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O vexame do Brasil na Copa América de basquete

Quatro derrotas em quatro jogos. Tropeços para adversários teoricamente “batíveis”. Não se imaginava tomar 29 pontos do Canadá, perder para o Uruguai e eu nem sabia que se jogava basquete na Jamaica. Depois do quinto lugar na Olimpíada de Londres, a Seleção Brasileira deu um gigante passo para trás — e terá que recorrer a um humilhante convite se quiser estar presente no Mundial de 2014.

Nem vale tocar no assunto das ausências de Nenê, Splitter, Leandrinho, Varejão e cia… Por contusão ou problema burocrático com a NBA, é cenário repetitivo e o técnico Rubén Magnano deveria saber lidar com isso. Se faz bem ou não de convocá-los mesmo assim para expor suas negativas, cada um que avalie. O certo é que o grupo, mesmo sem essas feras, deveria ter feito melhor papel na Venezuela.

O que ficou evidente foi a fragilidade física, sobretudo no garrafão, que resultou numa defesa vulnerável. E o ataque, com poucas variações e muito dependente de Marcelinho Huertas, teve pontuação baixa nesses quatro jogos.

Que o fracasso sirva, pelo menos, para expor as feridas da CBB, que hoje existe quase que exclusivamente para gerir a Seleção — já que os clubes criaram ligas para organizar seus campeonatos nacionais (até na base masculina!) — e mesmo assim não consegue fazer um trabalho de excelência. Apostou todas as fichas em Magnano e ele se mostrou, como qualquer um, falível. E fica ele também exposto, seus métodos autoritários que criaram antipatia na comunidade basqueteira nacional.

Não é o caso de demitir o treinador, com contrato até 2016. Mas o trabalho de avanço que ele havia conquistado escorreu pelos dedos. Terá que começar tudo de novo.

Larry Taylor
O gringo-brasuca do Paschoalotto Bauru sucumbiu junto com os colegas. Era evidente seu esforço, sua dedicação se desdobrando na defesa, mas seus números foram tímidos: médias de 6,8 pontos, 5,5 rebotes e 2,3 assistências. A minutagem aumentou em relação à Olimpíada: 29min em quadra, contra 11min em Londres.

Seu retorno a Bauru é imediato, já que teve férias antes de se apresentar a Magnano. Terá um tempo para se “reprogramar”, como disse Guerrinha, mas o fato de voltar com mais ritmo de jogo e com uma atuação menos burocrática do que a de 2012 deve ajudar.

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Coluna da semana: a estreia do Noroeste na Copa Paulista e papo com a mãe de Larry Taylor

Jornalista, torcedores e jogador contam como foi o jogo contra a Ferroviária; Iris Taylor fala da expectativa de ver o filho jogar pelo Brasil. Confira texto publicado na edição de 16 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Abre aspas

Estou de férias, faceiro no Rio de Janeiro. Mas a coluna segue firme e forte e fiquei imaginando o que escrever, sem ter visto a estreia do Noroeste na Copa Paulista. Nada melhor do que colher depoimentos de quem esteve lá e pode analisar o desempenho alvirrubro. De quebra, falei com Iris Taylor, mãe de Larry, que nesta segunda terá a incrível experiência de ver seu filho jogar pelo Brasil contra os Estados Unidos, seu país natal. Boa leitura!

Norusca mal
O zero a zero do sábado contra a Ferroviária, no Alfredão, na estreia da Copa Paulista, foi decepcionante, segundo Gustavo Longo, repórter do BOM DIA. “Para quem teve tempo, base estruturada e time da A-2, foi muito pouco. A torcida vaiou no fim do jogo, com razão”, comentou o colega, que achou que o Norusca produziu muito pouco. “A zaga se portou bem, mas sofreu quando a Ferroviária apertou. Kasado foi a surpresa. Jogou muito bem, aparecendo no ataque”, concluiu.

Os torcedores tiveram impressão parecida com a do jornalista. Para Pietro Zambom Franco, a equipe precisa melhorar muito para chegar longe nesta Copinha. “A zaga parece segura, a lateral ainda pode melhorar, o meio campo está feio, não tem jogadas objetivas e o time também está bastante lento… Já o ataque não teve muitas oportunidades e as que tiveram foram mal aproveitadas”, comentou.

Outro noroestino, Paulo Santa Rosa Neto, viu comportamentos distintos em cada período do jogo. “No primeiro tempo, jogou até mais ou menos. Mas, no segundo tempo, não jogou nada. Apático, sem raça, não dava nem vontade de assistir. Se jogar assim, não passa nem da primeira fase”, decretou o alvirrubro.

