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Qual a posição de Danilo na seleção?

Criticado na lateral, em boa fase como zagueiro do Flamengo, Danilo volta a ser chamado por Dorival Júnior

A lista de Dorival Júnior para as partidas contra Argentina e Colômbia pelas eliminatórias, como de costume, não trouxe muitas surpresas. O novato, o lateral-direito Wesley, do Flamengo, era o óbvio ululante. Paquetá fora, por contusão, evita o constrangimento de estar na lista com julgamento marcado na Inglaterra, que pode bani-lo do futebol. Neymar dentro, pois ninguém ousaria ignorá-lo, estando saudável.

Surpresa, talvez, a ausência de um centroavante de ofício, considerando que Matheus Cunha agora é meia e teve a boa fase premiada. João Pedro é o mais próximo do que ainda costumamos chamar de “camisa 9” em tempos de numeração fixa. Endrick poderia estar na lista. Ser reserva de MBappé no Real Madrid não diminui sua qualidade – e o moleque tem estrela.

Mas a boa discussão da convocação é a presença de Danilo. Entre os jogadores mais criticados nos últimos jogos da seleção, por não ter o mesmo vigor físico de outrora como lateral, o jogador reapareceu bem como reforço do Flamengo, atuando como zagueiro (função que já vinha exercendo na Juventus).

Dorival fez uma pegadinha. Anunciou a lista com “defensores”, unindo laterais e zagueiros. Na real, tem Wesley e Vanderson como laterais-direitos e apenas Arana para a lateral-esquerda. Danilo é o coringa (já jogou na esquerda até na última Copa do Mundo) e o treinador sugeriu aos jornalistas que fizessem o exercício criativo de imaginar o que ele fará com seus “jogadores versáteis”.

Verdade seja dita: Danilo está na lista porque começou bem no Flamengo, isto é, manteve-se em evidência e, principalmente, porque ele é o capitão de Dorival até aqui. Se haverá uma transição, se Neymar assumirá a braçadeira, saberemos mais tarde. Mas, como é de costume com treinadores brasileiros (Tite, Felipão e cia.), confiança e gratidão são tão importantes quanto desempenho.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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