Roque protagoniza reportagem sobre desemprego na revista ESPN de junho
No início de maio, Luís Augusto Símon (conhecido entre os colegas como Menon), repórter da revista ESPN, entrou em contato com o Canhota 10 pedindo sugestão de algum atleta noroestino que teria dificuldades de encontrar emprego no segundo semestre. Contei a ele que o lateral-esquerdo Roque se encaixava na pauta: voltando de empréstimo do São José (lá perdeu titularidade na reta final da Série A-2), não teria o contrato renovado.
Menon foi atrás de Roque, que protagonizou a reportagem sobre desemprego na edição deste mês da revista. O ex-camisa 6 alvirrubro contou que passou perrengue em 2006, quando ficou sem clube e foi vender pavê de chocolate feito pela esposa. No ano seguinte, seu melhor momento: o título paranaense pelo Paranavaí, quando trabalhou com Amauri Knevitz – o treinador que o trouxe para Bauru.
O relato de seu agente, Elias Casto, é que impressiona, quando fala da dificuldade que terá para recolocar seu jogador no mercado. “Quanto tento colocar um jogador em um time, o importante é saber como foi seu desempenho no clube anterior. E Roque perdeu posição nas últimas cinco rodadas. O passado não adianta. Ele era forte como o Roberto Carlos, um touro, mas agora já tem 31 anos. Pode ser em um time do Norte, mas aí são dois trabalhos: levar o jogador e depois buscar, porque os salários atrasam”, contou ao Menon.
O empresário ainda disse à revista a dificuldade em lidar com ego de atleta. “Todo jogador pensa que é Ronaldinho Gaúcho. Então, o técnico não escala e vira sacana. Ele sai do time e, se o empresário não consegue nada, vira filho da puta. Eles não erram nunca”, desabafou. Até o momento, não houve notícia de que Roque encontrou um time. O certo é que, para Bauru, onde foi muito vaiado, ele não volta mais.
A reportagem ainda citou o volante Júlio César, recém-saído do Noroeste, mas o jogador já encontrou outro time: o Marília. No texto, fala-se de sua origem no Grêmio, ao lado de Ronaldinho, Tinga e Anderson Polga. Há aspas do jogador, que fez sua propaganda pessoal: “Treinador que está montando time não quer problemas. Por isso, pergunta muito sobre a vida do cara fora de campo. E a minha é perfeita. Não bebo, não fumo, treino muito e sou líder. Não faço panelinha. Isso me dá certeza de conseguir um bom time”. A afirmação foi corroborada por Gilson Kleina, treinador da Ponte Preta, que foi seu comandante no Criciúma no ano passado e cogitou levá-lo para a Macaca. Essa vida fora de campo perfeita, entretanto, é manchada pela suspeita de o jogador praticar gestos obscenos em frente a uma escola de Criciúma – um caso que ficou sem esclarecimento.
Imagem na homepage: reproduzida da revista (ed. 20, pgs. 64 e 65)