(Voltando) No finalzinho de 2015, depois de duas derrotas seguidas — uma delas para a Liga Sorocabana… —, a luz amarela se acendeu na Caverna do Dragão, o que motivou desconfianças sobre o poder do time de buscar o título do NBB. Sejamos justos, na primeira prova de 2016, o Paschoalotto Bauru deu uma sapatada na interrogação, em convincente vitória fora de casa sobre Franca (90 a 68). Num Pedrocão vazio e sem Nezinho (contundido) do outro lado, é verdade, mas a mão dos guerreiros estava tão quente que o triunfo viria mesmo em condições mais hostis.
Bauru acertou incríveis 55% das bolas de três que chutou, numa noite abençoada de Jefferson William (6/6) e Paulinho Boracini (4/4). As jogadas fluíram para esses chutes, em rápidas trocas de passes, alguns deles atravessando de um lado ao outro, desnorteando a defesa francana.
Com o resultado, Bauru fechou o primeiro turno na vice-liderança, com 11 vitórias em 14 jogos. Nem todas as equipes completaram 14 partidas, mas ninguém alcança o Dragão, que fecha mesmo a primeira metade da tabela em segundo.
ÓTIMAS NOTÍCIAS
As atuações de Jé e Magic Paulo são para comemorar muito. Desde que voltou da séria contusão no tornozelo, o Definidor não tinha números tão expressivos; e o fôlego já não é problema (atuou 29min). “Aproveitei a parada de final de ano para melhorar minha forma física e consegui fazer uma bela partida nesta noite”, comemorou o camisa 11, via assessoria. Já o camisa 3 precisou de apenas 17min para fazer 16 pontos de 16 tentados.
VOLTA, MATHIAS
Que saudade do Rei dos Tocos! O pivô Thiago Mathias está fazendo uma temporada brilhante no time francano. Voltando de contusão, ele marcou 18 pontos e pegou dez rebotes, anotando 22 de eficiência e mantendo-se na liderança desse quesito no NBB 8.
COM TV
No próximo dia 13, às 21h, o Dragão visita o Flamengo, com transmissão ao vivo dos canais Sportv. Melhor prova de fogo depois dessa vitória, impossível.
Que o adversário não amedrontava e a vitória estava na conta, ok. Mesmo em um reinício de trabalho, seria um senhor tropeço perder para o esforçado Macaé. A vitória veio (88 a 64), mas o time não ficou satisfeito. Afinal, o momento é de ajustes e o entendimento com o novo pacote tático é com a bola em jogo. Erros e acertos vão surgindo, às custas de muita conversa, alguns pitos, mas tudo isso para forjar uma equipe que pretende terminar o NBB 8 com a taça. Como diria Faustão, “quem sabe faz ao vivo”. A turma está se virando nos 30 — digo, nos 24 segundos.
Com duas vitórias em dois jogos, o próximo desafio do Paschoalotto Bauru será contra o Minas, em Belo Horizonte, dia 12/nov/qui, às 19h30.
BOLA QUICANDO
O Dragão começa a partida bem no ataque, com bom aproveitamento, mas vacila na defesa. Não necessariamente no garrafão, onde permite apenas um rebote ofensivo dos fluminenses, mas nos chutes de longa distância — só o norte-americano Caleb Brown guarda três assim. Parcial do primeiro quarto: um apertado 22 a 21.
No segundo período, aquela deslanchada necessária. Paulinho Boracini e Léo Meindl entram bem e puxam a pontuação dos guerreiros — em seis chutes triplos da dupla, quatro caem. Pressionado, o Macaé não consegue fluir seus ataques, desperdiçando chutes precipitados e sem conseguir encaixar uma assistência sequer. Assim, a fração é tranquila (24 a 12) e o descanso é merecido: — intervalo com 46 a 33.
O relaxamento, entretanto, adentra o terceiro quarto: não é que o vice-campeão carioca leva a melhor no período? Além de Caleb Brown, aparecem os experientes Márcio Dornelles e Eddy. Pelo lado bauruense, seria injusto dizer que Hettsheimeir jogou sozinho, afinal, a equipe trabalhou para que a bola chegasse nele, para mais uma etapa de seu “intensivão do jogo interno” — oito pontos fugindo da linha dos três. Mas é pouco para evitar a parcial de 16 a 21 para o Macaé (62 a 54).
