A brincadeira começou como um bolão na empresa, para ver quem acertava mais resultados nos principais eventos esportivos do ano. Uma graninha simbólica para estimular e pronto: o chutão virou tradição. Agora, ganhou a rede. Não há premiação, mas é diversão garantida. Trabalho caprichado dos amigos Thompson e Paulão.
Acesse o CHUTÃO 2012, cadastre-se e mostre se você é fera em palpite.
A corrida monótona em Interlagos encerrou uma das piores temporadas de Fórmula 1 para os pilotos brasileiros. Embora os primeiros pontos de Bruno Senna façam reacender a esperança de um novo talento nacional na categoria, o ano termina sem que um brasileiro subisse no pódio. Algo que não aconteceu, por exemplo, em 1997 ou 1999, quando o único brasileiro com reais chances de pontuar era Rubinho numa modesta Stewart. Nada que se compare a oportunidade que Felipe Massa teve com uma Ferrari.
A Ferrari não teve qualquer chance de bater a Red Bull, ou mesmo de superar a McLaren, mas seu piloto número um Fernando Alonso subiu no pódio dez vezes, em uma delas no lugar mais alto. Massa, por pouco, não foi superado pelo alemão Nico Rosberg, da Mercedes.
Diga-se de passagem, esta foi uma temporada de muitas ultrapassagens, mas de pouca rotatividade nas três primeiras posições. Apenas sete pilotos receberam troféus em toda a temporada (Vettel, Button, Alonso, Webber, Hamilton, Petrov e Heidfeld).
E de nada adiantou Vitaly Petrov e Nick Heidfeld subirem ao pódio. O russo ainda é dúvida para seguir na Lotus Renault e o alemão sequer correu até o fim do ano, tendo sido substituído por Senna. Agora, o brasileiro corre por fora na disputa por uma vaga na equipe. Kimi Raikkonen foi confirmado para 2012, Kubica em breve retorna às pistas, Petrov deve fazer de tudo para continuar e Adrian Sutil já foi cotado para vaga.
Está sobrando piloto para poucos carros. Até por isso, Rubens Barrichello tem um caminho complicado para seguir na categoria em 2012. São grandes as chances de que o GP do Brasil tenha sido o último de sua carreira.
RENATO DINIZ colaborou com o Canhota 10 na seção Fala, universitário! com brilhantes textos sobre a Fórmula 1. Agora, é jornalista graduado pela Unesp e segue seu rumo – certamente brilhante. Agradeço a disponibilidade, o capricho e desejo sucesso ano novo colega. Valeu, Renato!
A etapa de Las Vegas da Fórmula Indy acabou manchada por uma tragédia – a morte do campeão de 2005, Dan Wheldon. Isso me faz pensar o quão insensato é usar o termo “tragédia” para falar do Maracanaço de 1950 ou da eliminação do Brasil para a Itália, em 1982. São derrotas tão comuns ao esporte e que nada se assemelham ao uma morte.
O acidente está entre a falta de segurança e a fatalidade. O destino no fato de a batida ter vitimado justo o piloto convidado, que estava no fundo do grid. Mas por mais que existam proteções na mureta no circuito oval, e por mais que os carros obedeçam parâmetros de segurança, o mega-acidente envolvendo quinze carros poderia ter matado outros pilotos. Basta dar uma olhada nas imagens para perceber isso.
A Fórmula Indy é muito insegura. É o que comprova o saldo de morte de 1999 para cá. Greg Moore, Paul Dana, Tony Renna e Gonzalo Rodrigues perderam suas vidas, os três primeiros em circuitos ovais. No comparativo inevitável com a Fórmula 1, de 1994 (quando morreram Senna e Roland Ratzenberger no mesmo fim de semana) para cá, nenhum piloto morreu.
Depois do Grande Prêmio de Imola, pilotos, torcida e organizadores ficaram sensibilizados pela morte de Ayrton Senna. Foi preciso um fim de semana trágico, com a morte de um tricampeão, para que medidas de segurança fossem imediatamente tomadas.
Não se pode dizer que a categoria comandada pela FIA seja à prova de fatalidades. Por muito pouco – pouco mesmo – Felipe Massa não perdeu sua vida na Hungria em 2009, e em muitos outros acidentes um detalhezinho, como uma mola ou um pedaço de carro voando, poderia encurtar a carreira de algum piloto.
Mas não é o acontece na Indy. Não são detalhes. Os carros correm em circuitos inclinados, o que os torna uma flecha em potência contra o muro se alguma coisa der errado. A velocidade passa de 330 km/h e mais de trinta carros dividem a pista em infinitas relargadas.
Critica-se o exagero de regras da F1, responsável por tornar as corridas chatas, o que realmente aconteceu em 1996 e 1997. Mas isso se deu por causa de vários fatores e basta lembrar que 2011 teve corridas espetaculares e nenhum acidente mais grave.
Espera-se que a morte de piloto prestigiado sirva de lição para o automobilismo norte-americano pisar no freio.
Para homenagear a carreira do piloto inglês Dan Wheldon, fica a frase/trocadilho que seus engenheiros gritavam quando ele vencia corridas: “Well done!” (Bom trabalho!).
