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Bauru 1, Flamengo 1: nervos em dia

retranca-final-nbb-8Se este Canhota 10 opinou que o ginásio Neusa Galetti foi campo neutro, igualmente creio que a Arena Carioca 2, no Rio de Janeiro, passou longe de ser o lar rubro-negro. Conforme o experiente Marcel (ex-craque e comentarista da RedeTV!) me disse em entrevista, a distância da arquibancada para a quadra causa esse efeito de esfriar a torcida — por mais corneteira que seja a turma das cadeiras vip. Some-se a isso todos os outros fatores de falta de familiaridade e o que significa? Que serão (até) cinco jogos abertos, dependendo principalmente do talento e das ações dos jogadores, não da zona de conforto. Sendo assim, como são grandes times, que se equivalem, a gigantesca vitória do Paschoalotto Bauru neste jogo 2 (85 a 80) é tão normal quanto foi a do Flamengo no jogo 1, em Marília.

O Dragão teve personalidade de controlar o placar desde o início, soube também catimbar um pouco e, sobretudo, foi dominante nos rebotes defensivos, pegando 36 contra 18 ofensivos dos cariocas, e teve melhor aproveitamento no ataque. Menção importantíssima ainda para o banco de reservas, decisivo com Murilo, Léo Meindl e Gui Santos, que além de somarem 28 pontos, deram preciosos minutos de descanso aos titulares. A equipe precisa muito deles — e de Wesley Sena — para ter fôlego nesta série. Só o quinteto com a faca nos dentes ia ser impossível.

O triunfo já garante o jogo 4 em Marília, expectativa de colocar 7 mil pessoas lá, como os rubro-negros ultrapassaram este dígito nesta quinta. O Bauru adquiriu confiança para sonhar com mais uma vitória no Rio e tentar fechar em sua “casa”. Por que não? Já está claro que esta decisão é pau a pau, que será nos detalhes, que a única vantagem que o Flamengo leva é ter um rodízio mais qualificado, mas que pode ser equiparado quando os reservas bauruenses dão algo a mais.

Murilo, aliás, saiu de quadra como o personagem do jogo. Se foi temerário o seu gesto de “quase soco” sobre Marquinhos — difícil de interpretar se intencional ou um desvencilhar exagerado –, por outro lado serviu para equilibrar o emocional da batalha, pois instantes antes o Urubu havia virado com uma cravada de Rafa Luz, seguida de erro de bandeja de Alex… O camisa 21 bauruense ainda daria um cascudo nas costas de Meyinsse que irritaria Marcelinho, que lá na frente perderia dois lances livres, algo raro. Um bom recado aos rubro-negros, que adoram um jogo de nervos e perceberam não serem os únicos.

Sábado tem mais (28/mai, 14h10) e já se programe para o #partiuMarília, parte 2. O Dragão está vivíssimo, a obsessão continua!

ABRE ASPAS
Vamos a um apanhado do que ouvi do trabalho de reportagem do querido Luiz Tá no Jogo Lanzoni, durante mais uma excelente Jornada Esportiva do Timão de Rafael Antônio, da Auri-Verde: Murilo comentou que ganhou a confiança do treinador, que percebeu sua entrega nos treinamentos após o jogo 1, quando praticamente esteve em quadra no sacrifício. Demétrius exaltou a importância do camisa 21 para o elenco, pontuou que a equipe ainda precisa melhorar, mas que usou de toda a sua experiência para não se abater e buscar o empate na série.

NUMERALHA
Magic Paulo: 17 pontos, 6 rebotes, 7 assistências (35min em quadra)
Capitão América: 13 pontos, 4 rebotes, 2 roubos, 1 toco (finalmente Brabo, estava pacífico em Marília)
Léo Monstro: 13 pontos, 3 rebotes (boa hora para aparecer!)
Canelaimeir: 12 pontos, 9 rebotes, 3 assistências (dono do garrafão, muito regular)
Murilaço: 11 pontos, 5 rebotes (nunca se esqueça, você é um MVP!)
Jé, o Definidor: 10 pontos, 11 rebotes (acordou no último quarto; e como!)
Roberdei: 5 pontos, 2 rebotes, 2 assistências (discreto e necessário)
Gui Santos: 4 pontos (bela bolinha de três e personalidade no fim)
Cadê Wesley?

