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Real Madrid campeão, mas Paschoalotto Bauru arranca aplausos e ganha respeito

retranca-intercontinental(Direto do Ibirapuera) Assim que assumi meu posto, fui dar aquela circulada pelos bastidores. Vejo o estafe bauruense concentrado, sem euforia e pergunto ao gestor Vitinho Jacob como estava o time no vestiário. “Com os pés no chão”, resume. E assim jogaram. Depois de um início vacilante, logo os guerreiros entraram no jogo e não saíram mais, como evidenciaram as parciais dos últimos três períodos. Do outro lado, estava a maior equipe do mundo Fiba, mordida com a derrota de sexta-feira — quebraram o vestiário, soube-se. O abatimento ao fim dos 91 a 79 para o campeão Real Madrid era nítido nos rostos dos jogadores do Paschoalotto Bauru, exatamente porque perceberam que dava pra vencer. Que Golias virou Dragão faz tempo.

BOLA QUICANDO
O já esperado início mordido do Real Madrid se concretiza. Buscando o embate físico e dificultando o chute bauruense, os merengues abrem 12 a 0 na metade do primeiro quarto — o Dragão só pontua a 4min55, em lance livre de Alex. Léo Meindl e Rafael Mineiro entram para dar mais força e o jogo começa a fluir: bolas de fora do Ligeirinho e do Canela colocam os campeões da América, finalmente, no páreo. Mas, quanto mais franco é o jogo, mais o Madrid explora a transição, comandada por Carroll. Assim, os merengues fecham o primeiro quarto com boa vantagem, 24 a 15.

Quem esperava que a diferença seria ampliada, o Paschoalotto equilibra, empatando a exatos 5min do intervalo numa cravada de Rafael Mineiro que balança o Ibirapuera. A vantagem madrilenha virou fumaça a partir de uma boa defesa do Brabo que ele mesmo concluiu bandejando, depois Mineiro deu tapinha, Léo Monstro guardou de fora e, aí sim, a enterrada do camisa 15. Nervosos e cometendo muitas violações, os campeões europeus não param de reclamar da arbitragem, sobretudo o barbudo Sérgio Rodríguez, eliminado com duas faltas técnicas. Isso faz o time de Pablo Laso acordar, ser dominante nos rebotes e empatar a parcial (25 a 25), mantendo os nove pontos de vantagem (49 a 40).

A volta não poderia ser melhor, com bola de três de Alex. Ricardo aparece para o mundo do basquete conduzindo o time bem demais, ora infiltrando, ora encontrando o chute equilibrado, como o de Day a 4min do fim. Tudo empatado a 2min, a galera em êxtase, empurrando os guerreiros. E minha mão suando no teclado, pois basta bobear e os caras abrem seis pontos… (61 a 55). A bola que Hett perde embaixo da cesta é sintomática do mal momento no fim do período. Outra parcial igual (17 a 17) e o Madrid administra a dianteira (66 a 57).

Chegada a hora da verdade, aumenta a tensão, aumentam os choques. Hettsheimeir explora bem o semicírculo dentro do garrafão e atropela Nocioni. Alex fica mais Brabo e se impõe embaixo da cesta. E também guarda triplo! A 7min do fim, cinco pontos atrás e muito jogo pela frente. Mas… Thompkins e Llul acertam a mão de fora também e obrigam o Dragão a pedalar. Surgem chutes afoitos, Ayón segue absoluto nos rebotes. Ouve-se inclusive com mais volume a colônia espanhola na arquibancada. O Dragão tenta, Ligeirinho se entrega o quanto pode, o homem da tarde ao lado de Alex Garcia. Valorosos, os guerreiros são aplaudidos. O Real dá um sprint, fecha a fração em 25 a 22 e partida em 91 a 79.

NUMERALHA
Ricardo Fischer: 26 pontos, 5 rebotes, 6 assistências
Rafael Hettsheimeir: 17 pontos, 6 rebotes
Alex Garcia: 14 pontos, 4 rebotes, 3 assistências, 2 roubos de bola
Léo Meindl: 9 pontos
Rafael Mineiro: 8 pontos
Robert Day: 3 pontos, 2 rebotes
Paulinho Boracini: 2 pontos

 

Entrevistas e bastidores logo vêm! Valeu, Dragão!