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Noroeste pode vencer o Palmeiras. Por que não?

Coluna Papo de Futebol desta semana fala do jogão desta quarta no Alfredo de Castilho

Para quem não leu –  ou quer ler de novo – segue a coluna Papo de Futebol publicana na última segunda (7/3) no jornal Bom Dia Bauru.

Vencer o Verdão: por que não?

Ao Noroeste não interessa mais empate, seja em que campo for. Em outras circunstâncias, a igualdade fora de casa contra o então líder do campeonato, Mirassol, seria comemorada. Mas, ainda mais da forma como foi – abrindo 2 a 0 –, o time bauruense só tem a lamentar mais dois pontos perdidos. Situação na classificação à parte, é bom destacar que a equipe jogou bem na partida da última sexta-feira.

O Norusca sufocou o adversário no primeiro tempo e foi pouco atacado. Depois do apagão nos minutos iniciais da segunda etapa – mais mérito do ataque mirassolense do que falha alvirrubra –, o time soube suportar a pressão amarela. Quando não teve jeito, o goleiro André Luis salvou.

A lamentar, mais uma contusão de Otacílio Neto, dúvida para o próximo jogo – a exemplo de Diego. Não concordo com críticas de que o atacante está aderindo ao “chinelinho”. Ele se notabilizou em Bauru exatamente por sua conduta profissional. Quem já conversou com Tatá uma vez na vida sabe de sua obstinação e vontade de estar em campo. Podem questionar a diretoria por sua contratação, mas nunca o caráter desse atleta.

Cinzas verdes
Com a incrível marca de sete empates em 11 jogos, o Norusca não pode se dar ao luxo de perder para o Palmeiras, na próxima quarta de cinzas, nem sob o argumento de o adversário ser um time grande. Precisa fazer valer seu mando de campo. O que, diga-se, será pelo fator de maior adaptação ao gramado, pois a expectativa é de que haja mais alviverdes nas arquibancadas.
Vencer o Verdão, que ainda oscila muito, não será nada de outro mundo. O time da capital já foi líder, mas hoje ocupa apenas o quinto posto após empatar com o fraco Santo André, no Pacaembu. Não cometer faltas na entrada da área, evitando assim os chutes de Marcos Assunção, será boa medida. Outra: não descuidar da marcação de Adriano Michael Jackson no jogo aéreo.
No Alfredo de Castilho, para alívio noroestino, o técnico Felipão não poderá contar com Kleber Gladiador. O atacante Patrik também está fora. Em compensação, são grandes as chances de Valdivia estar em campo.

Palcos vazios
Não tenho muita esperança de um grande público no Alfredão para o duelo contra o Palmeiras. Aquele encanto de ver time grande de perto está diminuindo na mesma proporção em que o preço do ingresso sobe. Exemplo disso ocorreu no sábado passado. Apenas 2.213 pessoas pagaram para ver Oeste x Santos, em Itápolis. Em Lins, apesar dos mais de 50 anos fora da elite, foram somente 6.234 pagantes no duelo Linense x Corinthians. O passeio dos grandes pelo Interior era meu melhor argumento em defesa dos Estaduais…

Centésimo
O Palmeiras poderá marcar seu gol número 100 em jogos contra o Noroeste pelo Paulistão. Em 55 confrontos no Estadual, são 35 vitórias do Palestra, 13 empates e sete vitórias noroestinas. O Verdão soma 99 gols no duelo e o Norusca, 41. As estatísticas incluem partidas das edições de 1956 e 1957 – que não aparecem no Futpédia do GloboEsporte.com –, anos em que houve uma fase preliminar que definia classificados para Série Azul (o Paulistão de fato, para o site) e Branca (repescagem contra o rebaixamento). O confronto em Bauru, portanto, será o de número 56.
Das sete vitórias alvirrubras sobre o Verdão, duas delas foram conquistadas na última década. Em 2007, no Parque Antarctica, por 2 a 1 (gol da vitória de Otacílio Neto, de perna direita, a mesma que errou incrível gol em Mirassol…), e em 2008, no Alfredão, gol de Vandinho e 1 a 0 no placar.

