Depois de uma ótima sequência invicta, com seu ápice no vareio de bola que deu no Sport Recife (15ª rodada), o Boa desacelerou. Perdeu para o ASA de Arapiraca, fora, empatou com a Ponte em casa e foi derrotado pelo Náutico. Os dois recentes resultados, é verdade, foram contra times do G-4, mas para quem pretende se manter na Segundona nacional, não se distingue adversário.
Para quem sonhou com o acesso à elite, neste momento o retorno à Série C parece uma realidade mais próxima. Apenas três pontos separam o Tricolor da zona da degola. Como a Série B é muito equilibrada, nada que uma nova sequência positiva não resolva, ainda mais que há todo o segundo turno pela frente. Mas é bom abrir o olho…
De positivo, o ótimo aproveitamento de Jheimy, que tem constantemente marcado seu golzinho. Apesar de Carlos César ter atuações regulares, Jackson tem feito falta na lateral-direita. E espera-se, agora, que Marinho se firme como titular na esquerda, pois o time fica mais ofensivo com ele do que com o improvisado Higo.
A próxima partida, que anuciava-se ser uma baba, requer atenção. O antes saco de pancadas Duque de Caxias vem de três jogos sem perder. Mesmo assim, a disputa é em Varginha, o que sugere obrigação de ganhar três pontos.
Quem é de Ituiutaba e região não pode perder a edição (nº 93) do Mais Esporte (caderno do semanário Mais Notícia). O Canhota 10 fala do impacto da nova resolução da CBF sobre mudanças de cidade de clubes de futebol e como isso afeta o Boa. Fala também da “maquiagem” na média de público em Varginha. Confira nas bancas!
O Boa ia conseguindo uma vitória importantíssima sobre a Ponte Preta, pela 17ª rodada da Série B, mas o gol de falta de Mancuso, aos 39 do segundo tempo, estacionou o time na 13ª posição, com 23 pontos – a vitória o deixaria em sétimo. O árbitro Wagner Reway realmente teve um desempenho ruim, mas quem tem mais razões de reclamar é a Macaca.
O treinador Nedo Xavier, entretanto, creditou o empate à atuação do árbitro. “Foi uma falta absurda que o árbitro viu e acabou saindo o gol deles. Pode passar o lance 300 vezes na televisão que não foi. Ele mesmo falou com o Thiago que ele chutou muito forte a bola, e talvez ele tenha imaginado que pegou no atleta, mas não pegou, e por causa de um erro, não conquistamos uma vitória, infelizmente”, afirmou à Gazeta Press após a partida. Acho que o treinador não precisará ver 300 vezes que o pênalti (desperdiçado) a favor do Tricolor não existiu e que o gol de Jehimy foi irregular – o camisa 9 estava impedido, como você pode conferir na imagem abaixo.
Tampouco o Boa foi superior à Ponte em campo, como Nedo também afirmou. No máximo, é aceitável dizer que foi lá e cá. Boas chances foram criadas por ambos os times e cada um teve um lance capital – o pênalti boveta e uma bola do ataque alvinegro que Pablo tirou em cima da linha.
O poder de fogo do time mineiro vai se definindo jogo a jogo: é capaz de ser um visitante indigesto, mas ainda não se impõe em casa com propriedade – exceção feita ao banho de bola que deu no Sport, na 15ª rodada.
A verdade é que, enquanto sonha com o acesso, o Boa vai fugindo do fantasma do rebaixamento, apenas três pontinhos atrás. A classificação é muito embolada e qualquer cochilo pode ser fatal – como sofrer esse gol da Ponte no final, em que Luis Henrique estava mal posicionado e montou a barreira de maneira equivocada.
Na próxima sexta, às 20h30, o Boa Esporte tem missão duríssima: visita o Náutico, hoje no G-4 e invicto há três jogos.
Lance do polêmico gol noroestino. Foto de Cristiano Zanardi/Agência Bom Dia
Mordido, chateado, Tatá faz gol a seu estilo, com muita entrega
Direto do Alfredão
O jogo foi feio, o Noroeste mais uma vez jogou mal, mas nada disso importa nessa altura do campeonato. Os três pontos fundamentais para a sobrevivência na Série A1 vieram. A melhor notícia, entretanto, foi a redenção de Otacílio Neto.
O atacante andava chateado pelas seguidas contusões seguidas, o que gerou injustas insinuações de que estava fazendo o estilo chinelinho. Sem clima para brincadeiras, pegou fama de antipático ao não aceitar vestir a camisa do Inacreditável FC (do programa Globo Esporte), pelo incrível gol perdido contra o Mirassol. Dessa vez, a bola entrou. Atualizado: Dias depois, topou vestir, alegando não ter feito antes por ordens da diretoria. Não colou…
Aliviado, o Norusca encara o Grêmio Prudente na quarta, às 19h30, no Alfredão. Ao jogo:
Primeiro tempo
Ao contrário do que foi treinado durante a semana, Lori Sandri desiste de escalar três zagueiros e vem com Victor Júnior e Giovanni na armação. Nenhum dos dois, entretanto, criam boas jogadas. Tanto que a partida começa amarrada, sem chances de gol criadas. Não há jogada relevante a ser anotada nos minutos iniciais. Somente aos 26 o Noroeste chega em chute forte de Gleidson, da intermediária, por cima.
