A seção ‘Fala, universitário!’ ganha mais um colaborador. E ele traz bons elementos para afirmar que, apesar de justos, os pontos corridos sofrem com agentes externos. Confira!
Por Arthur Sales Pinto*
A fórmula dos pontos corridos é unimidade nos quesitos justiça e estímulo à organização dos clubes, mas mesmo assim está longe de ser perfeita. A justiça nos pontos corridos está contida na igualdade de desafios que um time precisa enfrentar ao longo da competição, todos os times enfrentam todos, os confrontos são os mesmos e, ainda assim, em situações normais, sem alteração de tabela, essa igualdade já não é plena. Os melhores exemplos estão nas rodadas finais, um time que briga pelo rebaixamento vai vender a derrota muito mais caro do que quando já estiver rebaixad – vantagem de quem o confrontar depois. O mesmo vale para um candidato ao título, à vaga na Libertadores, etc.
Quando a tabela é alterada, a situação é semelhante. Na data original do jogo, uma equipe pode estar em melhor ou pior fase do que na data da remarcação, beneficiando ou prejudicando seu adversário em relação aos que enfrentaram o primeiro na sequência correta. Por isso, a mudança de datas deve ser evitada ao máximo, o que não ocorreu na última rodada do brasileiro.
O Santos foi liberado pela CBF de disputar ontem o clássico contra o Corinthians sob o argumento de não aguentar a maratona de jogos. Muito talvez se deva à escolha do time da Vila pelo Pacaembu – em detrimento do Morumbi – como palco do jogo decisivo da Libertadores. A medida compromete duas vezes o campeonato. O confronto com o Corinthians será agora apenas em agosto, quando o contexto será outro. O Santos poderá estar mais forte ou mais fraco – o time do Parque São Jorge idem – e a tabela será sempre contaminada com o jogo a menos tanto de um como de outro. Por outro lado, o jogo entre Corinthians e São Paulo também será prejudicado com as duas semanas de descanso do Timão. Se o problema era a Libertadores, faria mais sentido abdicar de todos os jogos do Brasileiro até que a participação do Peixe na competição continental se encerrasse.
Seleção desfalca clubes
Outra injustiça são as convocações para as seleções, tanto a principal como a sub-20. Com o calendário do Brasileirão coincidindo com o de competições internacionais, alguns times serão muito prejudicados com a ausência de seus atletas.
Analisando o quadro ao lado, fica claro que Santos e São Paulo são os mais prejudicados, se levarmos em conta o peso dos atletas que perdem. Elano, Paulo Henrique, Neymar e seus possíveis substituos (Felipe Anderson e Alan Patrick) pelo Santos; Lucas, Casemiro e Henrique, pelo São Paulo. Prejuízo total para a dupla San-São. Por essas, e algumas outras, o Brasileirão passa longe da justiça.
* Arthur Sales Pinto é aluno do segundo ano de Jornalismo da Unesp Bauru e edita o blog Doente 91