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Complicou, Norusca!

Coluna desta semana no Bom Dia acende a luz vermelha no Alfredão

Complicou

Resultados desconstroem argumentos. Sempre afirmei que o Noroeste não cai, por ser um time que criava no ataque e só precisava arrumar a zaga. Criava. Após sua pior partida no campeonato – nem na derrota por 5 a 1 em casa, para o Americana, fora tão apático – o Alvirrubro volta à zona de rebaixamento. Se continuar com essa bolinha, minha previsão vira fumaça. Previsão essa não motivada por otimismo, sério. Ainda dá, mas o tal fantasma do rebaixamento já está puxando um dos pés.
O atacante Danielzinho, do São Bernardo, em entrevista no intervalo da partida, definiu bem o que foi o time do ABC no primeiro tempo: agressivo. Partiu pra cima de um Noroeste acanhado, inofensivo, que obrigou o goleiro adversário a fazer uma única defesa, aos 36 minutos! Registre-se, entretanto, o escandaloso pênalti marcado a favor dos aurinegros. Renderá uma nova carta lamentosa da Federação Paulista, que não muda nada na classificação…
O treinador Lori Sandri teve que abandonar o 3-6-1 ainda no primeiro tempo, colocando Diego. Mas não precisava tirar Halisson, o melhor zagueiro do time! O técnico foi ainda mais infeliz no segundo tempo, ao colocar o meia Altair. Lento, muito lento, destruidor de contra-ataques. O segundo tempo, aliás, foi desacelerado e o Bernô apenas administrou sua vantagem.

Conta contra degola
Seguindo o raciocínio dos salvadores 21 pontos, seguem faltando 13, agora com 30 a disputar. O Alvirrubro precisa ter um aproveitamento de 43% para chegar lá. E a vaga para a Série D está bem longe.

Previsão furada
O diretor executivo do Noroeste, Beto Souza, afirmou a mim e aos colegas do Jornada Esportiva, ainda em 2010, que o time marcaria nove pontos nas três primeiras rodadas do campeonato: venceria Santo André em casa, o Botafogo fora e um Corinthians vindo de curta pré-temporada, no Pacaembu. Como se sabe, passadas nove rodadas, essa pontuação ainda não foi alcançada.

Desafio

O questionamento de semana passada nesta coluna refletiu no Complexo Damião Garcia. A diretoria baixou o ingresso para R$ 30 e lançou um desafio aos torcedores: só manterá o preço para as próximas partidas se o público pagante contra o São Caetano alcançar 5 mil. Difícil, pois a arquibancada é reflexo do time em campo.
O Noroeste justificou ainda que não baixa mais o preço – o que é permitido pela Federação, como comprovado aqui – por não ter apoio do empresariado local para subsidiar tal ação, o que acontece em outras cidades, segundo o marketing do clube.
Por fim, o Norusca tentou ser coerente ao anunciar que qualquer promoção daqui pra frente não poderá ter preço do ingresso mais baixo do que aquele já adquirido com antecedência pelo torcedor “Primeira Pele”. Escorregou. Quem comprou o pacote entre o final de novembro e o início de janeiro pagou R$ 325 pelos nove jogos, o que resulta em pouco mais de R$ 36 por partida. Valor maior do que os R$ 30 atuais, evidentemente…

Timão mordido
Se ainda não convenceu, o Corinthians ao menos tem entrado com motivação extra em clássicos. As piadas dos rivais pela queda na Libertadores viraram elixir para o Timão, que fez convincente 3 a 1 sobre o Santos. O Alvinegro ainda descobriu que Fábio Santos é bom na bola parada.

Lucas, o cara
O moleque que arrebentou no Sul-Americano sub-20 já retornou ao Morumbi gastando a bola. No São Paulo, virou referência técnica, acima de Rivaldo. Finalmente cai do pé mais um fruto de Cotia.

