Análise jogador por jogador sugere quem pode continuar para o Paulistão 2011
Revendo os dados, jogo a jogo, desta participação noroestina na Copa Paulista, fica bem clara a intenção de Luciano Dias testar jogadores. No total, 29 atletas entraram em campo nas 16 partidas disputadas (cinco vitórias, quatro empates, sete derrotas; o Norusca marcou 21 gols – 1,31 por partida – e sofreu 25 – 1,56 -, ficando com saldo negativo).
Com o retorno do diretor executivo de futebol, Beto Souza, foi aunciado que o clube contratará de 12 a 15 jogadores. Isto é: para formar um elenco de 25 a 30 profissionais, pelo menos dez têm que ficar. Confira, então, a opinião do Canhota 10 sobre o desempenho de cada um que entrou em campo na Copinha e seu possível aproveitamento para o Paulistão – a esmagadora maioria para ser reserva:
Goleiros
YURI (13 jogos • 12 como titular • 18 gols sofridos)
Mostrou a mesma qualidade do início da Série A2, operou alguns milagres – sobretudo em lances mano a mano com o atacante – e poderá disputar posição com André Luis no Paulistão.
ALEXANDRE VILLA (4 jogos • 4 como titular • 7 gols sofridos)
Atuou no returno da primeira fase, seguindo plano de rodízio estabelecido por Luciano Dias. Há tempos sem jogar oficialmente, mostrou falta de ritmo e falhou em alguns gols. Deve ficar como terceiro goleiro, mas o jovem Weliquem poderia ganhar essa chance.
Laterais-direitos
RAFAEL MINEIRO (7 jogos • 7 como titular • 1 gol)
Seu bom passado maqueano o credenciou, mas foi uma decepção. Contratado para ser testado na Copinha, foi dispensado durante a competição.
MIZAEL (7 jogos • 6 como titular • 1 gol)
Destaque na conquista dos Regionais, empolgou de cara na Copinha, mas foi perdendo espaço. Luciano Dias o considerou afoito, mas o saldo para imprensa e torcida é positivo. Fica a impressão de que foi queimado, mas poderá ser observado nos Jogos Abertos.
Zagueiros
BONFIM (11 jogos • 11 como titular • 2 gols)
Capitão do time, rompeu a barreira de 200 jogos vestindo a camisa alvirrubra. Na reta final, foi para o banco, provavelmente para Dias observar Geilson um pouco mais. Por sua experiência, profissionalismo e ótima convivência com os colegas, deverá ficar para o Paulistão.
GEILSON (9 jogos • 8 como titular • 1 gol contra)
A exemplo da Série A2, oscilou como titular e reserva. Tem um estilo mais clássico, de pouco chutão e eu apostaria nele para ficar no banco.
LELLO (13 jogos • 12 como titular)
Começou muito mal como volante e se encontrou, mais tarde, na quarta-zaga. Compensa sua lentidão com bom posicionamento, mas dá sustos na saída de bola. O saldo? Também poderia compor o banco.
KELISSON (6 jogos • 6 como titular)
Afobado, é mestre em tomar cartão. Dá a impressão de que, amadurecido, pode se tornar um bom zagueiro. Mas, no futuro, não em 2011. Não deixará saudades.
Laterais-esquerdos
ROQUE (10 jogos • 7 como titular)
Unanimidade negativa. Pegava na bola, levava vaia. Eu imaginava que ele iria deitar e rolar sobre a molecada franzina, por seu porte físico. Mas errou muitos passes e pouco chegou ao ataque. Tem contrato até o fim do Paulistão. Rescisão?
GUSTAVO HENRIQUE (8 jogos • 8 como titular • 1 gol)
Chegou no meio da Copinha e não saiu mais do time. Lateral que busca o ataque e chega à linha de fundo, poderia, sim, ser uma opção para 2011, pelo menos na reserva.
Volantes
NEGRETTI (3 jogos • 3 como titular)
Após não ter se firmado na campanha da A2, esperava-se que teria sua grande chance na Copa Paulista. Perdeu a titularidade para Juninho logo de cara – e a vaga para o Paulistão.
JUNINHO (8 jogos • 7 como titular)
Entrou bem e mostrou-se voluntarioso por sempre arriscar chutes de fora da área – embora poucos levassem perigo relevante. Prefiro pensar que perdeu sua vaga de titular nos jogos finais pelo laboratório – ceder lugar a Tales, depois Marcelinho -, não por deficiência técnica, o que significaria ter sido queimado por Dias.
DEIVID (12 jogos •10 como titular • 1 gol)
Chegou como homem da bola parada – fez um gol olímpico que não foi atribuído a ele na súmula e perdeu um pênalti. Sofreu também da “síndrome Hernanes”: volante ou meia? No fim, jogou até de lateral-direito. Mostrou porque começou no Grêmio-RS e depois rodou por clubes menores: falta algo mais.
