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Balanço final da Copa Paulista

Análise jogador por jogador sugere quem pode continuar para o Paulistão 2011

Revendo os dados, jogo a jogo, desta participação noroestina na Copa Paulista, fica bem clara a intenção de Luciano Dias testar jogadores. No total, 29 atletas entraram em campo nas 16 partidas disputadas (cinco vitórias, quatro empates, sete derrotas; o Norusca marcou 21 gols – 1,31 por partida – e sofreu 25 – 1,56 -, ficando com saldo negativo).

Com o retorno do diretor executivo de futebol, Beto Souza, foi aunciado que o clube contratará de 12 a 15 jogadores. Isto é: para formar um elenco de 25 a 30 profissionais, pelo menos dez têm que ficar. Confira, então, a opinião do Canhota 10 sobre o desempenho de cada um que entrou em campo na Copinha e seu possível aproveitamento para o Paulistão – a esmagadora maioria para ser reserva:

Goleiros

YURI (13 jogos • 12 como titular • 18 gols sofridos)
Mostrou a mesma qualidade do início da Série A2, operou alguns milagres – sobretudo em lances mano a mano com o atacante – e poderá disputar posição com André Luis no Paulistão.

ALEXANDRE VILLA (4 jogos • 4 como titular • 7 gols sofridos)
Atuou no returno da primeira fase, seguindo plano de rodízio estabelecido por Luciano Dias. Há tempos sem jogar oficialmente, mostrou falta de ritmo e falhou em alguns gols. Deve ficar como terceiro goleiro, mas o jovem Weliquem poderia ganhar essa chance.

Laterais-direitos

RAFAEL MINEIRO (7 jogos • 7 como titular • 1 gol)
Seu bom passado maqueano o credenciou, mas foi uma decepção. Contratado para ser testado na Copinha, foi dispensado durante a competição.

MIZAEL (7 jogos • 6 como titular • 1 gol)
Destaque na conquista dos Regionais, empolgou de cara na Copinha, mas foi perdendo espaço. Luciano Dias o considerou afoito, mas o saldo para imprensa e torcida é positivo. Fica a impressão de que foi queimado, mas poderá ser observado nos Jogos Abertos.

Zagueiros

BONFIM (11 jogos • 11 como titular • 2 gols)
Capitão do time, rompeu a barreira de 200 jogos vestindo a camisa alvirrubra. Na reta final, foi para o banco, provavelmente para Dias observar Geilson um pouco mais. Por sua experiência, profissionalismo e ótima convivência com os colegas, deverá ficar para o Paulistão.

GEILSON (9 jogos • 8 como titular • 1 gol contra)
A exemplo da Série A2, oscilou como titular e reserva. Tem um estilo mais clássico, de pouco chutão e eu apostaria nele para ficar no banco.

LELLO (13 jogos • 12 como titular)
Começou muito mal como volante e se encontrou, mais tarde, na quarta-zaga. Compensa sua lentidão com bom posicionamento, mas dá sustos na saída de bola. O saldo? Também poderia compor o banco.

KELISSON (6 jogos • 6 como titular)
Afobado, é mestre em tomar cartão. Dá a impressão de que, amadurecido, pode se tornar um bom zagueiro. Mas, no futuro, não em 2011. Não deixará saudades.

Laterais-esquerdos

ROQUE (10 jogos • 7 como titular)
Unanimidade negativa. Pegava na bola, levava vaia. Eu imaginava que ele iria deitar e rolar sobre a molecada franzina, por seu porte físico. Mas errou muitos passes e pouco chegou ao ataque. Tem contrato até o fim do Paulistão. Rescisão?

GUSTAVO HENRIQUE (8 jogos • 8 como titular • 1 gol)
Chegou no meio da Copinha e não saiu mais do time. Lateral que busca o ataque e chega à linha de fundo, poderia, sim, ser uma opção para 2011, pelo menos na reserva.

Volantes

NEGRETTI (3 jogos • 3 como titular)
Após não ter se firmado na campanha da A2, esperava-se que teria sua grande chance na Copa Paulista. Perdeu a titularidade para Juninho logo de cara – e a vaga para o Paulistão.