Texto publicado na coluna Papo de Futebol, do jornal Bom Dia Bauru de 21 de fevereiro de 2011

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Noroeste precisa de mais 13 pontos para não cair

Calculadora na mão

Dito e feito. O Noroeste perdeu para o Santos na Vila Belmiro – uma partida que não entrava na conta alvirrubra. Valia, como escrito na semana passada, como termômetro do time bauruense para o restante do campeonato, que segue produzindo ofensivamente – mas não pode desperdiçar pênalti, Zé! –, pois obrigou o goleiro Rafael a trabalhar duramente duas vezes.

Entretanto, a zaga ainda merece atenção. Ou melhor, o posicionamento defensivo. O primeiro gol do Peixe saiu de contra-ataque, após escanteio noroestino. Júlio César ficou na cobertura, marcando Zé Eduardo, e perdeu na corrida para ele. E o lado direito da zaga, com Cris, sofreu com as investidas de Diogo, que pedalou e driblou por ali como quis… O grande nome da retaguarda é Halisson.

Com isso, constata-se que melhor seria ter contratado um zagueiro experiente do que um meia. Victor Júnior, o novo reforço, é uma incógnita, mas com carimbo do treinador. Lori Sandri o treinou no Marítimo, de Portugal, na temporada 2008/2009. Além disso, o jogador é formado no futebol paranaense, base do trabalho do técnico alvirrubro.

Contas contra degola
Nas últimas seis edições do Paulistão, quem fez 21 pontos não caiu. Esse número, portanto, é uma boa referência para o Noroeste. Hoje com oito, faltam 13 para escapar. Com 33 por disputar, o Norusca precisa de um aproveitamento de 40%. Simplificando: vencer São Caetano, Ponte Preta e Grêmio Prudente no Alfredão (nove pontos) e conseguir mais quatro fora (uma vitória e um empate em seis jogos). Não incluí Palmeiras e São Paulo na conta, mesmo em casa. Pontuar contra esses grandes, então, tornará a tarefa melhor. Vendo assim, não parece difícil. Basta jogar bola direito.

Preço do ingresso
Quando anunciou os preços dos ingressos para este Paulistão, o Noroeste justificou os R$ 40 de arquibancada pela necessidade de cobrir custos da adaptação do estádio Alfredo de Castilho ao Estatuto do Torcedor – incluindo o sistema de monitoramento por vídeo. Ok. Nos últimos tempos, entretanto, a diretoria já se justificou baseada no preço mínimo estipulado pela Federação Paulista de Futebol, R$ 30. A coluna entrou em contato com a FPF e é possível, sim, praticar preços menores, como vêm fazendo vários clubes. Abre aspas para a resposta da entidade: “A FPF tem o poder, pelo Regulamento Geral de Competições, de estipular o valor dos ingressos para os campeonatos que ela organiza, mas dá autonomia ao clubes para colocarem seus preços, seja para mais ou menos de R$30,00. Para isto, o clube precisa comunicar a FPF via ofício”. A diretoria alvirrubra poderia ter mantido o argumento anterior…

É caro mesmo
As despesas (arbitragem e outras tantas taxas) a cada mando de campo estão na casa dos R$ 20mil. O Noroeste teve prejuízo em três de seus quatro jogos no Alfredão. Mesmo assim, tem uma receita líquida de bilheteria, até agora, de R$ 20.967,30 – a partida de estreia salvou os cofres. A média de público do clube é de 1.142 pagantes por partida. A sabedoria popular diz que os preços são majorados porque a maioria paga metade. Faz sentido: 83% dos ingressos vendidos pelo Norusca foram de meia-entrada.

Pacotes
Outra questão respondida pela Federação foi a respeito dos borderôs. Segunda a FPF, os ingressos comprados por pacote promocional estão incluídos nos boletins financeiros – apesar de não especificados. A coluna indagou o Noroeste sobre a quantidade de pacotes vendidos para os nove jogos e aguarda resposta.

Valeu, Ronaldo!
Hora de deixar o papo de gordo de lado e aplaudir o fechar das cortinas da brilhante carreira do Fenômeno. O maior ícone do futebol mundial nos últimos 15 anos.

