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Barcelona, campeão da Champions League

Cereja do bolo

Texto publicado na edição de 30 de maio de 2011 do jornal Bom Dia Bauru

A Seleção Brasileira logo entra em campo para amistosos e, em julho, encara a Copa América. Um teste e tanto para Mano Menezes, pois a competição será na Argentina de Messi. Diante disso, pergunto: você quer ver o Brasil vencer os hermanos ou prefere perder jogando bonito? De minha parte, irrita essa obrigação imposta por boa parte da imprensa de que o escrete (como dizia Nelson Rodrigues) precisa dar espetáculo. A prioridade é vencer, jogo vistoso é lucro.

Afinal de contas, quando você, leitor, torce para o seu time, não exige show de bola, certo? Por acaso algum corintiano ficaria constrangido se seu time, claramente inferior ao Santos de Neymar, conquistasse o título paulista na raça? Claro que não.
Por isso é que defendo a equipe comandada por Parreira em 1994. Um time que devolveu a Copa do Mundo ao Brasil depois de 24 anos! E que não foi tão brucutu como dizem! Talvez apenas a Argentina, nas duas partidas em que Maradona esteve em campo, tenha sido mais envolvente naquele Mundial. Alguém topa chamá-los de “campeões morais”? Claro que não.

Da mesma forma, se o Manchester United conseguisse vencer o Barcelona na final da Champions League, não se poderia falar em injustiça, tamanha a façanha de bater o timaço de Guardiola. O clube catalão, com aquele jogo de encher os olhos, é uma exceção, por sua excelência em campo. Seu torcedor, portanto, está no lucro com esse show. E times assim acabam por encantar os demais, até adversários, exatamente por serem exceção.

Dia desses me questionei se parecia incoerente, ao criticar o pragmatismo do Real Madrid de José Mourinho – e ao mesmo tempo defender a Seleção do tetra. A diferença é que os merengues, na semi da CL contra o Barça, se dispuseram exclusivamente a defender, mesmo jogando em casa – e com Cristiano Ronaldo e tantos outros talentos ofensivos em campo. O Brasil de 1994 fechava espaços, mas sabia fazer a bola chegar aos inspirados Bebeto e Romário. Mazinho e Zinho são dois cracaços injustiçados, estigmatizados que foram. Quem viu o Palmeiras de 1993/1994 sabe do valor deles.

Enfim, o Barcelona atual é tão diferente dos outros que, sem medo de exagerar, pode ocupar o degrau dos grandes da história, ao lado do Santos de Pelé. É uma troca de bolas tão envolvente que constrange até um clube poderoso como o United. E por mais que Messi seja o cara, muito do ritmo desse time se deve ao talento de Xavi – joga muito!
Então, fica combinado assim: que venha a vitória, que dificilmente está dissociada do merecimento; se vier com plasticidade, tanto melhor; e perder bonito tem gosto de leite derramado – 1982 que o diga.

Norusca
Alguém ainda deve sair ou ser emprestado, mas por enquanto temos um Noroeste com nove remanescentes da campanha do Paulistão no time titular – de acordo com a escalação do primeiro coletivo. O que leva à fácil conclusão de que o rebaixamento desvalorizou tanto os atletas a ponto de André Luis, ótimo goleiro, ainda não ter encontrado clube em alguma divisão do Brasileiro.
Ao mesmo tempo, como afirmei semana passada, é elenco para brigar pelo título da Copa Paulista, com adversários recheados de garotos e refugos de divisões menores. Resta saber se Matheus e Gleidson, pesadelos da rubraiada no Estadual, vão se impor tecnicamente. O zagueiro foi bem em sua primeira passagem no clube, basta a ele refrescar a memória. Já o lateral-esquerdo, que chegou incógnita e virou fiasco, tem a sombra do eficiente Gustavo Henrique e está com a carreira em xeque.