Renato Diniz é estudante de jornalismo da Unesp/Bauru, estagiou na 94FMm e hoje comanda o Vanguardão da rádio Jovem Auri-Verde
Como foi a 12ª etapa do Mundial de F1, vencida por Vettel
Por Renato Diniz
O problema não é largar nas primeiras posições ou no fim do grid. A complicação está em largar no meio do pelotão. Esse ensinamento atribuído a Ayrton Senna (pelo menos segundo Galvão Bueno) não foi passado ao seu sobrinho Bruno Senna. Isso em Spa, onde a “reta” de largada é um curva, seguida de mais outra, é informação valiosa.
Logo em sua primeira corrida na Lotus-Renault, o brasileiro se atrapalhou e acertou em cheio Jaime Alguersuari, que, com toda razão, revoltou-se. Mas é o esporte. Bruno foi punido com uma parada nos boxes para trocar o bico e com uma passagem pelo mesmo local como punição dos comissários, capitaneados por Nigel Mansel.
O erro e o 13º lugar não apagam sua boa participação nos treinos e nem põem em risco seu retorno à principal categoria do automobilismo.
No pelotão da frente, Sebastian Vettel voltou a vencer depois três corridas “apenas” entre os cinco primeiros (Alemanha, Hungria e Inglaterra). A corrida foi marcada pela instabilidade dos pneus, já castigados na longa volta de classificação do sábado. Isso, somado ao recurso da asa móvel e ao fato de vários pilotos de equipes de ponta terem largado atrás, fez com que a corrida da Bélgica fosse intensa, com várias trocas de posição e de liderança: Alonso, Vettel, Webber e até Rosberg estiveram na ponta. Aliás, 40% do desempenho de Nico foi graças à sua largada.
Não foi só Bruno que errou. Hamilton exagerou na dose na briga por posições com Kobayashi e acabou levando a pior. Batida forte com direito a instantes de apreensão, já que Lewis não se mexia. Só um susto.
O domingo também não foi bom para Massa, que fez uma prova apagada. Mesmo que seu pneu não furasse nas últimas voltas, ele não passaria de um quinto lugar, atrás até da Mercedes, em tese mais fraca.
A grande atuação foi de Button e Schumacher (Alonso, talvez, pela agressividade e precisão). Os dois saíram do fim da fila para ficar no Top 5.
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O domínio da Red Bull é claro, mas não é tão grande. Sempre que vence, o carro da equipe dos energéticos crava de 5 a 10 segundos de vantagem para quem vem atrás – méritos de McLaren e Ferrari. Nada mal, mas num esporte como esse, uma saída de pista e um pneu mal trocado mudam tudo.
Renato Diniz é aluno do quarto ano de Jornalismo da Unesp de Bauru e comanda o Vanguardão, da rário Jovem Auri-Verde (760AM).
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O equilíbrio na disputa pela vitória em Nürburgring me faz bater novamente na tecla que venho pressionando há algum tempo: Vettel não é campeão antecipado. Estamos na metade do campeonato e (desculpem o clichê) muita coisa pode acontecer.
Além de Hamilton, o primeiro a cruzar a linha de chegada na Alemanha, Mark Webber e Fernando Alonso tiveram plenas condições de vencer. Mostra de que o trabalho das equipes no meio da temporada pode ser tão ou mais importante do que aquele do começo de ano.
Vettel teve problemas no seu carro e isso pode acontecer quantas vezes os deuses da Fórmula 1 quiserem. Ele tem como fortes adversários um bicampeão Alonso lutando pela sua honra diante dos espanhóis e ferraristas, um estabanado Hamilton tentando fugir da pecha de campeão decadente e um racional Button tentando provar que não venceu uma temporada só porque tinha o melhor carro.
Por falar nisso, Jenson é quem mais poderia ajudar Sebastian com algumas dicas. Em 2009, ano em que o inglês reinou na primeira metade da temporada com seu Brawn GP, foi preciso segurar as pontas com o crescimento visível da Red Bull sob comando de um alemãozinho atrevido, para chegar ao fim do ano com mais pontos.
Além dos três citados, Vettel também precisa conter dois pilotos sem aquela áurea de campeões, mas com muita vontade de se superar: Massa e Webber. O brasileiro deu trabalho no fim da corrida germânica e o australiano pode até chutar o balde, deixar pra lá a renovação de contrato com a equipe dos energéticos e pelo menos lutar por alguma coisa mais honrosa do que a função de escudeiro.
Enfim. Não digo que Vettel não será campeão. Mas ele vai precisar encarar todos esses adversários e, se vencer, virará um jovem bicampeão e um piloto completo.
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A Ferrari errou na última parada de Massa sim, mas não é perseguição.O prejudicado não foi o piloto brasileiro, mas Alonso, que lucraria mais alguns pontinhos de recuperação no campeonato caso Vettel permanecesse na quinta colocação. E, diga-se de passagem, nada garante que naquela volta final o atual campeão não fosse passar Felipe.
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Está cada vez mais interessante a disputa entre as equipes medianas. A pontuação mostra Mercedes e Lotus Renault na quarta e quinta posições do Mundial de Construtores com folga (78 e 66 pontos, respectivamente), mas Sauber (35) e Force India (20) têm dado trabalho às duas escuderias nos treinos e na pista.
Na briga, a Mercedes leva vantagem pelo trabalho de sua dupla. Mesmo que Schumacher ande atrás de Rosberg , sempre luta por pontos. Já as outras três têm contado com o bom trabalho de apenas um de seus pilotos: Petrov (Lotus), Kobayashi (Sauber) e Sutil (Force India).
@RenatoDiniz_ é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp Bauru e atua na rádio Jovem Auri-Verde. Conheça seu blog