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Bauru Basket invicto e voando: preparador físico Bruno Camargo explica trabalho no início da temporada

retranca-bauru-basketCinco jogos, cinco vitórias. Único invicto do Campeonato Paulista. Placares elásticos mesmo contra adversários diretos, como Mogi e Pinheiros. O Sendi/Bauru Basket faz bom início de temporada 2018/2019, a primeira em muitos anos que já começa com os adultos — dosando minutos, claro, mas buscando aprimorar o entrosamento de um time remontado. Na parte física, também é preciso entrosar. O preparador Bruno Camargo está trabalhando pela primeira vez com boa parte do elenco, conhecendo como cada um responde nos treinamentos e jogos, mas conta com mais recursos dessa vez: a diretoria adquiriu equipamentos de monitoração, que serão utilizados em todas as partidas — antes, ele contava com empréstimos eventuais de parcerias. O CANHOTA 10 falou com Bruninho sobre esse início de trabalho:

Sabemos que o trabalho ainda está em andamento, mas o time já dá a impressão de que está voando…
Comparado a temporadas anteriores, nós começamos mais cedo. E o calendário exigiu isso. Mas temos consciência de que temos muito a melhorar. É um grupo novo não só no quesito tático, mas na parte física também. Muitos jogadores que eu não conhecia a cultura de treino deles. Aos poucos vou conhecendo e adequando para melhorarem dia a dia.”

Os atletas estão sendo monitorados durante as partidas. Como você leva essas informações para os treinamentos?
O esporte de alto rendimento está cada vez mais exigente. Então, temos uma tecnologia que permite uma análise mais criteriosa de como foi o esforço do atleta, para adequar as cargas de treinamento diário, semanal e mensal. É fundamental. Eles jogam com frequencímetro, que me dá um parâmetro de como foi a intensidade de jogo, para depois eu equiparar nos treinamentos.”

Quais os atletas mais destacados fisicamente no início do trabalho?
O Larry, pela sua herança genética. É um cara muito diferenciado fisicamente. Ele terminou a temporada mais tarde, então temos que ter cautela para que não tenha uma queda de rendimento em alguns momentos específicos. O Jefferson se apresentou muito bem. Eu o conheço há anos e ele se apresentou diferente para esta temporada, com a consciência de que tem que se cuidar mais, treinar mais. Isso faz muita diferença.”

Jefferson William voltou mais pronto das férias. Fotos: Victor Lira/Bauru Basket

Uma curiosidade sobre os pivôs: como trabalhar esses atletas que precisam do peso e da força como diferenciais?
Eles são pivôs justamente pelo seu perfil, seu biotipo. Por mais pesados que sejam, temos que deixá-los ágeis sem perder essa característica de força. Eles jogam muito no contato físico, a briga é violenta lá embaixo. Mas eles precisam mover essa massa com velocidade.”

Qual é a previsão para o time chegar ao auge físico?
Numa condição melhor já nos playoffs do Paulista. No final de outubro começamos a Sul-Americana, planejamos chegar bem nesses momentos específicos.”

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Após bela vitória sobre Mogi, Dema segura empolgação

Foi o roteiro perfeito para comemorar os 122 anos da Cidade Sem Limites. Ginásio Panela de Pressão cheio, o retorno de Larry Taylor, ações de entretenimento — o Dunk está mais performático — e, principalmente, a vitória folgada do Sendi/Bauru Basket sobre o Mogi das Cruzes por 81 a 57. Pouco conclusiva para um início de temporada, ainda mais diante de um adversário remontado, com pré-temporada menor e desfalcado. Mesmo assim, animador.

Perguntei ao técnico Demétrius Ferracciú se poderíamos considerar que já “deu liga” no time, pela forma com que o elenco vibrava junto a cada jogada, mas ele foi categórico em conter a euforia:

— É muito cedo para falar que deu liga… O entrosamento a gente vai ganhando. O mais importante é todo mundo estar entendendo seu papel, sua função. Pegamos um time desfalcado, isso dificultou para eles e nós os respeitamos demais, por isso tivemos essa grande vitória. Todo mundo se doou ao máximo no setor defensivo. Conseguimos revezar bastante, que todo mundo tivesse volume de jogo e tempo de quadra. Precisamos deixar o grupo bem homogêneo fisicamente — avaliou Dema.

Lucão em casa

Antes adversário — sobretudo nos tempos de Franca — e alvo de vaias e provocações, Lucas Mariano foi aplaudido por sua bela atuação (cestinha do jogo com 23 pontos) e muito procurado no pós-jogo para fotos. Conversei com o camisa 28 sobre esse novo momento e o entendimento com o grupo:

— Quanto mais pegam no seu pé, é porque é um bom jogador. Estou feliz por trabalhar aqui agora e honrar a camisa de Bauru, com muita raça, muita vontade. A sintonia do grupo está muito boa, o clima é bom dentro e fora de quadra. Temos muito para crescer juntos e chegar longe — comentou Lucão.