JUNINHO (8 jogos • 7 como titular)
Entrou bem e mostrou-se voluntarioso por sempre arriscar chutes de fora da área – embora poucos levassem perigo relevante. Prefiro pensar que perdeu sua vaga de titular nos jogos finais pelo laboratório – ceder lugar a Tales, depois Marcelinho -, não por deficiência técnica, o que significaria ter sido queimado por Dias.

DEIVID (12 jogos •10 como titular • 1 gol)
Chegou como homem da bola parada – fez um gol olímpico que não foi atribuído a ele na súmula e perdeu um pênalti. Sofreu também da “síndrome Hernanes”: volante ou meia? No fim, jogou até de lateral-direito. Mostrou porque começou no Grêmio-RS e depois rodou por clubes menores: falta algo mais.

FRANÇA (2 jogos • 1 como titular)
Entrou em duas partidas fora de casa: na vitória sobre o XV de Jaú e na derrota (como titular) para o Linense. Não comprometeu e, se a base pegar a maior fatia desses dez ou mais remanescentes, pode ganhar uma vaguinha no Estadual.

HERNANI (7 jogos • 7 como titular)
O Tiozão voltou com o status de um dos craques de 2006. Recém-recuperado de uma artroscopia no joelho, ficou devendo, mas não faltaram disposição e passes precisos. O elenco precisará de sua experiência.

TALES (3 jogos • 3 como titular)
Para mim, a mais grata surpresa da Copa Paulista noroestina. Chegou com ótimas referências no início do ano, mas logo operou o joelho – e deixou muita curiosidade sobre seu potencial. É um volante calmo, que toca muito bem a bola e se posiciona melhor ainda. Tomara que fique.

MARCELINHO (2 jogos • 2 como titular)
Outro volante que sabe jogar bola. Acho que o Noroeste não precisa contratar nenhum volante para o Paulistão – ainda mais com o retorno de Júlio César.

Meias

WILLIAN LEANDRO (10 jogos • 4 como titular)
Já foi embora, chamado por Amauri Knevitz – que o trouxe para o Norusca – para reforçar o Corinthians Paranaense. Tem velocidade, certo apuro no drible, mas não é cerebral. E chuta mal a gol. Boa sorte, Willian.

NATHAN (1 jogo)
Atuou poucos minutos na estreia da Copinha. Fica difícil avaliar. Poderá ser observado nos Jogos Abertos.

GIOVANNI (10 jogos • 9 como titular • 1 gol)
É aquele jogador em que todos depositam esperança. É certo que tem potencial, mas esse talento todo ainda não veio à tona. Por ser a “joia” do clube, merece mais uma chance. Mas já não tenho convicção de que vingará.

ALMIR DIAS (7 jogos • 4 como titular • 1 gol)
Os mais exaltados imaginavam ser o protegido do treinador. No fim das contas, foi embora mais cedo. Um canhoteiro que oscila entre cadenciar e ciscar e tem alguns lampejos de camisa 10. Pouco – pouquíssimo! – para um Paulistão.

MARCUS VINÍCIUS (7 jogos • 6 como titular)
Seu último teste no laboratório foi como meia, apesar de ser atacante de origem. Chegou com pedigree de jogador de Seleção de base, mas espantou a todos por ter tão pouco fôlego e apenas 20 anos.

CLEVERSON (12 jogos • 10 como titular • 2 gols)
Imaginei que iria arrebentar na Copinha – fez dois golaços e nada mais. Decepcionou, sobretudo quando Luciano Dias o improvisou no ataque. Mesmo assim, está cotado para continuar no Noroeste. Deve ser um dos jogadores que o treinador acredita que irão render melhor ao lado de colegas mais qualificados.

RICHARD (3 jogos • 3 como titular)
Depois de cinco anos de investimento em sua formação, o clube simplesmente deixa o contrato vencer e libera o menino… Pior: suas atuações foram elogiadas. Pode ter escorrido pelas mãos alvirrubras um grande jogador.

