Dito e feito: nem 24 horas depois do spoiler dado aqui no CANHOTA 10 para o fim da temporada de Panela, o seriado, tudo resolvido. Mais uma vez, a Prefeitura é emparedada como vilã, mas banca o final feliz — aqui não é defesa, é constatação, que fique claro.
Saiu melhor do que a encomenda: pelos próximos seis meses, Bauru Basket e Vôlei Bauru terão R$ 150 mil, cada, para reforçar seus orçamentos. Dá para pagar não somente DAE e CPFL, como também o aluguel. Se a locação for negociada por R$ 20 mil mensais, conforme apurou o Jornal da Cidade, sobra um pouquinho para o IPTU — teoricamente, é o locatário quem paga.
Considerando que cada clube já estava disposto a gastar R$ 6 mil mensais na Panela, com recursos próprios, está tudo em casa. Segue o jogo.
Emoções da próxima temporada? O leilão, se ocorrer. Ou, mais tardar, janeiro de 2020, com a necessidade de um novo aditivo no Fundo Municipal de Esportes, de onde virá a grana.
Pelo terceiro ano seguido o Bauru Basket disputa a final do NBB. Mais uma vez, viu-se obrigado a buscar uma “casa” provisória para mandar os jogos decisivos, já que a Liga Nacional de Basquete exige arenas de maior capacidade para valorizar seu produto. Em 2015 e 2016, a torcida migrou para Marília. Neste 2017, Araraquara será a sede do jogo 3 da decisão e um eventual jogo 5 será em Botucatu, aumentando a saga itinerante do Dragão. Tudo isso porque o sonho de um ginásio de grande porte em Bauru segue apenas no papel…
Diante disso, o assunto novo ginásio veio novamente à tona. Lembro que questionei todos os candidatos a prefeito sobre este assunto, na bancada do Informasom da 94FM, ano passado. Todos deram respostas evasivas, de buscar recursos, blablablá. Novamente, este Canhota 10 ouviu alguns personagens-chave para viabilizar a Arena Bauru.
Roger Barude: “Temos que criar uma comissão”
Hoje vereador pelo PPS, Roger Barude foi quem articulou, enquanto secretário de esportes no governo Rodrigo Agostinho, o que existe de concreto até agora em relação à Arena Bauru. “Fiquei um ano e meio atrás de pessoas, entidades e associações para viabilizar o projeto executivo”, lembrou Barude, que convenceu a Assenag (Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Bauru) a fazer um concurso, patrocinado pela Paschoalotto (então patrocinadora máster do Bauru Basket), para viabilizar o projeto. O vencedor foi o escritório do arquiteto Carlos Ricci. “Com o projeto pronto, fui a Brasília três vezes atrás de recursos com o então ministro do esporte, George Hilton. Infelizmente, o país já dava sinais de crise e não foi possível conseguir um repasse de R$ 20 milhões para a construção”, descreveu o vereador.
O passo seguinte foi procurar a iniciativa privada. Roger reuniu-se com os empresários Walter Torre (da construtora W.Torre, que fez a arena do Palmeiras) e Roberto Graziano (notório por investir muito no Guarani de Campinas), mas não teve êxito. O que está a seu alcance, agora como vereador, é mobilizar quem pode ajudar. “Nos bastidores, conversei com vários deputados. Percebo que está faltando vontade política de todos os interessados. Não aceito dizerem que não têm recursos. Que sinalizem com alguma coisa, um valor menor… Conversei com o Gazzetta, ele tem vontade de fazer. Acho que temos que criar uma comissão e ir pra cima, avançar. É uma vergonha para Bauru não ter um ginásio, por tudo o que tem conquistado no esporte”, finalizou Barude, que é figura assídua nas partidas disputadas na Panela de Pressão.
Pedro Tobias: à disposição
Assim que o Bauru Basket conquistou a classificação para a final do NBB 9, a fanpage do deputado estadual Pedro Tobias publicou uma homenagem ao time. Não demorou para receber críticas nos comentários, que viram oportunismo do deputado, pouco notado no cenário esportivo da cidade.
Por meio de sua assessoria, ele se mostrou disposto a ajudar. “Estou à disposição das autoridades locais para discutir esse assunto e voltar à pauta essa prioridade, mas a responsabilidade primeira é do município. É preciso juntar esforços e disponibilizar recursos nos níveis local, estadual e federal”, disse. Entretanto, Tobias demonstrou desconhecimento sobre o andamento do assunto Arena Bauru: “Esse projeto não sairá do papel se a prefeitura não colocar à disposição a doação de uma área bem localizada.” Na verdade, o local já está definido: um terreno de 100 mil metros quadrados na Avenida Nações Norte, em área denominada Parque Água do Castelo.
O deputado lembrou que viabilizou, em 2002, uma verba de R$ 600 mil junto ao deputado federal José Aníbal para o início da construção de um ginásio, mas que a prefeitura da época não apresentou projeto executivo. Pudera: na época Bauru estava quebrada e com ambiente político bastante turbulento.
Em resposta aos questionamentos de bauruenses no Facebook, o parlamentar afirmou que desde 2002 nunca mais foi procurado pelas autoridades locais para falar sobre ginásio. Não concordo que alguém do quilate político dele se acomode numa posição de expectativa. Pelo menos ele se disse disposto a dialogar, mesmo não estando familiarizado com o tema. Que Gazzetta e as famosas “forças vivas” da cidade batam à porta de seu gabinete.