FRANÇA (2 jogos • 1 como titular)
Entrou em duas partidas fora de casa: na vitória sobre o XV de Jaú e na derrota (como titular) para o Linense. Não comprometeu e, se a base pegar a maior fatia desses dez ou mais remanescentes, pode ganhar uma vaguinha no Estadual.
HERNANI (7 jogos • 7 como titular)
O Tiozão voltou com o status de um dos craques de 2006. Recém-recuperado de uma artroscopia no joelho, ficou devendo, mas não faltaram disposição e passes precisos. O elenco precisará de sua experiência.
TALES (3 jogos • 3 como titular)
Para mim, a mais grata surpresa da Copa Paulista noroestina. Chegou com ótimas referências no início do ano, mas logo operou o joelho – e deixou muita curiosidade sobre seu potencial. É um volante calmo, que toca muito bem a bola e se posiciona melhor ainda. Tomara que fique.
MARCELINHO (2 jogos • 2 como titular)
Outro volante que sabe jogar bola. Acho que o Noroeste não precisa contratar nenhum volante para o Paulistão – ainda mais com o retorno de Júlio César.
Meias
WILLIAN LEANDRO (10 jogos • 4 como titular)
Já foi embora, chamado por Amauri Knevitz – que o trouxe para o Norusca – para reforçar o Corinthians Paranaense. Tem velocidade, certo apuro no drible, mas não é cerebral. E chuta mal a gol. Boa sorte, Willian.
NATHAN (1 jogo)
Atuou poucos minutos na estreia da Copinha. Fica difícil avaliar. Poderá ser observado nos Jogos Abertos.
GIOVANNI (10 jogos • 9 como titular • 1 gol)
É aquele jogador em que todos depositam esperança. É certo que tem potencial, mas esse talento todo ainda não veio à tona. Por ser a “joia” do clube, merece mais uma chance. Mas já não tenho convicção de que vingará.
ALMIR DIAS (7 jogos • 4 como titular • 1 gol)
Os mais exaltados imaginavam ser o protegido do treinador. No fim das contas, foi embora mais cedo. Um canhoteiro que oscila entre cadenciar e ciscar e tem alguns lampejos de camisa 10. Pouco – pouquíssimo! – para um Paulistão.
MARCUS VINÍCIUS (7 jogos • 6 como titular)
Seu último teste no laboratório foi como meia, apesar de ser atacante de origem. Chegou com pedigree de jogador de Seleção de base, mas espantou a todos por ter tão pouco fôlego e apenas 20 anos.
CLEVERSON (12 jogos • 10 como titular • 2 gols)
Imaginei que iria arrebentar na Copinha – fez dois golaços e nada mais. Decepcionou, sobretudo quando Luciano Dias o improvisou no ataque. Mesmo assim, está cotado para continuar no Noroeste. Deve ser um dos jogadores que o treinador acredita que irão render melhor ao lado de colegas mais qualificados.
RICHARD (3 jogos • 3 como titular)
Depois de cinco anos de investimento em sua formação, o clube simplesmente deixa o contrato vencer e libera o menino… Pior: suas atuações foram elogiadas. Pode ter escorrido pelas mãos alvirrubras um grande jogador.
Atacantes
ADILSON SOUZA (5 jogos • 3 como titular • 1 gol)
Começou titular, fez o primeiro gol noroestino na competição e só. Sugestão: voltar para o XV de Piracicaba, onde é ídolo.
LELECO (7 jogos • 1 como titular)
Está na mesma situação de Giovanni: não estoura. No YouTube, há vários golaços seus atuando na base. No profissional, nada de rede balançar. Uma pena.
RAFAEL AIDAR (15 jogos • 12 como titular • 3 gols)
Teve seu desempenho contestado por Dias a certa altura do campeonato. É raçudo, mas precisa erguer mais a cabeça para enxergar o jogo e antever situações. Será reserva no Paulistão.
PAULO ROBERTO (7 jogos • 1 como titular • 2 gols)
Só foi titular na estreia. Seus dois gols na última partida não salvaram sua pele. Acabou pagando o preço de ser homem de área de um time que criava pouco – e não tinha habilidade para buscar jogo.
DIEGO (10 jogos • 8 como titular • 5 gols)
Vindo do Qatar, era uma das grandes incógnitas. Disposto a ganhar espaço, atuou como centroavante, apesar de aparentar características de segundo atacante – drible e velocidade. Bastante cotado para o Paulistão, poderá ser o homem do segundo tempo das partidas.
Conclusão
Precisa contratar dois laterais, uma dupla de zaga titular (Anderson Marques seria uma boa) e encontrar bons meias de criação – artigo raro. Volante, nenhum! O Norusca está bem servido nessa posição. No ataque, além de Vandinho, Otacílio Neto, Zé Carlos, Diego e Rafael Aidar, poderia vir outro camisa 9 de ofício – Somália, hoje no Duque de Caxias, é um bom nome.