Texto da semana joga a toalha. Série A-2 aguarda o Noroeste em 2012
Como aconteceu em outras ocasiões aqui no Canhota 10, não publiquei o relato comentado da partida. Lances, aliás, que não devem estar na memória de nenhum noroestino, que prefere esquecer o vexame em Itápolis. Claro que não ignorei tais informações por causa do resultado, mas por outros compromissos.
Para ilustrar a situação noroestina gerada pela derrota por 4 a 0 para o Oeste, publico a coluna Papo de Futebol da semana, publicada às segundas no jornal Bom Dia Bauru. No fim, pitacos sobre os grandes. Antes, para manter o registro, a ficha da partida. Agora, nem com reza o Noroeste se salva…
Coluna Papo de Futebol de 28 de março:
JÁ ERA, NORUSCA
Pois é. O Noroeste disputará a Série A-2 em 2012. A certeza da afirmação vem, provavelmente, do último cronista a jogar a toalha. Até a véspera da partida contra o Prudente, via a luz piscando no fim do túnel. Afinal, o Noroeste tinha o lanterna pela frente, em casa. Bastaria se empolgar com duas vitórias seguidas (vencera a Ponte) para aprontar em uma das três partidas como visitante. Mas, com a façanha de empatar com os prudentinos, o trem descarrilhou.
Em Itápolis, depois de um primeiro tempo de igual para igual, mas perdendo gols, como sempre, o Norusca viu o Oeste passear. O meia Roger fez o que quis diante da zaga alvirrubra, escancarou a fragilidade do time de Bauru e decretou a demissão de Lori Sandri. A exemplo de 2009, um treinador da base assume o comando no apagar das luzes. Naquela ocasião, havia até constrangimento de cobrar alguma coisa do pobre Zé Rubens, de batata quente na mão. Jorge Saran chega sem pressão, pois é tarefa ingrata encarar Portuguesa e Ituano fora e receber o embalado São Paulo no Alfredão.
Tchau, Lori
O maior pecado do agora ex-treinador noroestino foi insistir com um jogador indicado por ele: Victor Júnior. Um meia inexpressivo, que passa mal, cobra escanteio mal, posiciona-se mal. Um erro completo. Giovanni, eterna promessa, também teve muitas chances, sobretudo nas partidas com maior visibilidade. Nem o gol de letra sobre o Palmeiras, porém, salva seu desastroso Paulistão. Curiosamente, não ficou nem no banco contra o Oeste…
Mudanças
Jorge Saran compôs a comissão técnica quando Lori Sandri assumiu. Conhece o elenco. E espero que saiba “fazer a limpa”, a começar por Victor Júnior. A suspensão de Gleidson ajuda: finalmente Gustavo Henrique terá uma chance na lateral-esquerda. Júlio César, outro expulso por perder a cabeça em Itápolis, pode dar lugar ao experiente Hernani. Na fogueira, o capitão pode, no mínimo, pôr a bola no chão e acalmar a boleirada alvirrubra.
Barca
Não se espante se houver dispensas durante a semana. Elas servirão para mexer no ambiente, que como se sabe nunca foi de muitas cobranças. Nada que mude o rumo da degola, mas a torcida espera, pelo menos, um time com brio nas três rodadas finais.
Cem vezes Ceni
Não poderia ser mais perfeito o domingo dos são-paulinos. Quebra de tabu e gol histórico de Rogério Ceni. E nem adianta os corintianos questionarem os dois gols que a Fifa desconsidera. Eles foram feitos em amistosos, sim, mas Pelé teria menos de mil gols se os jogos não-oficiais fossem retirados da conta. Portanto, aplausos para a marca impressionante de Rogério. Aliás, meio besta essa obsessão da diretoria corintiana contra o São Paulo. A recepção calorosa a Luis Fabiano no aeroporto, ontem, mostrou que a apresentação de Adriano não vai ofuscar a de Fabuloso, marcada anteriormente no mesmo horário. Tem holofote para os dois.
Verdão líder
Esse time de Felipão não encanta ninguém, há quem diga que está enganando e que mostrará sua verdadeira face no Brasileirão. Mas, tomar apenas seis gols até o momento é um dado respeitável. Uma defesa que tem Thiago Heleno, considerado mico, muito bem depois de passagem conturbada pelo Corinthians. Não irei me espantar se o Palmeiras vencer o Paulistão. Num mata-mata, não sofrer gols é tão ou mais importante do que fazê-los.
K9
Talvez eu seja mais paciente do que a maioria, mas há tempos comento com colegas que Keirrison precisa de crédito. Deixem-no lá, na área, que ganhe ritmo de jogo e confiança e os gols surgirão. Já está acontecendo. O Santos não deve prescindir de seu futebol.