Do lado de dentro
A coluna também falou com quem esteve em campo: Giovanni, que voltou a atuar oficialmente depois de muito tempo. “Fiquei muito feliz de voltar a jogar depois de quase um ano. Machuquei na estreia da Copa Paulista do ano passado. Só queria voltar com vitória… Agora é pegar ritmo de jogo e as coisas vão melhorar”, disse o lateral de ofício que atuou no meio-campo. “Tenho feito bons treinamentos nessa função de volante pelo lado esquerdo e estou procurando melhorar a cada dia. Me senti muito bem fisicamente, ainda mais que no segundo tempo tivemos que correr dobrado, pois estávamos com um jogador a menos”, contou o prata-da-casa.

Papo de basquete
Nesta segunda, o Brasil (tanto no masculino quanto no feminino) tem ótimos amistosos de preparação para a Olimpíada contra os Estados Unidos, em Washington. E a grande atração é a primeira vez que Larry Taylor, o astro bauruense, enfrenta seu país natal. Falei com a mãe do Alienígena, Iris, sobre esse momento especial. “Larry é um filho maravilhoso e merece muito esse momento. Desde sexta-feira está difícil dormir, será muito emocionante”, relata a mãezona, que migrou para o lado verde-amarelo. “Desde que Larry está aí, a família torce pelo Brasil”, contou. O irmão, Darrell, já se encontrou com o camisa 7 canarinho no final de semana e a mãezona também estará no ginásio nesta noite, para aplaudir esse momento único. Afinal, não é qualquer uma que concebe um atleta olímpico.

Guerreiro por um dia
O leitor do BOM DIA já conferiu reportagem na semana passada e sigo contando de forma fracionada no blog Canhota 10, mas não poderia deixar de registrar aqui. A experiência de ser jogador do Bauru Basket por um dia, treinar com o elenco principal, foi riquíssima. Sentir na pele o nível de dificuldade, perceber a relação entre o técnico Guerrinha e os jogadores, enfim, ver do lado de dentro, foi um privilégio. De quebra, recebi um agradecimento do presidente do time, Joaquim Figueiredo. “Achei muito interessante sua participação e disposição. Você tem se demonstrado, além de profissional, um amigo e apoiador do nosso basquete”, disse. Sempre digo, e repeti ao Joaquim, que cobrir esporte local tem essa vantagem, de jogar a favor. Porque quando sou crítico, é pelo bem de Bauru e seus torcedores.

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Coluna da semana traz retrospecto do Noroeste na Copa Paulista

Confira o desempenho histórico noroestino no texto publicado na edição de 2 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Em busca da 3ª fase

A estreia do Noroeste em mais uma Copa Paulista está chegando. Mais duas semanas de preparação e pronto, começa mais uma incógnita: o Norusca entra para vencer ou para experimentar? O retrospecto diz que o clube não costuma ir para as cabeças, nem consegue aproveitar muitas peças… Em 11 edições disputadas, um título (em 2005) e uma semifinal (2001). Nas demais participações, nunca passou da segunda fase. Como manteve a base que disputou a última Série A-2 – e afirma que a preparação para 2013 já começou –, o time de Bauru precisa vencer esse tabu de pelo menos voltar à terceira fase da competição. O ideal, porém, seria brigar pelo título.

O desempenho histórico alvirrubro na Copinha não é animador, mas pode servir ao técnico Amauri Kenvitz como fator de motivação, para instigar seus jogadores. Desde 1999 (não houve a edição de 2000 e o Norusca não disputou em 2006), foram 177 jogos disputados, 69 vitórias, 50 empates e 58 derrotas – aproveitamento de 48% dos pontos. O Noroeste marcou 239 gols (1,35 por jogo) e sofreu 230.

Que a edição passada não sirva de referência. O Alvirrubro, comandado por Jorge Saran, até fez uma boa primeira fase, terminando em terceiro em seu grupo (60% de aproveitamento). Na segunda, desandou: três empates e três derrotas, nove gols sofridos em seis confrontos e lanterna da chave. Em todo o campeonato, o ataque não funcionou: somente 20 gols em 22 partidas, menos de um por jogo… Daquele elenco, pouco foi aproveitado: o goleiro Nicolas, o zagueiro Marcelinho e os volantes Betinho, Juninho e França foram figuras constantes na segundona paulista, fazendo companhia para mais de uma dezena de reforços.

Sem treinador tampão e com jogadores testados e aprovados (Nicolas, Oliveira, Velicka e Leandro Oliveira), além da boa expectativa sobre o goleador Fernando Russi, chegou a hora de avançar mais na Copinha e levar resultados concretos para o semestre seguinte.

Time-base
Pelos treinamentos, Knevitz está inclinado a repetir o esquema bastante usado na Série A-2, que muitos confundem como sendo com três volantes. É que Juninho é cabeça-de-área de ofício, mas atua com o treinador na meia. Kasado e Johnnattan atuarão na contenção e Juninho irá armar com Velicka. Assim, Leandro Oliveira será adiantado para jogar na frente ao lado de Fernando Russi.