Texto publicado na coluna PAPO DE FUTEBOL, do jornal BOM DIA BAURU, no dia 14 de fevereiro de 2011

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Coluna Papo de Futebol de 17/1/2011

Coluna ‘Papo de Futebol’, publicada na edição de 17 de janeiro de 2011 no jornal Bom Dia Bauru

A noite tinha todos os ingredientes fora de campo: clima agradável, bom público e muito entusiasmo pela volta do Noroeste à elite estadual. No gramado, o resultado derruba a previsão do diretor Beto Souza, de nove pontos nas três rodadas iniciais. Nesse empate com o Santo André, faltou fôlego a Vandinho e Otacílio Neto – e o treinador Luciano Dias pagou o preço por escalar os dois principais reforços, com menos tempo de preparação. Com Tatá na esquerda, Gleidson (elogioado por suas descidas na pré-temporada) pouco apoiou. Ainda bem que Márcio Gabriel assumiu pelo outro lado e fez seu golaço. Já Vandinho, nem de longe, lembrou as arrancadas de 2007 – enquanto Aleílson voou nos treinamentos.
A correção tática veio tarde: Aleílson na frente (aos 22 minutos) e Altair no meio (aos 37), para ajudar o sobrecarregado Ricardinho (o assistente). Lá atrás, a defesa cochilou nos dois gols, sobretudo o primeiro, em que Richelly recebeu livre na pequena área. De pronto, torcedores manifestaram insatisfação com Luciano Dias, questionado desde a última Copa Paulista. São dois meses de montagem de elenco, muito trabalho e um jogo apenas. Vamos com calma, mas sempre de olho.

Sombra de 2009
O último rebaixamento noroestino ficou marcado pela desastrosa gestão de Fernando Garcia. A partir daquela parceria, o filho do Seo Damião entrou de vez no agenciamento de jogadores – ficando com os direitos de algumas joias noroestinas, como Felipe Barreto e Joãozinho. Hoje, ele não interfere na gestão, como garantiu Beto Souza, mas emplacou sete jogadores de sua empresa (LF Assessoria Esportiva) no elenco do Norusca: o zagueiro Matheus, o volante Marcelinho, os meias Altair, Vandinho e Giovanni e os atacantes Diego Oliveira e Otacílio Neto. Antes de assoprar a corneta, é bom reconhecer: todos têm qualidade.

Manto e estrutura
Não dá para colocar somente na conta do peso da camisa as vitórias tranquilas de Santos e São Paulo em suas estreias. Mesmo com dez dias de pré-temporada – muito menos tempo do que seus adversários –, sobraram contra Linense e Mogi Mirim. Jogadores de grandes clubes já têm uma condição física estabelecida, com todo seu staff de fisiologistas, nutricionistas e preparadores. Após as férias, portanto, fala-se em recondicionamento por lá. Então, aquela conversa de que os pequenos largam na frente por estarem correndo desde novembro, não passa de lenda. Mais do que fôlego, as zebras costumam ter elenco qualificado e, principalmente, entrosado.

Calma, palestrinos!
Bastasse o poder do escudo, o Palmeiras teria vida mais fácil contra o Botafogo, no último sábado. Torcedores reclamaram que os erros são os mesmos de 2010. Claro: o elenco e o treinador são os mesmos! Quando Thiago Heleno tiver condições, Felipão deverá testar o 3-5-2 e, aí sim, tentar dar uma nova cara ao Verdão. E a torcida se pergunta: a grana que iria bancar a vinda de Ronaldinho trará o ídolo Alex? Perder outro leilão – agora para o São Paulo – seria golpe duro para os palestrinos, impacientes desde sempre.

Treino luxuoso
O melhor dos treinos não substitui uma partida oficial, ainda mais com adversário bom. A vitória do Corinthians sobre a Portuguesa foi um ensaio perfeito para a Pré-Libertadores. O jogo de ida contra o Deportes Tolima, da Colômbia, será no Pacaembu, onde será preciso fazer bom saldo. Não chegar à fase de grupos do torneio continental é uma catástrofe sem cogitação. Ainda mais com Ronaldo pronto e motivado no último ano de sua vitoriosa carreira.