Atacantes

ADILSON SOUZA (5 jogos • 3 como titular • 1 gol)
Começou titular, fez o primeiro gol noroestino na competição e só. Sugestão: voltar para o XV de Piracicaba, onde é ídolo.

LELECO (7 jogos • 1 como titular)
Está na mesma situação de Giovanni: não estoura. No YouTube, há vários golaços seus atuando na base. No profissional, nada de rede balançar. Uma pena.

RAFAEL AIDAR (15 jogos • 12 como titular • 3 gols)
Teve seu desempenho contestado por Dias a certa altura do campeonato. É raçudo, mas precisa erguer mais a cabeça para enxergar o jogo e antever situações. Será reserva no Paulistão.

PAULO ROBERTO (7 jogos • 1 como titular • 2 gols)
Só foi titular na estreia. Seus dois gols na última partida não salvaram sua pele. Acabou pagando o preço de ser homem de área de um time que criava pouco – e não tinha habilidade para buscar jogo.

DIEGO (10 jogos • 8 como titular • 5 gols)
Vindo do Qatar, era uma das grandes incógnitas. Disposto a ganhar espaço, atuou como centroavante, apesar de aparentar características de segundo atacante – drible e velocidade. Bastante cotado para o Paulistão, poderá ser o homem do segundo tempo das partidas.

Conclusão
Precisa contratar dois laterais, uma dupla de zaga titular (Anderson Marques seria uma boa) e encontrar bons meias de criação – artigo raro. Volante, nenhum! O Norusca está bem servido nessa posição. No ataque, além de Vandinho, Otacílio Neto, Zé Carlos, Diego e Rafael Aidar, poderia vir outro camisa 9 de ofício – Somália, hoje no Duque de Caxias, é um bom nome.

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O último suspiro na Copinha

De Bauru

Terminou o laboratório. Se o título da Copa Paulista não era objetivo do Noroeste para o semestre, os 16 jogos disputados foram suficientes para analisar os jogadores – e reprovar a maioria deles. Para o torcedor, a decepção. Que fosse meia dúzia a pagar ingressos, esses noroestinos vão ao estádio para ver o Alvirrubro ganhar, o que não foi possível, com uma escalação diferente a cada partida – para testar o elenco – e um time que nunca entrosou.

Neste sábado (16/10), o último suspiro da agonia: nova derrota para o Sport Barueri, apesar de uma reação no fim da partida. Como não ouvi a partida, compromisso familiar, fico devendo o relato. Publico a ficha, logo abaixo, para manter o histórico. Fiquemos, então, com uma reflexão dessa campanha noroestina, confrontando os desejos do clube e da torcida.

TÍTULO
Clube: quando o time treinava com um mês de antecedência, cheio de remanescentes do acesso, a intenção era buscar o título. O comportamento de Luciano Dias, entretanto, sempre foi de testar jogadores. Pensavam que era possível fazer boa campanha, mesmo escalando um onze diferente a cada jogo. O discurso de laboratório só surgiu após a avalanche de críticas aos maus resultados.
Torcida: para a galera, tem que entrar para ganhar, sempre. Quando a camisa do Noroeste está em campo, sobretudo em um campeonato de baixo nível técnico, tem que se esforçar por brigar pela taça. Ainda mais com pagamento em dia.

LABORATÓRIO
Clube: o elenco foi mesclado por três tipos de jogadores: reservas da A2 – com exceção de Rafael Aidar e Marcelinho -, meninos da base e contratados (Rafael Mineiro, Lello, Kelisson, Gustavo Henrique, Deivid, Hernani, Marcus Vinícius, Paulo Roberto e Diego). A intenção era ver quem serviria para o Campeonato Paulista de 2011. A contradição veio quando Luciano Dias afirmou que seu elenco não se encaixava no estilo de jogo da Copinha (correria e pegada). Conclusão: um experimento não pode dar certo com os ingredientes errados.
Torcida: entre os noroestinos, o coro era quase unânime. Quer testar, aposte na molecada. Isso economizaria em salários e em cobrança da própria torcida. Dias deu, sim, chances para os garotos, mas queimou alguns. Mizael não foi tão mal quanto ele afirmou. Richard, depois de cinco anos de clube, não teve seu contrato renovado, mesmo depois de três boas partidas como titular. Juninho foi sacado do time para Tales e Marcelinho terem vez – mas foi bem. Por outro lado, apostou bastante em dois jogadores que ficaram devendo: Giovanni, eterna promessa, e Leleco, que entrou bastante no segundo tempo das partidas e nunca empolgou.