Gazzetta: viabilizar até 2020
Anote a promessa aí, bauruense: o prefeito Clodoaldo Gazzetta pretende viabilizar a Arena Bauru até 2020. A princípio fora de seu plano de governo, o ginásio com capacidade para 5 mil pessoas será contemplado no Plano Plurianual (PPA), segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, em resposta ao Canhota 10. O PPA é o planejamento da administração municipal para os próximos quatro anos e está em fase de elaboração para envio à Câmara Municipal. Para conseguir os cerca de R$ 20 milhões, “o município vai buscar a captação de recursos, seja através de parceria público-privada (PPP), Imposto de Renda Pessoa Jurídica (lucro real) ou convênios junto às esferas estadual e federal”, prometeu Gazzetta.
Ginásio no papel
Vale recordar que a Arena Bauru teve projeto executivo aprovado em outubro de 2014 e entregue à Semel (Secretaria Municipal de Esportes e Lazer) em abril de 2015. Nesse período, houve comitivas em busca de recursos, mas no olho do furacão da crise política e econômica, o assunto esfriou. Abaixo, algumas imagens do projeto do arquiteto Carlos Ricci:
Houve reunião nesta quinta-feira, entre representantes da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Bauru e diretoria do Itabom/Bauru, quando ficou decidido que a Panela de Pressão, reformada, só estará apta para o Bauru Basket na Liga das Américas (em 16 de março). Foi em comum acordo, o presidente Joaquim Figueiredo falou em bom senso (leia a posição da diretoria logo abaixo).
Isso confirma a desconfiança do Canhota 10, que publicou alerta sobre a dificuldade de ficar pronto a tempo do jogo contra o Flamengo (dia 9 de fevereiro) em coluna do jornal BOM DIA na semana passada. E, nesta semana, lançou pergunta intrigante a respeito.
De qualquer forma, é lamentável que uma data tão esperada não tenha sido concretizada – houve até discurso de agradecimento no ginásio da Luso, que ficou lotado para o adeus em jogo contra a Liga Sorocabana, que normalmente teria menos público. E não deixa de ser um desfecho justo para os equívocos da Semel, que gosta de um oba-oba, de aparições públicas, mas ignora avisos da imprensa, dos esportistas, dos torcedores. Tudo aparenta estar bem – da mesma forma que o secretário Batata prega tranquilidade no assunto pista de atletismo dos Jogos Abertos, enquanto os dias galopam.
A seguir, a posição oficial do Bauru Basket, bastante lúcida e conciliadora, pois o momento é esse mesmo. O texto foi enviado pelo presidente Joaquim Figueiredo ao Rafael Antônio, do Jornada Esportiva, que o leu durante a transmissão da partida contra Joinville. Gentilmente, enviou também para o Canhota 10:
Hoje, nos reunimos com o Batata e Roger, definindo a data da ida para a Panela de Pressão somente para a Liga das Américas. Alguns motivos nos motivaram para essa decisão.
1) Dentro daquilo que foi possível para a Semel, confesso que usaram e estão usando do maior empenho possível para entregarem o ginásio para o jogo contra o Flamengo, jogo este de grande importância para nós na tabela de classificação, bem como, com status de reinauguração. Nossa preocupação é que receberíamos o ginásio em cima da hora, por volta do dia 7, 8 e isso nos traria problemas com treinamento e adaptação ao ginásio (ponto negativo para nós).
2) Outro problema seriam os testes necessários em todos os equipamentos. Elétrica, placar, etc, etc.
3) Não sendo legal recebermos o ginásio nessas condições, mesmo pensamento por parte da prefeitura, que passou a ter enorme carinho pelo espaço, decidimos por esperar a Liga das Américas, evento que está aí e tem todo o glamour para comemorar a entrega do ginásio para Bauru e para nós, é lógico.
4) Inaugurar contra Araraquara e Limeira, respeitando essas equipes e o trabalho que seus diretores fazem a sua frente, não é a mesma coisa…
Demonstro aqui a minha frustração, mas fica o sentimento que as coisas mais difíceis realmente são mais valorizadas. Teremos um ginásio à altura do campeonato que estamos realizando e continuar na Luso, para nós, ainda é motivo de muita satisfação.
Para a torcida, deixo aqui o meu recado e pedido de apoio. Vamos nos unir ainda mais para o esporte da cidade, vamos apoiar e colaborar com os Jogos Abertos, que com muita coragem será realizado por aqui. Sou testemunha que o esforço que está sendo feito para o sucesso deste evento é o mesmo que temos dedicado a nossa equipe.
Enquanto o Noroeste não estiver devidamente cadastrado no Refinanciamento Fiscal (Refis), a reforma do ginásio Panela de Pressão não poderá começar. A empresa Recoma, que já está com contrato assinado com a prefeitura de Bauru, aguarda esse processo burocrático para colocar a mão na massa.
No Jornal da Cidade de hoje (4/10), o repórter Wagner Teodoro faz uma projeção de quando o ginásio estará pronto caso a afirmação do secretário de esportes, Batata – de que a reforma começa daqui 15 dias -, se concretize: em 28 de novembro. Isto é:
– não teremos finais do Campeonato Paulista na Panela
– as primeiras partidas do NBB 4 não serão lá
Então, o melhor é lançar todas as expectativas – e cobrar agilidade – sobre a fase inicial da Liga das Américas, em fevereiro de 2012. Até porque, se as chuvas começarem a cair, essa obra não fica pronta em novembro…
O que me espanta é: Prefeitura e Noroeste não conheciam cada passo necessário para fazer esse assunto acontecer? A cada momento surge um novo empecilho… Ninguém prevê, planeja, se antecipa?
Isso me faz temer como serão os Jogos Abertos, pois até agora pouco se fez. Nessa linha da “caixinha de surpresas”, daqui a pouco a pista de atletismo fica inviável, alguma lei impede que a Unesp ajude, etc, etc, etc…