Cliques da vitória de 85 a 58 de Bauru sobre Limeira
Fotos de Sergio Domingues/HDR Photo/Bauru Basket
Fotos de Sergio Domingues/HDR Photo/Bauru Basket
Direto da Luso
Vareio de bola. Passeio. Goleada – ou melhor, cestada, melhor ainda, “cestaiada”, para bom mineiro. Valeu cada centavo do ingresso a vitória do Itabom/Bauru sobre a Winner/Limeira, nesta noite de domingo (25/9). Depois de um primeiro tempo muito truncado – a ponto de o segundo quarto terminar com míseros 11 a 5 -, os guerreiros deslancharam na metade final da partida e levaram a galera ao delírio. Afinal, impor 27 pontos de diferença ao atual campeão paulista e até então líder da chave A foi para aplaudir de pé.
Contra o colega de Seleção, Benite, Larry Taylor gastou todo o seu repertório. Foi quase perfeito nos chutes de três (4 de 5) e suas infiltrações desnortearam a defesa adversária. Numa delas, finalizou colocando efeito na bola, para deixar incrédulos os terráqueos dentro e fora da quadra. Fechou o jogo com 28 pontos, seis rebotes e sete assistências.
Fischer segue com a mão calibrada e é bom vê-lo ajudar o jogo a fluir, não apenas ser um finalizador. Roubou uma bola fantástica no último quarto, deu quatro assitências e, como sempre, foi o regente da torcida.
Jeff fechou o duelo com um duplo-duplo (13 pontos, 15 rebotes) e consolidou sua posição de melhor aproveitamento do Paulista em chutes do perímetro – nesta noite, ótimos 71%. Já Pilar, o maior dos guerreiros, xodó da galera, só não foi o craque do jogo porque é deste planeta… Também chegou ao duplo-duplo (13 pontos, 13 rebotes) e abriu aquele sorrisão ao atender cada fã que foi abraçá-lo após o show.
Destoante no quinteto, apenas Douglas. Parecia desligado, não acompanhava o ritmo dos colegas. Na entrevista pós-jogo, o técnico Guerrinha até estranhou meu questionamento, depois de um jogaço do time bauruense. Mas a preocupação é com o que vem pela frente. Foi apenas uma noite infeliz ou o camisa 13 ainda sente a falta de ritmo pós-contusão? E longe de mim querer bancar o psicólogo, mas será que o pivô não sentiu a ausência de seu nome na lista de Magnano para o Pan-Americano? Enfim, Douglas tem bola e personalidade suficientes para ainda arrebentar neste Paulista. Como disse o treinador: “Imagine se ele tivesse jogado bem?”. Limeira teria perdido o rumo de casa… Guerrinha ainda comentou que os adversários jogaram muito abertos e com uma formação de baixa estatura, o que também comprometeu o estilo de jogo de Douglas.
Como era de se esperar, o revezamento foi menor, em duelos chave é comum os titulares ficarem mais tempo na quadra. Mas foi interessantíssimo ver Gui como sexto-homem. Foram 20 minutos em quadra, apenas três pontos, mas um importante trabalho defensivo, o que tem sido cada vez mais seu ponto forte. Aleo permitiu que Larry descansasse um pouco e Gaúcho também deu sua contribuição. Luquinha vem perdendo espaço, mas terá seu momento de amadurecer na Liga de Desenvolvimento Olímpico.
Quanto aos grandalhões que chegaram nesta temporada, senti falta de ver Mosso em quadra. Ele sempre faz um arroz com feijão benfeito, com chute seguro e alguns rebotes, e não é um jogador para ser maturado no banco, como é o caso de Alex e Andrezão. De qualquer forma, Guerrinha sabe que pode contar com ele.
Enfim, o time esteve perto da perfeição e mostrou que brigar pelo título paulista é uma realidade. Um confronto lá na frente com Pinheiros, para medir forças, já é bastante esperado. E, apesar do passeio desta noite, é bom respeitar Limeira, equipe raçuda que contou com Benite apenas pela segunda vez. O jogador ainda vai dar o que falar como armador desse time.