Antes dos 30, Gilson Kleina muda a disposição tática da Ponte com duas mudanças, o que obriga Lori Sandri a colocar o zagueiro Matheus no aquecimento – ele acaba desistindo da troca para pensar melhor no intervalo.
Aos 35, Vandinho cobra falta da intermediária. O chute forte desvia na zaga e leva perigo. A Macaca só chega aos 44, em cabeceio de Leandro Silva após cobrança de escanteio. A bola passa à direita do gol.
A redenção de Otacílio Neto acontece aos 47. Ele recebe lançamento em velocidade, dá um pique impressionante e divide com o goleiro Bruno, que fica no chão. Tatá se levanta e empurra para o gol livre. Que raça!
Segundo tempo
A Ponte começa a segunda etapa pressionando. E sempre com Tiago Luís pela esquerda. Aos três minutos, ele cobra f alta lateral e a bola desvia na zaga noroestina, para escanteio, não sem antes tirar tinta da trave. Cinco minutos adiante, o golpe de sorte alvirrubro: Ricardo Jesus erra gol incrível, após receber passe livre dentro da área e, da marca do pênalti, bater fraco em cima de André Luis.
Aos 14, Otacílio briga na entrada da área, chuta e a bola é desviada para escanteio. É seu último lance e ele é substituído. A torcida ensaia um grito de “Burro!” para Lori, mas ele faz certo em poupar um jogador que volta de contusão e pendurado com dois cartões.
Novamente Tiago Luís: ele cruza para cabeceio de Marcio Diogo. E André Luis mostra toda sua capacidade, numa milagrosa defesa de ponta dos dedos. O camisa 1 se estica todo para espalmar bola cabeceada no cantinho esquerdo.
A Ponte segue pressionando, mas o Noroeste consegue rifar a bola antes de passar maior perigo. Em um contra-ataque, o Alvirrubro quase amplia: Gleidson dispara pela esquerda e chuta cruzado, para fora.
A partir daí, a partida se resume entre as intermediárias, com o Noroeste se segurando graças à raça dos volantes Júlio César e Tiago Ulisses – este, a mais grata surpresa noroestina no Paulistão.
Pós-jogo
Lori Sandri, na coletiva, exalta a raça do time. Gleidson comemora a vitória e ressalta que foco deve continuar. Exatamente às 18h25, o helicóptero com Damião Garcia a bordo decola rumo a São Paulo. Que o Norusca também decole…
Dupla tem seis jogos, a partir do duelo com a Ponte, para justificar investimento
O meia-atacante Vandinho foi o primeiro nome anunciado pelo Noroeste como reforço para o Paulistão 2011, ainda em outubro do ano passado. Apesar de um 2010 muito fraco em que jogou apenas 64 minutos, vinha para refrescar a memória dos noroestinos, por suas boas passagens pelo clube em 2007 e 2008. Até o momento, não correspondeu, aparentando pouco preparo físico.
Já Otacílio Neto, na condição de grande ídolo da história recente do Noroeste – principalmente pelos dez gols no Paulistão 2008 -, foi o grande reforço – acerto que demorou a ser concretizado, mas Tatá manteve sua palavra. Jogador do Corinthians, veio com status de alto salário (boa parte bancada pelo Timão), ganhou a camisa 10, mas se machucou logo na quarta rodada. Soube que anda muito chateado com a situação do Noroeste, pelo tempão que passou no departamento médico e, principalmente, pelo período conturbado que passa com a torcida, que tanto o aplaudiu no passado. De quebra, pegou fama de antipático ao se recusar a vestir a camisa do Inacreditável Futebol Clube, do programa Globo Esporte (pelo incrível gol que perdeu contra o Mirassol). A verdade é que o clima do Noroeste não está para brincadeiras – e o clube já havia avisado a TV Tem, via assessoria, que Otacílio não vestiria.
Agora, na 14ª rodada do Paulistão, os dois têm a chance de virar o jogo, tornarem-se heróis de uma sonhada arrancada contra o rebaixamento. Aposto em uma vitória noroestina com o brilho de Otacílio. Mordido, o raçudo atacante vai mostrar serviço – desde que não se machuque, claro. Já a escalação de Vandinho é contestável, pois deixa no banco o jovem Diego, que vinha bem – apesar de também cansar durante as partidas.
Que tenham sucesso na tarde de sábado e façam o norestino se lembrar de seus bons tempos.
3-5-2
A princípio parece esquisito um time que precisa tanto ganhar – e em casa – jogar com três zagueiros. Mas foi esse esquema que deu certo em um curto período da vacilante trajetória noroestina. Estreou naquele empate contra o Paulista, em Jundiaí, e foi o esquema da única vitória até agora (goleada sobre o Mogi). Adaptado para o 3-6-1, foi elogiado na derrota para o Santos, na Vila, e foi abandonado após derrota para o São Bernardo.
Se Márcio Gabriel e Gleidson atuarem como na partida contra o Palmeiras – com vontade de mostrar serviço – pode funcionar, pois não terão tanta obrigação defensiva. Minha dúvida é sobre o desempenho do jovem Victor Júnior sozinho na armação – é a grande aposta de Lori, que sacou Ricardinho do time na rodada passada, até então titular absoluto e responsável pela maioria das assistências.
Segundo os colegas da imprensa apuraram, o Alvirrubro deverá enfrentar a Ponte com: André Luis; Cris, Halisson e Matheus; Márcio Gabriel, Tiago Ulisses, Júlio César, Victor Júnior e Gleidson; Vandinho e Otacílio Neto.