com Rodrigo e Sigmar e Marcelo Santos um pouco mais à frente) e trio de ataque atento à saída de bola (com os pontas de olho na descida dos laterais).

 

O BURACO
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Olhe a marcação em verde. São o centroavante Matheus e o meia Juca (que atuou como falso 9 muitas vezes), os autores dos gols do Grêmio Osasco. Durante toda a partida, posicionaram-se entre as duas linhas defensivas do Noroeste, que deixavam esse buraco. Entraram tabelando algumas vezes, sempre assustando. O atacante Bruninho entrou no lugar de Matheus no segundo tempo e manteve a mesma estratégia. O primeiro combate alvirrubro (linhas pontilhadas) estava ok, com Cassiano e Everton de olho nos laterais e Marcelo Santos no primeiro volante.

NORUSCA NO ATAQUE
noroeste-tatica-ataque-1O meio-campo se mantém em triângulo quando ataca (Marcelo Santos mais adiantado), mas Rodrigo costuma se apresentar como elemento surpresa. Os laterais podem apoiar: nesta imagem, Maicon Douglas já está lá na frente e Guilherme está prestes a receber um passe no corredor. O trio de ataque é bem definido: Cassiano na ponta direita, Marcão no meio e Everton na esquerda — eles não trocaram de lado nenhuma vez.

É 4-3-3!
noroeste-tatica-ataque-2O 4-2-3-1 é caracterizado por meias que atuam pelos lados. Mas o Noroeste tem atacantes pelas pontas mesmo, jogadores que, como mostra a foto, ficam na expectativa de receber o passe em velocidade — ao contrário do esquema que exige que busquem o jogo e venham com a bola dominada. Outra característica da ofensiva alvirrubra é que o centroavante Marcão tem o estilo pivô, joga muito de costas para o gol, preparando-se para a tabela com Marcelo Santos ou girando para servir um dos ponteiros.