CENTENÁRIO
Clube: em relação aos ingressos, o clube praticou preços bons, fez pacotes, não há muito a reclamar. Conseguiu atrair o torcedor para a partida festiva contra o Guaratinguetá, com algumas atrações. Depois, só patinou. Pegou o Estoril, de Portugal, em pré-temporada em Porto Feliz e chamou de amistoso internacional em que o seo Damião “não mediu esforços” – os caras nem tinham uniforme de jogo. Sondou Boca Juniors e Remo. Prometeu um dos quatro grandes de São Paulo. E o ‘Centenário Solidário’, preparado em cima da hora, teve um fiasco de público.
Torcida: só queria o básico: planejamento, pensar com antecedência. O clube não poderia desperdiçar a chance de enfrentar um grande time do futebol brasileiro durante a intertemporada (parada para a Copa do Mundo). O Santos veio a Araraquara enfrentar a Ferroviária, por exemplo. O Flamengo, atual campeão brasileiro, estava logo ali, em Porto Feliz…

2011
Clube: foca a elite do futebol paulista e monta um time com contratos vencendo em maio.
Torcida: quer a Série D, primeiro degrau da escalada até a B, que já está de bom tamanho para o Noroeste – dinheiro da TV, jogos durante toda a temporada.

A ficha da última partida oficial do Norusca em 2010:

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Fim da linha para a Locomotiva

Direto do Alfredão

Com um mês e meio de salário atrasado – segundo o próprio treinador Moisés Egert afirmou a Jota Martins, da 87FM – o XV de Piracicaba veio a Bauru num surpreendente e clássico 4-3-3. Isso mesmo: ponta-direita, centroavante e ponta-esquerda. Visitante pra lá de ousado, disposto a definir sua classificação para a terceira fase da Copa Paulista, matou o jogo logo aos nove minutos, suportou a pressão noroestina no segundo tempo e garantiu sua vaga. O Noroeste está eliminado e cumprirá tabela no próximo sábado, contra o Barueri – que venceu a Francana (1 a 0) e também se classificou. A partir de agora, são cerca de três meses até a estreia no Paulistão 2011, tempo suficiente para montar o elenco e prepará-lo para os dois grandes objetivos da próxima temporada: manter-se na elite e garantir a vaga na Série D.

O JOGO

1º tempo
Com clima agradável, a partida começa numa correria frenética, de uma intermediária a outra. Mas a primeira chance de gol ocorre apenas aos cinco minutos, por parte dos visitantes. O XV faz trama dentro da área e a bola sobra para Roni, que finaliza mal, de bico, para fora. Quatro minutos depois, o ofensivo e destemido Nhô Quim abre o placar. O ponta-direita Rogerinho desce em velocidade e cruza rasteiro para Fábio Santos, da marca do pênalti, fuzilar Yuri.

O Noroeste só responde aos 14. Gustavo Henrique faz a ultrapassagem pela esquerda e cruza; Diego cabeceia para fora. Aos 16, Marcus Vinícius tenta gol olímpico e Gilberto espalma. Dois minutos depois, Deivid leva sonora bronca de Luciano Dias, após chutar falta na barreira – com tanta gente esperando na área.

O XV volta a assustar aos 25, em cobrança de falta do canhoto Jordy, que obriga Yuri a se esticar no ângulo direito. A essa altura, o panorama do jogo é de lançamentos longos – e equivocados – por parte do Norusca e contra-ataques envolventes do time alvinegro, até com certa firula. Aos 29, em uma dessas tramas, Marcos Silva chuta de longe e a bola passa rente ao travessão.