 

Foto: Caio Casagrande Cardoso/Bauru Basket/13 Comunicação

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Bauru 0, Flamengo 1: derrota numa tarde artificial

retranca-final-nbb-8(Direto de Marília) Foi um sábado parecido com aquele do ano passado: frio e cinzento. Dentro da quadra, também tive sensação parecida: via semblantes resignados nos jogadores do Paschoalotto Bauru. Uma ou outra vibração, mas nada que lembrasse seus comportamentos na Panela de Pressão. Difícil explicar isso. Afinal, havia cerca de 5,6 mil pessoas, Marília mais uma vez abraçou o time, além dos muitos bauruenses que vieram até o ginásio Neusa Galetti, que fizeram barulho em alguns momentos, de arrepiar, até, mas nada convincente no conjunto dos 40 minutos. Quando o Flamengo foi avassalador nos três minutos iniciais do último período — momento determinante para a vitória por 83 a 77, a diminuta porção de rubro-negros fazia barulho maior. E foi assim, nessa tarde artificial, que o caminho do título inédito foi dificultado, mas a Arena Carioca II será igualmente um desafio aos hábitos. Primeira chance de reversão: quinta, 26/mai, às 17h.

BOLA QUICANDO
O Dragão não começa pilhado. Vê o Flamengo abrir o placar e pouco pontua passada metade do período. Cariocas igualmente sem empolgar, mas com cestas suficientes para descobrir-se o barulho de um miolinho rubro-negro na arquibancada, acrescido de alguns poucos marilienses anti-Bauru. Mas basta caírem os triplos de Robert Day pra se ouvir quem está em maioria. O Paschoalotto consegue desgarrar um pouquinho e fechar a parcial em 19 a 14.

No segundo quarto, o Flamengo erra menos, vira o jogo, mas logo se rende à onipresença de Hettsheimeir. O camisa 30 usa todo seu repertório, embaixo, de fora, chamando a galera pra jogar junto. Seu antagonista, JP Batista, é o destaque do outro lado. E os visitantes iriam para o vestiário em vantagem, não fossem as infiltrações de Paulinho e Alex nos segundos derradeiros: 39 a 38 (fração de 20 a 24).

No recomeço, o então sumido Olivinha, notório carrasco, começa a incomodar. O Urubu toma a dianteira, sua torcida se anima, a ponto de ser mais ouvida num certo momento, até que o time e a galera bauruense acordam, sempre no compasso de Hett, mas com bolaças de Jefferson e uma providencial participação de Murilo, que empolga Demétrius. Aos trancos e barrancos (parcial de 23 a 22), o Dragão se mantém na frente, 62 a 60.

No derradeiro período, o Bauru começa mal, perde bolas bobas, a cabeça e toma 13 pontos seguidos. Num piscar de olhos, Flamengo na frente em dois dígitos de diferença, até Hett (sempre ele) pontuar pela primeira vez no quarto a 5min54 do fim. Devagarinho a torcida se anima de novo, graças ao também inspirado Jé. Com paciência, insistindo com seu camisa 30, diminui a diferença, chegando colado no minuto final. Paulinho desperdiça investida, mas ainda bem que Rafael Mineiro erra dois lances livres, ao contrário de Hett, que diminui para dois pontos a 19s do fim. Mas para por aí… Falta daqui, erro dali, parcial (15 a 23) e vitória rubro-negra. O povo já estava indo embora antes de o cronômetro zerar. Na Panela, ninguém piscaria.

Alex teve dificuldades com a defesa carioca
Alex teve dificuldades com a defesa carioca

ABRE ASPAS
Áudio das entrevistas pós-jogo, a começar pelo técnico Demétrius:

 

Jefferson comentou a derrota e comentou o fator quadra:

 

Fala, Hettsheimeir:

 

NUMERALHA
Rafael: 25 pontos, 7 rebotes
Jefferson: 24 pontos, 4 rebotes
Alex: 10 pontos, 3 rebotes, 3 assistências
Robert: 8 pontos, 3 rebotes, 2 roubos
Murilo: 4 pontos, 2 rebotes
Paulo: 4 pontos, 6 assistências
Léo M.: 2 pontos, 3 rebotes, 4 assistências, 2 roubos, 1 toco

EM TEMPO
Ninguém tem culpa de nada. O regulamento é esse, não poderia ter sido a Panela, a cidade de Marília foi acolhedora e o público compareceu. Independentemente dessa falta de “química”, Bauru poderia ter vencido. Assim como pode ganhar uma no Rio, provocar o jogo 4 e ter mais uma chance de contagiar o Neusa Galetti.