Para não dar sustos na torcida, o Paschoalotto trata de matar o jogo antes de o cronômetro pressionar. Alex faz aquele trabalho físico de mano a mano lá embaixo, Day mostra porque ainda pode ser chamado de Especialista (dois triplos) e Wesley Sena também mostra seu repertório ofensivo. Já o Macaé consegue anotar apenas dez pontinhos (26 a 10) e despede-se de Bauru com uma derrota por 88 a 64.
ABRE ASPAS
Entrevistas pós-jogo ao Rafael Placce (Auri-Verde 760AM/Jornada Esportiva), hoje à beira da quadra:
“Parece besteira falar isso, porque a gente ganhou por 24 pontos, mas foi ruim demais. Jogamos mal, entramos moles. Temos que entrar todos os jogos como entramos contra o Flamengo”, disparou o armador Ricardo Fischer.
“Estou me sentindo em casa. Minha adaptação foi rápida por causa dos meus companheiros e estou jogando tranquilo, solto”, disse Léo Meindl, que também falou de seus minutos em quadra. “Tudo na vida são escolhas. Vim sem saber como ia ser, mas pra ser campeão. E coloquei na cabeça que os minutos que eu fosse jogar seriam os minutos da minha vida. E é isso que estou fazendo”. Falou bonito.
“Tem que estar focado o jogo inteiro, não importa o adversário. Pra não deixar ninguém insatisfeito, tem que jogar duro do início ao fim e, se o tornar o jogo fácil, dá pra colocar o pessoal que joga menos e assim a gente vai descansando para os próximos jogos. Eu sou da seguinte opinião: independentemente do que acontecer no ataque, a gente tem que marcar forte, tem que garantir nossa vitória na defesa. Se lá atrás a gente for forte, consistente, aqui na frente as coisas vão acontecer naturalmente. Não adianta querer ganhar no ataque e deixar o outro time jogar. Se puser um pré-mirim aqui e deixar jogar, a molecada mete bola! Tem que marcar firme do início ao fim para tirar a confiança do adversário e a gente crescer no nosso”, ensinou Alex Garcia, com a propriedade de ser o melhor defensor de todas as edições do NBB.
“Eu avalio o jogo positivamente, porque marcamos dois quartos muito bem. Na média, conseguimos o objetivo de tomar no máximo 65 pontos. O Macaé é uma equipe muito bem treinada e soube explorar o poder ofensivo jogando com cinco abertos e a gente teve que se adaptar durante o jogo. O mais importante é que tivemos um ataque que fluiu”, comentou o técnico Demétrius.
Sim, é uma revista. Não no papel, mas folheável. Um guia completo da oitava edição do Novo Basquete Brasil, um presente do Canhota 10 para a comunidade basqueteira.
Permita-me repetir abaixo o texto de abertura que está na página 4 do guia, que resume bem porque quis executar essa ideia (que contou com muita gente fera da imprensa, que manja muito de basquete):
Já são cinco temporadas de cobertura do Novo Basquete Brasil. Para quem já conhece o meu trabalho, sabe que o viés é parcial, acompanho a caminhada do Paschoalotto Bauru. Entretanto, depois de tantos jogos, a convivência com o público do basquete — e o anseio dessa audiência qualificada por conteúdo e visibilidade da bola laranja — me deixa à vontade para produzir este material.
Mais à vontade ainda porque me sinto inserido na comunidade basqueteira. Para apurar notícias, tenho dialogado com colegas jornalistas Brasil afora, sempre solícitos em dividir o que sabem. Não foram poucas as vezes que furos foram publicados (no C10 ou nos veículos deles) a partir dessa troca de informações. E ninguém melhor do que o próprio profissional que acompanha presencialmente os jogos para traçar o perfil e opinar sobre as chances de cada time. Meu agradecimento especial a todos, que agregaram muito valor a este guia do NBB 8.
A maior competição do nosso basquete merece um material feito com carinho e comprometido com o crescimento da modalidade. Bom NBB pra todos!
PARA ACESSAR E DEGUSTAR À VONTADE A REVISTA, BASTA CLICAR NA IMAGEM DA CAPA, ABAIXO:
E fique à vontade também pra dizer o que achou (e compartilhar)! Aqui na caixinha, no Face ou no meu e-mail (fernandobh@canhota10.com).