Aos 34 minutos, é possível afirmar tranquilamente que o XV bota o Noroeste na roda. Marcos Silva manda no meio, Rogerinho apavora pela direita e o centroavante Fábio Santos se impõe fisicamente sobre a dupla de zaga. Luciano Dias, a exemplo do que faz Guerrinha no basquete, lamenta com o banco de reservas, em tom didático, cada lance equivocado de seus jogadores.

Marcus Vinícius, em chute da intermediária, quase empata aos 38: a bola passa à direita de Gilberto. O Alvirrubro volta a incomodar nos minutos finais, inclusive pedindo pênalti inexistente – para pressionar o árbitro, que tem má atuação, invertendo faltas a favor do XV. Por ingenuidade – ou fé na legalidade – não gosto de pensar em favorecimento. Só posso afirmar que o XV contou com erros da arbitragem nos dois jogos contra o Noroeste (na ida, pênalti inventado pelo bandeira Vicente Romano; na volta, faltas invertidas, permissividade a cera e gol alvirrubro anulado).

Intervalo
Ao microfone de Thiago Navarro, do Jornada Esportiva, Diego assume ter ficado devendo: “Errei a conclusão de duas jogadas”. Já o goleiro Yuri diagnostica: “Temos que ter a cabeça fria e criar um pouco mais”.

2º tempo
Precisando da vitória, o Noroeste chega logo aos 40 segundos, com bom chute de Gustavo Henrique, por cima. Dominante em campo, o Alvirrubro volta a incomodar aos 11, novamente com o camisa 6 pela esquerda, que cruza forte e Rafael Aidar, de carrinho, finaliza para fora.

O Norusca segue com mais posse de bola, mas sem conseguir acertar os passes decisivos. Aos 20, Diego, saindo muito da área, sente a coxa esquerda – que o incomodou no jogo de ida contra a Francana – e pede para sair. Paulo Roberto, homem de área, é incentivado por Luciano Dias. Logo após a terceira substituição, Marcelinho sente cãimbras e parte para o sacrifício – ele não estava no melhor de sua forma.

Aos 27 minutos, o capricho dos deuses da bola. Rafael Aidar desce em velocidade pela direita e carimba o travessão. Na sequência da jogada, Paulo Roberto finaliza rasteiro e a zaga afasta. No minuto seguinte, o susto: Marcos Silva cobra falta no ângulo, do lado de fora da rede.

O sangue rubro esquenta aos 30. Pilhada com a duvidosa atuação da arbitragem, a torcida – com a faixa exposta de cabeça para baixo – não acredita quando vê o gol anulado de Leleco, supostamente impedido. Dois minutos à frente, o assistente deixa o jogo correr em posição duvidosa de Fábio Santos; Yuri, como de costume, opera milagre aos pés do atacante adversário.

Leleco, agora claramente em condição legal, perde gol impressionate aos 35: Gustavo vai à linha de fundo e o camisa 18, sem pulo, carimba a trave esquerda. O goleiro Gilberto se contunde no lance e valoriza o tempo antes de ser substituído por Leandro.

A essa altura, o ofensivo XV já lembra a mais retrancada formação suíça. Aos 40, Paulo Roberto faz o giro na pequena área e o goleiro reserva abafa, a queima-roupa. Aos 43, Marcus Vinícius, no auge de seus 20 anos de idade, está pregado – e o time prefere insistir na armação com ele a lançar a bola na área. Somente depois que o preparador de goleiros Bira berra para Yuri orientar a defesa é que o Noroeste tenta o abafa, lançando bolas à área – sem sucesso. Após o apito final, todo o time do XV vai cumprimentar o trio de arbitragem.

Fim de jogo
Rafael Aidar diz ao Jornada que o momento é de erguer a cabeça. “A vida continua, o Noroeste continua”, filosofa o camisa 11. “A gente sabia que a pressão seria grande, por termos conseguido o acesso. Agora temos que sair com dignidade, fazer um bom jogo em Barueri”, concluiu o goleiro Yuri.