“Treinamos muito para chegar nesse nível, o time está bastante motivado e a defesa funcionou muito bem. Prova disso é que o placar deles foi baixo. Marcar 85 pontos está dentro da nossa média, mas sofrer apenas 58 de Limeira mostrou a força da nossa defesa hoje. Foi um passo importantíssimo para terminarmos em primeiro do grupo”, avaliou Guerrinha.
Para fechar a primeira fase, Bauru enfrenta dois jogos fora, contra Rio Claro (1/10) e Franca (8/10). Os 24 pontos de diferença na vitória sobre Franca no primeiro turno dão tranquilidade para uma suposta derrota com menor diferença, o que será importante na classificação. Mas pelo que o time tem jogado, vencer lá não será coisa de outro mundo. Afinal, há um Alienígena por aqui…
Direto do Club Paulistano, em São Paulo
A primeira impressão que tive ao entrar no salão de festas do Paulistano – aliás, que clube bacana! – foi constatar o quanto sou baixinho. Ou não. Eles é que são altos demais. Muito basqueteiro junto me fez olhar bastante para o alto! Baixinho, ali, ou era cartola ou jornalista…
Muitos rostos conhecidos marcaram presença: a rainha Hortência, o técnico da seleção feminina, Enio Vecchi, o locutor Roby Porto, do Sportv, os árbitros, diretores dos clubes, os atletas de Brasília e Pinheiros em peso. De Franca, vieram Hélio Rubens, seu filho Helinho, além de Dedé e Benite.
A diretoria do Bauru Basket foi representada pelo presidente Pedro Poli, o vice Joaquim Figueiredo e o diretor Vitor Jacob. Guerrinha, recém-chegado da China, veio acompanhado da esposa. “Estou confuso”, brincou, fazendo trocadilho com o fuso horário.
Enquanto o bufê servia os convidados (uísque, champanhe, cerveja, refrigerante, água e salgados), a premiação foi antecedida pela fala do presidente da Liga Nacional de Basquete (LNB), Kouros Monadjemi. E o homem foi com alfinetes nos bolsos! Ao citar a Penalty, parceira da competição, lembrou da polêmica sobre a qualidade da bola e disse que o material melhorou muito. Mas, finalizou dizendo esperar que a bola chegue na “qualidade que desejamos”. Isto é, ainda está devendo… Kouros elogiou a postura dos 15 clubes (“Não é fácil ser correto, justo e transparente como todos os 15 clubes foram”), mas fez questão de dizer que espera que continuem na linha, sem causar confusões em quadra. Por fim, na maior das alfinetadas, ao comemorar o bom nível dos atletas locais, que podem servir a Seleção, disse que o pivô Nenê seria um ídolo caso se dedicasse mais ao Brasil.
Começa a premiação, apresentada pelo global Luis Ernesto Lacombe. O jornalista tentou descontrair, arranca tímidas risadas aqui e ali. Forçou a barra ao pedir que Hortência contasse uma história em que Cleber Machado a pegou no colo no estúdio da Globo e ambos caíram. Tivesse mantido a formalidade, seria nota dez com sua boa voz, mas derrapou.
Entre os premiados (confira a lista completa abaixo), Larry Taylor como melhor armador. No telão, grandes jogadas suas, inclusive a rebodunk contra Franca, com direito a barulho da torcida vibrando com o lance. O presidente Pedro Poli recebeu o troféu em seu nome, pois o norte-americano passa férias nos Estados Unidos.
Terminadas as formalidades, cumprimentei o gerente da liga, Sergio Domenici, bati um papo com o pessoal da Globo Marcas, que estavam felizes com os resultados do NBB3, principalmente a repercussão do Jogo das Estrelas – comenta-se que desejam repetir a dose em Franca na próxima temporada. O assessor de imprensa da LNB, Guilherme Buso, comentou ter sido um pecado Bauru perder o quarto jogo para o Flamengo. Ele esteve na Sem Limites naquele dia. “Bauru merecia ir para o quinto jogo!”, lamentou. Buso demonstrou preocupação com a questão da Panela de Pressão, após concordar que o Jogo das Estrelas aqui seria uma boa.