Sobre ontem à tarde

Vale destacar uma cena, singela, da tarde de ontem. Era a primeira vez que Larry Taylor, com a camisa do Dragão, enfrentava Guerrinha. Quando era anunciado, nome a nome, o elenco bauruense antes do Hino Nacional, Jorge Guerra aplaudiu o anúncio de Larry. Ao final da partida, abraçaram-se. Por mais que haja rancores que turvam algumas vistas, o respeito mútuo de dois personagens históricos é cristalino.

Na telinha

Abaixo, o compacto da partida (no canal da TVC Bauru no YouTube, com narração do Rafael Antonio e reportagem do Lucas Rocha, pela Jovem Pan News Bauru)

Numeralha

Lucão: 23 pontos, 9 rebotes
Jé: 13 pontos, 8 rebotes, 4 assistências
Enzo: 12 pontos, 9 rebotes, 2 roubos
Alienígena: 12 pontos, 5 rebotes
Cauê: 7 pontos, 3 rebotes, 4 assistências
Gustavo: 5 pontos, 3 rebotes, 3 roubos
Marcão: 5 pontos, 3 rebotes

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

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Larry reencontra torcida do Bauru e enfrenta Guerrinha: “Foi difícil me despedir dele”

retranca-bauru-basketHoje é dia de festa. 1 de agosto. Aniversário de Bauru (122 anos). Dia de um bauruense ilustre — afinal, sua versão brasileira “nasceu” aqui — voltar a vestir a camisa do Dragão. A sua camisa, número 4, só dele. Para esse momento (a partir das 18h, contra o Mogi das Cruzes), o ginásio Panela de Pressão estará cheio . Os ingressos das arquibancadas se esgotaram — parabéns à diretoria pela iniciativa do preço popular. Todos querem ver o novo elenco de perto, mas, sobretudo, querem ver LARRY TAYLOR novamente em ação pelo Bauru Basket. Falei com o Alienígena sobre seu retorno, seu entusiasmo e também como foi a despedida de seu ‘pai’, Guerrinha, com quem esteve nos últimos anos em Mogi — e tantos outros na Cidade Sem Limites — e que hoje será oponente.

Quando é que você decidiu voltar? Como foi esse contato e como encara essa nova oportunidade de defender a cidade onde você ‘nasceu’ no Brasil?
Eu sempre quis voltar para Bauru, a cidade onde comecei a jogar no Brasil. Quando acabou o campeonato [NBB 10], os caras entraram em contato comigo — Beto, Joaquim, Vitinho, Dema… Marcamos uma reunião e estávamos com a mesma vontade. Foi o momento certo de retornar para casa. Dei minha palavra a eles e hoje estou aqui.”

E como foi avisar ao seu ‘pai’ Guerrinha sobre sua saída?
Foi difícil. Porque o Guerrinha não foi só meu técnico. Temos um relacionamento muito bom, tanto que as pessoas brincam que ele é meu pai. Nossa relação é especial, foi difícil me despedir dele, mas eu falei que era minha vontade voltar, ele entendeu. Conversamos de boa e isso não vai atrapalhar em nada nossa amizade.”

Na última temporada, você esteve muito acima, técnica e fisicamente, da anterior. Foi um desafio pessoal, uma resposta? E é esse alto nível que podemos esperar aqui em Bauru?
Eu queria fazer uma temporada melhor, era meu décimo NBB e nunca fui campeão. Isso ficava todo dia na minha cabeça, ‘quero ser campeão’. Desde o Paulista, comecei a treinar mais e de forma diferente, mudei minha dieta… Acabamos batendo na porta, mas não aconteceu. Eu vejo toda a força que fiz nos treinos e valeu a pena. Vou continuar no mesmo caminho e fazer o possível para ser campeão.”

Como foi a primeira visita de seu filho Joshua ao Brasil? Imagino o tamanho da sua felicidade por ele conhecer o seu mundo…
Ele ficou comigo aqui duas semanas. Ficou viciado em paçoquita! Toda noite ficava jogando videogame comigo comendo paçoquita e tomando aquela bebida de Nescau [tipo Toddynho]. Ele também gostou bastante de ir a churrascarias. E conseguimos ir a Brotas, foi minha primeira vez lá também, muito bacana. Fui levá-lo de volta aos Estados Unidos e já estou sentindo falta dele, de quando eu chegava do treino e ficávamos conversando, jogando videogame — estou bravo porque a última vez que jogamos ele ganhou e não tive revanche! Mas ele gostou bastante e fiquei muito feliz.”

