Fora o baile
Um linda tarde de domingo, com a colaboração de São Pedro para o show do colega São Paulo. Foi um passeio tricolor no Alfredão. E é exatamente isso que incomodou. Porque perder estava na conta, mas não colocado na roda, deixando ainda mais evidente a fragilidade do Noroeste e a dificuldade que terá para vencer o Ituano, domingo que vem, em Itu.
Empatar com o clube do Morumbi pouco adiantaria. O Norusca estaria na mesma 17ª posição e continuaria com a necessidade de secar Linense e São Bernardo. Pensando friamente, foi melhor assim: estivesse com um ponto a mais, a possibilidade (remota) de permanecer na elite com um empate (desde que um dos concorrentes perdesse) entraria em jogo e criaria uma indesejável zona de conforto.
Portanto, jogadores do Noroeste, não há outro jeito: é obrigatório vencer o Ituano e ainda secar os outros. Vencendo, o Alvirrubro torce por um empate de Linense (contra o São Caetano, fora) ou São Bernardo (contra a Portuguesa, fora) para continuar na Série A-1. Iria a 20 pontos e um adversário direto ficaria com 19. Simples assim. Simples? Só para a matemática. Para a boleirada, jogo duro. Para o pobre torcedor, um sufoco…
Inofensivo
O Noroeste inexistiu no ataque. O bonito gol de Aleílson foi um lampejo. Antes, duas cobranças de falta de Otacílio Neto que levaram perigo. E só. Diego passou batido, o próprio Otacílio não incomodou com a bola rolando e Vandinho não foi eficiente na armação. Os laterais, mesmo com a liberdade de terem três zagueiros e dois volantes como retaguarda, foram nulos na frente. Assim, seria mesmo impossível aprontar alguma.
Aliás, time pequeno gosta de se agigantar contra grande em partida de TV aberta, mas o Norusca, na verdade, encolheu. Em momento algum atacou em bloco, não fez tabelas. Era sempre um solitário alvirrubro lutando contra o trio de defesa tricolor.
Perguntar não ofende
Por que o lateral-esquerdo Gustavo Henrique, um dos melhores em campo na vitória sobre a Portuguesa, não foi escalado como titular? Por que o público no Alfredão aparentava ser muito maior do que os 7.658 pagantes anunciados?
Chororô
Rebaixado ou não daqui uma semana, o Noroeste precisará definir o que quer da vida. Espero que o presidente Damião Garcia não venha, de novo, ameaçar renúncia. Até porque imagino que não haverá a comoção de outros tempos. Se ele pedir pra sair, que o deixem partir. Novelinha, de novo, não.
Dagoberto
Sempre me perguntei porque Dagoberto nunca caiu nas graças do torcedor são-paulino. No clube desde 2007, sempre deixou seus golzinhos. Sempre, porém, levou cartões, deu entrevistas polêmicas e reclamou de momentos na reserva. Deve ser por isso. Este ano, porém, está jogando o fino e foi o melhor em campo em Bauru. Participativo, mexeu-se por todo o setor de ataque, bateu falta, recuou, pressionou a saída de bola. E fez um golaço: da entrada da área, tinha liberdade para dominar e escolher o canto, mas, confiante, sapecou a bola no ângulo, pegando de primeira. Depois dessa, foi merecidamente aplaudido em sua substituição.
Falcão
Novidades no futebol são sempre bem-vindas. O retorno de Falcão à função de treinador, no seu querido Internacional, será acompanhado com curiosidade e entusiasmo. Em seus tempos de técnico da Seleção, em 1991, foi boi de piranha como Leão, dez anos depois: Ricardo Teixeira aconselhou convocar jogadores que atuavam no Brasil, mas não os bancou depois de insucessos. Falcão merece uma nova avaliação. Boa sorte.
Texto publicado na coluna Papo de Futebol da edição de 11 de abril de 2011 do jornal BOM DIA BAURU
Foto na homepage: Cristiano Zanardi/Agência Bom Dia