Com o clima bem descontraído, convidados confraternizavam enquanto era servida uma boa massa. Hortência com a filhinha de Cipriano no colo, o pessoal de Franca assinstindo em um notebook o vídeo motivacional preparado para o eventual quinto jogo. Troquei ideia com o árbitro Pacheco, muito simpático, que disse ter lido e gostado da entrevista que fiz com ele. Por fim, entrevistei o MVP Guilherme Giovannoni – conteúdo que postarei em breve.
Renderia muito mais entrevistas, mas preferi observar os bastidores, fazer contatos.
E, claro, conversei bastante com Guerrinha. Ele deu boa notícia: é quase certa a renovação com Jeff Agba. E mais: recebeu um convite extra-oficial para fazer a pré-temporada do Bauru Basket na China. Aliás, estava encantado com o país oriental, contando os sinais do progresso capitalista por lá, a facilidade para andar de trem, as características dos comerciantes, a beleza dos ginásios. “A molecada adorou!”. Lamentando não ter conseguido enviar e-mail com notícia do último amistoso, contou que o Brazilian All Star Team perdeu, fechando a viagem com quatro vitórias e quatro derrotas. “Mesma campanha de Brasília quando foi lá”, ressaltou. Segundo o treinador, Douglas Nunes anotou 34 pontos no derradeiro compromisso. “Jogou muito!”.
NOVIDADES DO BAURU BASKET
Claro que falamos de Panela de Pressão, ele se mostrou preocupado e afirmou que o assédio do pessoal de Campinas – presente à festa – continua. “O time não vai acabar”, adiantou. Portanto, sem ginásio… Já me despedindo de Guerrinha, ele conta que o Itabom/Bauru, fechando a cota de copatrocínio master, vai atrás de um bom pivô brasileiro e, para o NBB4, de mais um estrangeiro. Por ora, para o Paulista, arrisco que Gaúcho é nome quase certo, pelo entusiasmo que ele falou da participação do atleta na excursão. E citou o pivô André (1,89m, 20 anos***) – atuou no último NBB por Assis – como provável reforço.
***Atualizado agradecendo ao torcedor “LucasMRV”
Finalizo este longo texto (espero que tenha chegado até aqui), com uma foto que simboliza cada torcedor do Bauru Basket. Se jornalista tem a missão de levar informação, entrego a vocês o troféu de Larry Taylor. Afinal, cada torcedor que vibrou com as jogadas mágicas do Alienígena, que o apoiou, merece tocar nessa taça. E, ao pedir aos diretores para tirar essa foto, disse que o faria em nome da torcida. Aqui está:
Abaixo, a lista completa dos premiados do NBB3:
Melhor Jogador (MVP)
Guilherme Giovannoni (Brasília)
Armador
Larry (Bauru)
Alas (2)
Alex (Brasília)
Marquinhos (Pinheiros)
Pivôs (2)
Guilherme Giovannoni (Brasília)
Murillo (São José)
Melhor Sexto Homem
Benite (Franca)
Melhor Técnico
Hélio Rubens (Franca)
Revelação
Benite (Franca)
Jogador que Mais Evoluiu
Benite (Franca)
Melhor Defensor
Alex (Brasília)
Cestinha
Marcelinho (Flamengo) – 26,2 pontos
Reboteiro
Shilton (Joinville) – 8,5 rebotes
Assistente
Fúlvio (São José) – 7,0 assistências
Melhor Ataque
Brasília – 88,1 pontos
Melhor Defesa
São José – 79,7 pontos sofridos
Troféu Fair Play
Uberlândia
MVP das Finais
Guilherme Giovannoni (Brasília)
Melhor trio de arbitragem
Cristiano Maranho, Marcos Benito e Sérgio Pacheco
Árbitro Destaque
Carlos Renato dos Santos
Árbitro Revelação
Andreia Regina Silva