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

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O retorno de Larry Taylor: “Prioridade zero”

Quando entrevistei o presidente Beto Fornazari, no dia 21 de maio, perguntei sobre o interesse por Larry Taylor. O Alienígena, entretanto, estava em disputa das #finaisNBB por Mogi (derrotado neste sábado pelo Paulistano, campeão) e guardei as aspas. Terminado o NBB, segue a resposta do dirigente sobre o eterno camisa 4 bauruense:

Larry é um sonho de todos, meu também. O Larry é para mim a prioridade zero. Se perguntarem quem eu quero contratar, quero o Larry. Não vou esconder isso de ninguém. Sempre foi, não queria que ele fosse embora. Ele foi porque pediu. Eu vejo o Larry jogar por Mogi e fico feliz e triste ao mesmo tempo. Está feliz lá, Mogi renovou com o patrocinador, acho difícil o Guerrinha liberar. Não fazemos plano pelo Larry, mas pode ter certeza de que, se ele der uma brecha e houver uma situação que a gente consiga viabilizar a volta, vamos fazer. Daí a falar que o Beto está assediando, não… É que para ele a porta está aberta. Gostaríamos muito que ele voltasse. A torcida de Mogi deve idolatrá-lo também e a gente entende isso.”

 

Foto: João Pires/LNB

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Convocação para o Mundial reforça a relevância de Larry Taylor

Para muitos, não foi surpresa a convocação do ala-armador Larry Taylor, do Paschoalotto Bauru, para a Seleção Brasileira que disputará o Mundial, na Espanha. Primeiro, porque o treinador Rúben Magnano já havia dado pistas nesta entrevista ao Uol, dizendo que já tinha seu naturalizado quando perguntado sobre Shamell. Depois, ao ficar fora da lista para o Sul-Americano, outra pista: o Alienígena deveria estar entre os que não precisavam de teste, como Alex Garcia (também do Dragão!), Giovannoni, Marquinhos, além dos da NBA. Por fim, em rápida passagem pela Cidade Sem Limites, para visitar a Seleção sub-18 (que acabou ficando fora do Mundial sub-19 em 2015…), o treinador praticamente cravou a convocação, ao dizer ao Jornal da Cidade que Larry é seu homem de confiança.

“Larry é meu homem de confiança. Gosto dele como pessoa e também como profissional. É um cara que eu gosto muito, um atleta que acredito que todo treinador queria ter”, disse Magnano ao JC. Conforme comentei há alguns dias, o camisa 4 de Bauru (e já cativo com a 7 verde-amarela) é xodó do treinador. Por merecimento: obediência tática e empatia do elenco.

Feito o registro, vamos ao que toca a Bauru: a convocação reforça a relevância do jogador para o elenco comandado por Guerrinha. E num momento providencial, antes que as desconfianças recaíssem sobre o ídolo. Com as chegadas de Alex Garcia e Robert Day, é certo que Larry perderá minutos. Até mesmo começar partidas do banco. Nada, entretanto, que abale sua importância. Será o responsável por dar descanso a Ricardo Fischer e também atuará na posição 2, quando igualmente Alex precisará respirar. E não está descartada uma formação de perímetro com Ricardo, Larry e Alex, já que o treinador bauruense tem uma bem-sucedida parceria na armação, das duas últimas temporadas, que certamente não será descartada das opções táticas.

A convocação vem em boa hora, ainda, para recolocar o Alienígena entre os grandes nomes do basquete brasileiro. Afinal, ele esteve ausente da última edição do Jogo das Estrelas. Fez falta ao evento por seu carisma e suas jogadas plásticas, mas realmente não havia feito um bom primeiro turno do NBB6.

Na Seleção, Larry terá a felicidade de enfrentar, mais uma vez, os Estados Undidos. Na primeira, atuou diante de Barack Obama. Agora, será ainda mais especial: a partida será em sua cidade natal, Chicago.

Assim, o dedicado gringo-brasuca vai escrevendo mais um capítulo de uma bela história no país que o acolheu. E voltará da Espanha com fome de bola para ajudar o Dragão a conquistar novas taças. E não vai jogar apenas com currículo. Ainda tem lenha pra queimar.

Em tempo: se o basquete brasileiro já tem pouco espaço na mídia esportiva, imagine na Copa! Mas ainda bem que o jornalista Luís Araújo trouxe aspas da coletiva de Magnano, que ajudam a entender a lista. Vale a leitura, aqui.