O time que deverá iniciar a Copinha: Nicolas; Bira, Oliveira, Lima e Ralph; Kasado, Johnnattan, Juninho e Velicka; Leandro Oliveira e Fernando Russi.

Acabou
O time feminino do Palmeiras se despediu de Bauru com derrota para a Ferroviária. Falta só uma rodada jogando fora e o clube termina sua participação no Paulista. Aí, terá um balanço bastante negativo para avaliar a continuidade do “projeto”. Foi uma das empreitadas mais desastrosas registradas na cidade nos últimos anos. Que fique o reconhecimento ao espírito guerreiro das meninas, que se desdobraram sem ter as condições ideais para executarem seu trabalho.

Papo de basquete
Amanhã começa a temporada 2012/2013 do Paschoalotto/Bauru Basket. Os atletas se apresentam para iniciar a preparação para o Campeonato Paulista – antes, o Jogos Regionais. Ainda em busca de um pivô (o diretor Vitinho Jacob anunciou no Facebook que a negociação com Guillermo Araujo não avançou) para fechar o elenco, o time parte com o trunfo de ter mantido a base.

Larry cantou
Visivelmente nervoso, com a boca dura, mas cantou o Hino Nacional. A coluna esteve na estreia de Larry Taylor na seleção brasileira, em São Carlos, na última semana. Ele confessou ansiedade, não rendeu tudo o que pode, mas cativou a todos, como era esperado. O técnico Rubén Magnano deverá divulgar a lista definitiva para a Olimpíada até o dia 11. Boa sorte ao Alienígena.

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Coluna da semana: entrevista com Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino

Depois de breve problema na hospedagem e uma virose, voltando a canhotar. A seguir, a entrevista exclusiva com Rubén Magnano, publicada na edição de 13 de junho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Fala, Magnano

Somente uma vez este espaço, predominantemente voltado para o futebol, pediu licença para falar só de basquete. Pois chegou a segunda. Afinal, não é todo dia que se fala com um campeão olímpico: Rubén Magnano, medalha de ouro treinando a Argentina, em 2004, e hoje técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino. A coluna ouviu o comandante às vésperas da apresentação dos jogadores – a preparação para a Olimpíada começa hoje, em São Paulo. Conforme contei aqui, estou escrevendo a biografia de Larry Taylor e Magnano contribuiu com precioso depoimento sobre o novo armador brasileiro. O papo rendeu aspas que reproduzo a seguir – sobre o Alienígena rumo a Londres e também a participação de Ricardo Fischer, agora jogador do Bauru Basket, no período de treinamentos.

Larry em Londres
“Tem que trabalhar, ganhar sua vaga. Agora, tenho que ver como ele se encaixa nesse novo processo de convocação, esse novo trabalho, e avaliar isso. Acho que vai dar certo, ele tem boa condição, boa mentalidade. Vamos treinar e vamos ver.”

Estilo de jogo
“Eu não vou tirar a natureza de jogo do Larry. Ele tem que continuar jogando com naturalidade e tranquilidade, entendendo que o ímpeto ofensivo é importante, mas que o aspecto solidário do jogo é muito importante. Saber basicamente que um time nacional não é um clube. Acho que ele vai conseguir fazer isso, pois é muito inteligente, tem boa cabeça. Devo fazer minha avaliação, não é a mesma coisa jogar no clube e na seleção, pela responsabilidade, pela pressão, tudo isso vou avaliar e tomar uma decisão.”

Menos tempo em quadra
“Geralmente, um atleta acostumado a ser pontuador em seu clube não tem a mesma quantidade de arremessos, por exemplo, que tem no time. Nem tantos minutos de jogo. A ideia é que ele, na quantidade de tempo em que estiver em quadra, produza cem por cento de tudo o que faz defensiva e ofensivamente.”

Alienígena na ala
“Acho que ele pode atuar na ala, apesar de não ter tanta estatura. Mas pela força que tem, pelo arremesso, poderia fazer a posição dois eventualmente, sem dúvida. Taticamente, há muitas variáveis que posso usar. Essa é uma possibilidade.”

Gente boa
“Quando ele trabalhou comigo, na preparação para o Pré-olímpico, sem dúvida ele fez o que pedi. Aí, conheci mais de perto o Larry como indivíduo, como jogador. E fiquei impressionado com a qualidade de pessoa que ele é.”

Ricardo Fischer
“Esse garoto ganhou essa oportunidade de ser convidado para treinar com a Seleção adulta pelo seu trabalho. Pelo que vi durante a Liga, pela conversa que tive com Régis Marrelli. Minha ideia é que ele viva essa experiência para ver em que nível chegará em relação a atletas de sua posição. Com certeza, se for inteligente, vai fazer uma avaliação de onde se encontra. Por isso convoco jovens para trabalhar conosco.”

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#cantalarry (5)

Chegou um dos momentos tão esperados na saga de Larry: ver a figuraça Jeff Agba se arriscando a cantar o hino brasileiro! Divirta-se.