Centroavante dá coice no jejum de gols
Texto publicado na edição de 5 de setembro de 2011 do jornal BOM DIA BAURU
Ao vencer o Linense por 2 a 0 no último sábado, o Noroeste quebrou um importante tabu. E não estou me referindo aos 45 anos sem vencer o adversário em Lins – outro feito bacana –, mas ao primeiro gol de Anderson Cavalo com a camisa alvirruba. O centroavante, que foi o principal reforço para a Copa Paulista, chegou como promessa de muitos gols, por sua quilometragem em clubes do Interior e também seu porte físico para brigar pela bola na área adversária.
O camisa 9 já foi vaiado, xingado e desacreditado. E segue em débito, claro. Esse único gol não altera o início ruim. Entretanto, poderá dar início a uma sequência artilheira, inaugurada em sua cidade natal, diante de familiares. À coluna, às vésperas do início da Copinha, Cavalo revelou sua meta de 14 gols a cada 20 jogos – terá que fazer 13 nas próximas 11 partidas para alcançá-la, média de 1,2 gol por partida.
Um número alto, mesmo para os melhores atacantes, mas baixo para um time inteiro. E é essa a média ofensiva do Norusca até agora: 12 gols em 10 jogos. Se foram marcados seis nessa sequência de três vitórias, é fácil concluir como a coisa estava feia antes. Pelo menos a defesa é a segunda melhor, vazada apenas sete vezes.
Vencendo adversário direto e vendo o Oeste perder para a líder Inter de Bebedouro, o Alvirrubro ficou em boa situação na tabela, empatado com segundo e terceiro colocados. Como já foi dito, passar para a segunda fase é fundamental para calejar esse time, que formará a base para a Série A-2, em 2012, segundo o treinador Jorge Saran.
Tá explicado
Já questionei neste espaço porque o Noroeste joga tão pouco com seu tradicional uniforme (camisa vermelha, calção branco e meia vermelha). Simples: é tradicional, mas não é o oficial. Está lá no estatuto do clube: “Possui uniformes totalmente em branco, com listas [sic] em vermelho, nas mangas e nos calções, podendo produzir novos modelos nas mesmas cores”. O estatuto data de fevereiro de 2006.
Papo de basquete
A seleção brasileira ainda não convenceu no Pré-olímpico e deixa a torcida apreensiva. Afinal, se vacilar na segunda fase e terminar em quarto, pega provavelmente a líder Argentina na semifinal, valendo vaga para a Olimpíada, jogando na casa dos hermanos… A coluna falou com Guerrinha, técnico do Itabom/Bauru, e Antônio Carlos Barbosa, treinador de Ourinhos. E a visão dos dois, com vasto currículo a serviço do basquete brasileiro, é parecida em relação ao trabalho do treinador Rúben Magnano.
“O time brasileiro não está melhor com o Magnano. Mas ele trouxe, sim, alguns valores defensivos, muito em função da ausência dos jogadores da NBA. Não melhorou tecnicamente, mas o espírito de Seleção, com atletas que estão ali porque querem. A circunstância ajudou o Magnano a criar esse espírito na equipe”, opina Guerrinha.
“Falam que o Brasil melhorou sua defesa. Não vejo melhora tática, vejo mais disposição, mais empenho, principalmente em função do status com que o Magnano chegou. Se buscarmos os resultados do Brasil nas últimas competições antes dele, vamos ver que a média de pontos sofridos pouco ou nada mudou. Sempre se agrega valores, mas não vejo o Magnano como o salvador da pátria”, diz Barbosa.
Sobre a ausência de Leandrinho e Nenê, perguntei aos dois se deveriam ser chamados novamente se o Brasil se classificar para a Londres-2012. “Tem que analisar caso a caso, os reais motivos para não atenderem a convocação. Sou contra a vitória a qualquer preço, devemos presevar a disciplina e os objetivos do grupo”, afirma Barbosa. Guerrinha vai na mesma linha, mais enfático: “Se fosse o técnico da Seleção, não chamaria. Trabalharia com a garra e os valores desse pessoal que nunca deixou de comparecer, jogadores de muito caráter e que sempre estiveram à disposição”.