A grande final entre São José e Brasília será no próximo sábado, dia 2, mas a votação dos melhores da temporada se encerrou ontem. Imprensa especializada, treinadores, capitães e personalidades ligadas ao basquete fizeram suas escolhas e o resultado será divulgado na cerimônia de premiação, logo após a decisão.
Convidado a votar – faz muito bem a Liga de reconhecer e valorizar os tantos blogueiros que acompanham o NBB de perto –, o Canhota 10 enviou seus eleitos, que listo a seguir, com comentários:
Armador: LARRY TAYLOR (Itabom/Bauru)
Juro que não é um voto passional. Apesar da brilhante temporada de Fúlvio, do São José, o Alienígena foi um dos protagonistas do NBB. Anotou mais um triplo-duplo (dois dos três na história do campeonato são dele), outros tantos duplos-duplos e continuou dando verdadeiros shows em quadra. Na frieza dos números, Larry só não supera Fúlvio em assistências, mas é o segundo nesse quesito, perseguindo de perto. No restante (pontos, rebotes, eficiência), leva. E Fúlvio teve um elenco menos oscilante ao seu lado, enquano o gringo brasuca, mais uma vez, carregou Bauru nas costas em alguns momentos.
Ala: ALEX (UniCeub/BRB/Brasília)
O camisa 10 virou um trator nos playoffs. Enquanto Nezinho e Giovannoni oscilaram, ele comandou os candangos com sua regularidade. Até na catimba ele leva vantagem sobre os adversários – aliás, enche o saco a pressão de Brasília sobre a arbitragem, eles têm bola sobrando, não precisam ganhar no grito. Roubada de bola, rebote, infiltração, chute de três… Alex foi mais uma vez completo e grande responsável pela recuperação do Lobo-guará na competição. Por isso é primordial à Seleção Brasileira.
Ala: MARQUINHOS (Pinheiros/Sky)
Haja confiança para arriscar tantas jogadas individuais, encarando marcadores ou chutando de muito longe (e acertando!). Quando ficou sem Shamell, contundido, Marquinhos duplicou sua responsabilidade – e quase colocou o Pinheiros na final. Mais maduro, hoje passa segurança ao torcedor, com números sólidos.
Pivô: OLIVINHA (Pinheiros/Sky)
Não engrosso o coro de que ele deveria estar na Seleção, mas no NBB esse pivô fez a diferença. Ofereceu várias alternativas de definição de jogadas e foi importante na hora de desafogar o jogo polarizado de Shamell e Marquinhos. Sua atuação no jogo 4 da semifinal foi espantosa – apesar de quase ter colocado tudo a perder no finalzinho, quando vacilou num passe equivocado.
Pivô: MURILO (São José/Unimed/Vinac)
Com muita personalidade e números incontestáveis, Murilo dominou o garrafão neste NBB. Curioso que, teoricamente, São José mereceria mais nomes na seleção do campeonato, mas chegou à final exatamente pela força do conjunto – sendo o camisa 21 a cereja do bolo, em grande fase. Corre por fora por uma vaga em Londres.
Sexto homem: CRISTIANO FELÍCIO (Minas Tênis Clube)
Parece estranho votar em um atleta de um time que sequer chegou aos playoffs. Mas, olhando equipe por equipe, dentro desse quesito, ele se destacou, pois tem números muito semelhantes ao titular de sua posição, Guilherme. Tanto que já é possível imaginá-lo como titular na próxima temporada, mesmo com a concorrência dos recém-contratados Rafael Mineiro e Douglas Nunes. Merecem menção Chico, de São José, Fernando Penna, de Franca e Cipriano, de Brasília – Andrezão, de Bauru, foi bem, mas só se tornou a opção imediata na reta final.
Jogador sub-21: RICARDO FISCHER (São José/Unimed/Vinac)
Entre as grandes promessas do basquete brasileiro, foi premiado pelo convite de Rubén Magnano para treinar junto com a Seleção na preparação para os Jogos de Londres. Imagino que o bauruense Gui Deodato é forte concorrente nesse quesito, mas acho incoerente, pois já disputou o posto ano passado – então, não é mais revelação.
Jogador que mais evoluiu: GUI DEODATO (Itabom/Bauru)
Aqui sim! O Batman bauruense tem grande chance, apesar da ótima temporada de Elinho, do Paulistano. Com cada vez mais personalidade, carrapato na marcação, chute seguro e muito carisma (vide sua vitória no torneio de enterradas), o agora selecionável (treina com a equipe que vai disputar o Sul-Americano) teve uma temporada incrível, incluindo o ótimo desempenho na Liga de Desenvolvimento Olímpico.
Defensor: ALEX (UniCeub/BRB/Brasília)
Enquanto jogar por aqui, leva fácil esse quesito. Afinal, para muitos, é um dos melhores defensores do mundo. Como me disse Fernando Fischer – que sofreu com a marcação dele nas quartas: “Se o Brasil for jogar contra os Estados Unidos, quem vai grudar no LeBron ou no Kobe é o Alex”. Feito.
Melhor jogador da temporada: MURILO (São José/Unimed/Vinac)
Não por acaso é o líder no quesito eficiência, com larga vantagem sobre o segundo colocado. Vive um campeonato inspiradíssimo e, mesmo que perca a finalíssima, merece o prêmio.
Treinador: RÉGIS MARRELLI (São José/Unimed/Vinac)
Seu time, campeão paulista, apesar dos destaques individuais de Fúlvio e Murilo, caracterizou-se pelo conjunto. O ataque do passe picado, do pick and roll, da ausência de desespero no chute de fora. É isso: o basquete brasileiro precisa chutar menos de três. Afinal, de grão em grão…
A lista dos indicados, divulgada pela Liga:
Além de Larry e Gui, novamente Jeff disputa entre os pivôs e Guerrinha entre os treinadores:
Armador
Fúlvio (São José) / Larry (Bauru) / Valtinho (Uberlândia)
Alas (2)
Alex (Brasília) / David Jackson (Flamengo) / Marcelinho (Flamengo) / Marquinhos (Pinheiros) / Robby Collum (Uberlândia) / Shamell (Pinheiros)
Pivôs (2)
Caio Torres (Flamengo) / Guilherme Giovannoni (Brasília) / Jefferson (São José) / Jeff Agba (Bauru) / Kammerichs (Flamengo) / Murilo (São José)
Melhor Sexto Homem
André Góes (Joinville) / Diego (Limeira) / Paulinho Boracini (Pinheiros)
Revelação Sub-21
Gui (Bauru) / Matheus Dalla (Vila Velha) / Ricardo Fischer (São José)
Jogador que Mais Evoluiu
Elinho (Paulistano) / Gui (Bauru) / Ronald (Brasília)
Melhor Defensor
Alex (Brasília) / Laws (São José) / Shilton (Joinville)
Melhor Técnico
Guerrinha (Bauru) / José Neto (Joinville) / Régis Marrelli (São José)
Melhor Jogador (MVP)
Alex (Brasília) / Marquinhos (Pinheiros) / Murilo (São José)