O capitão Hernani assumiu a bronca em nome do time e foi à sala de imprensa, ainda de uniforme, lamentar a eliminação. Depois, foi a vez de Luciano Dias, que destacou a luta do time. “Na vida, nem sempre a gente ganha. Mas houve entrega. Orientei os jogadores para não relaxarem para o próximo jogo, que vale como observação para o nosso trabalho visando o Campeonato Paulista”, disse, não sem antes se irritar com a palavra LABORATÓRIO, enfatizada por ele mesmo semanas atrás.

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Aí, sim! Norusca segue com chances

Direto de Bauru
(ligado no Jornada Esportiva, o único veículo bauruense em Franca)

O Noroeste foi buscar, fora de casa, os pontos que perdeu no empate no Alfredão com a Francana. Sem passar muitos sustos no estádio Lancha Filho, o Alvirrubro conquistou sua primeira vitória (1 a 0) na segunda fase da Copa Paulista e chegou a quatro pontos, deixando a Veterana com apenas dois. Por ter confrontos diretos com XV de Piracicaba (seis pontos) e Barueri (oito), o Trem-Bala só depende de si para passar à terceira fase. Na próxima quarta (13/10), recebe o XV, às 19h30.

O que uma vitória não faz? De laboratório duvidoso, o time voltou a sonhar com o título da Copinha – sempre contando com o apoio dos torcedores, que cobram, como tem que ser, mas não viram as costas.

O JOGO

1º tempo
A Francana vai a campo com um trio ofensivo veloz e começa a partida pressionando o Noroeste. O time bauruense, entretanto, logo se reorganiza e reage, conseguindo uma sequência de escanteios antes dos dez minutos de jogo.

Aos 13, a Veterana quase abre o placar. Cris chuta cruzado e Gabriel, na pequena área, não alcança de carrinho. Dois minutos depois, o mesmo camisa 9 tenta, de bico, mas Yuri defende tranquilo. O Trem-Bala chega com perigo aos 20, em cobrança de falta de Tales que Rodrigo Calchi espalma antes de a bola tocar o travessão.

A partida fica amarrada, com muita correria entre as intermediárias, mas nenhuma chance efetiva de gol até o Noroeste abrir o placar, aos 39. Em troca de passes no meio, a bola chega até Gustavo Henrique. Em ultrapassagem pela esquerda, o lateral arrisca de longe e acerta o ângulo direito de Calchi. O chute venenoso e cheio de curva vai parar nas redes! Norusca 1 a o.

Já nos acréscimos, a Francana chega forte com Gabriel. Lançado, ele fica mano a mano com Yuri, que toma a bola dos pés do atacante, de forma arrojada. Os alviverdes pedem pênalti, sem razão.

Intervalo
Ao microfone de Chico José, repórter convidado do Jornada Esportiva, o atacante Diego comemora a vitória parcial, mas alerta que a bola não chegou até ele, o que é confirmado por Luciano Dias: “Não estamos conseguindo sair jogando”.

2º tempo
Ao contrário do que aconteceu no Alfredão, quando o Noroeste também reiniciou a partida na frente, mas a Francana sufocou de cara, o Alvirrubro se impõe desta vez. E sempre com o brigador Diego lá na frente.

A Veterana só incomoda aos oito, em cabeçada de Júnior Preto que Yuri vai buscar. A partir daí, Diego toma conta. Aos 14, ele cabeceia com perigo e Rodrigo Calchi põe para escateio. Seis minutos depois, o camisa 9 perde gol incrível, cara a cara, chutando por cima.

Aos 24, mudança tática: Roque entra no lugar de Tales e Gustavo Henrique vai atuar na meia. Com o meio-campo mais leve, o Noroeste começa a ceder espaços para a Francana e chega menos ao gol de Calchi. Aos 34, Júnior Preto entra com perigo na área, mas é desarmado por Gustavo na hora exata. A insistência da Francana não é suficiente para chegar ao empate e Yuri tem pouco trabalho até o fim da partida.

Fim de jogo
Chico José, do Jornada, falou com os protagonistas da partida. “Conseguimos segurar bem, agora dependemos só da gente”, comemorou Yuri. “Faltava essa vitória sobre um time aguerrido. Estamos orgulhosos”, disse Aidar, que relatou ter sentido uma fisgada na coxa e pediu para sair, pensando em rápida recuperação para quarta-feira. Gustavo, o autor do gol, minimizou a discussão que teve com Roque (seu concorrente na lateral-esquerda) e avisou: “Daqui pra frente, vamos conseguir os resultados”.

Já o técnico Luciano Dias repetiu o discurso de que o time havia se perdido na intranquilidade durante o campeonato e disse que vai aproveitar essa vitória para animar o elenco. “A competição exige correria e pegada e nosso time é mais técnico. Os resultados ruins deram uma má impressão sobre a nossa qualidade. Temos que descansar, recuperarmo-nos do desgaste de hoje, analisar a condição de cada um e até repensar a escalação. Essa equipe tem qualidade, sim”, reafirmou o treinador.

No papel, sempre foi uma das mais forte dessa Copinha. Se resolver colocar isso na prática daqui pra frente, a galera alvirrubra agradece.

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Luciano Dias: “Por que essa preocupação toda?”

Ok, o Norusca pode contratar bons jogadores, treinar direitinho e jogar bonito no Paulistão 2011 – e essa é a torcida de todos. Mas os corajosos e fiéis noroestinos que têm comparecido ao Alfredão, hoje – e tantos outros ligados no rádio e na internet -, não merecem tamanha indiferença com a Copa Paulista.

Que fique clara a vontade dos jogadores. Dá para perceber que entram nas divididas, vibram, lamentam. Bira, o treinador de goleiros, quase vai à loucura com os erros de arbitragem e grita como louco para orientar a zaga, posicionado nos camarotes, na mesma linha dela. O próprio Luciano Dias gesticula a partida inteira, conversa com os jogadores, dá bronca. Mas, seu discurso final põe tudo a perder, ao deixar claro que essa participação não passa de um laboratório.

Respondendo a perguntas de Jota Martins, da 87FM, Dias instigou os profissionais de imprensa: “Vocês são experientes, conhecem futebol, sabem que não é sempre que isso acontece, gol contra a um minuto, pênalti perdido…”. O repórter “bom de bola” apertou o treinador, questionando a validade deste segundo semestre visando 2011: “Não vejo porque perder a confiança para o Paulistão. Estamos fazendo experiência. Não pode jogar todo mundo num saco e dizer que ninguém vale nada. Há jogadores de potencial que, junto com os atletas que chegarão para reforçar, irão render mais.”

Filosofando, Dias acredita que atletas do calibre de Bonfim, Lello e Hernani, habituados à elite, têm dificuldades para se adaptar a uma Copinha. Para ele, times menos expressivos estão acostumados a esse nível de disputa. Convenhamos: se tomam correria de molecada da A3, como será em um confronto com os meninos da Vila?

Por fim, Luciano Dias entrou em contradição, pois sempre assumia a responsabilidade de treinar e escalar, mesmo com Marcos Antônio atuando à beira do gramado. Num momento de autodefesa, porém, disse a Thiago Navarro, do Jornada, a seguinte frase: “Por que essa preocupação toda? Só perdi uma partida em casa comandando o time do banco [contra o Barueri]”. Isto é, tirou sua responsabilidade sobre os jogos dirigidos pelo auxiliar. Infeliz, a postura.

Ainda sigo na contramão dos colegas e da torcida, com dúvidas se a demissão de Dias é o melhor caminho para o Noroeste. Suas últimas declarações, porém, deixaram-me com poucos argumentos. Só torço para que Damião Garcia, se for trocar, que seja logo após a Copinha. Que não repita o erro de começar com um técnico que logo cai – lembram de Fescina e Scarpino?