Panela
Quando a chata novela do ginásio Panela de Pressão parece resolvida, volta com força total. Enche o saco. Parece piada levar o contrato de aluguel em vigor para ser aprovado pelos vereadores, mas não é. Não bastasse a necessidade do basquete, há outro agravante: o ginásio será o principal palco dos Jogos Abertos de 2012, mas a licitação tem que sair ainda este ano. Os torcedores do Itabom/Bauru Basket se mobilizaram na internet e deverão estar na tarde de hoje na sede da Câmara para protestar. Nessa lenga-lenga, senhor prefeito, pergunto: corremos o risco de passar vergonha? Melhor dizendo, afirmo: corremos o risco de passar vergonha!

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Coluna da semana: todos no Alfredão

Haja amendoim!

A maioria deve concordar: assistir a futebol no interior é um barato. Menos trânsito, nada de violência, as divertidas manifestações dos torcedores – muitos ainda com aqueles típicos rádios “tijolo” no ouvido – e, claro, muito amendoim e pipoca. Uma pena alguns não se comportarem com cerveja na cabeça, o que fez com que a venda da bebida fosse proibida e, consequentemente, a maioria fosse penalizada pela má conduta de meia dúzia de manguaceiros. Porque uma cerva gelada combina com futebol, como não? Por isso os botecos estão mais lotados do que as arquibancadas. Por isso e porque ingresso está muito caro. Por aqui, ainda bem, estava.
Depois de patinar demais durante o Paulistão em relação a valor de ingressos e pacotes promocionais confusos, o Noroeste simplificou. Com R$ 36, o torcedor terá direito a acompanhar os oito jogos da primeira fase da Copa Paulista no Alfredão. Isto é: R$ 4,50 por partida. Uma merreca, convenhamos. Torço desde já para que pelo menos mil alvirrubros façam essa adesão e empurrem o Norusca. “Ah, mas é Copinha!”, dirão alguns. Eu retruco: “É Noroeste!”.

Olho na taça
Se o elenco montado para o Paulistão foi ineficiente, a base que ficou é de bom nível para a disputa da Copa Paulista, isto é, o Alvirrubo pode brigar pelo título – desde que, nessa caminhada, não perca o foco de dar chance à molecada da base. Se o time engrenar na competição, será mais um motivo para a galera gastar pouco e se divertir muito no Alfredo de Castilho.

Que fase!
Bem lembrou o amigo de BOM DIA na Arquibancada, Júlio Penariol: alguns atletas que o Norusca dispensou se deram bem. Cleverson foi o maestro e camisa 10 do título estadual da Chapecoense e, segundo a imprensa catarinense, seguirá por lá no segundo semestre. Adílson Souza foi vice-artilheiro e campeão da Série A-2 pelo XV de Piracicaba – Jorge Saran quer contar com ele, que volta ao Noroeste. Willian Leandro, depois de boa passagem pelo Corinthians Paranaense, foi contratado pelo Coritiba. E todos foram mal enquanto estiveram aqui. Coisas do futebol…

Garimpo
Usar o glorioso e centenário (como diz Jota Martins) escudo do Esporte Clube Noroeste em escolinhas de futebol nos quatro cantos de Bauru e em outras 19 cidades da região foi uma grande sacada, como o BOM DIA contou ontem em primeira mão, na reportagem de Gustavo Longo. Tomara que o projeto, em fase embrionária, vingue.

Itinerante
Na próxima sexta-feira o Grêmio (ex-Prudente) volta a mandar partida em Barueri. A torcida local tem todo o direito de acolher novamente o time, mas seria bacana que, num primeiro momento, levassem narizes de palhaço, virassem-se de costas, vaiassem a equipe. Para mostrarem que não têm memória curta, após serem abandonados no início de 2010, como foram recentemente os torcedores de Guaratinguetá e Ituiutaba.

Papo de basquete
A coluna manteve contato, via e-mail, durante toda a semana passada com o técnico Guerrinha, do Bauru Basket, que enviou notícias direto da China, onde comanda um combinado brasileiro (reforçado por três estrangeiros). Já tem na bagagem o título de um quadrangular em que bateu chineses e croatas. Até aqui, foram disputadas cinco partidas (três vitórias, duas derrotas) e Douglas Nunes é o destaque da excursão, com média de 19,6 pontos por jogo. Desconfio que, além do ala Gaúcho, o pivô Alex Passilongo (2,12m de altura) voltará de lá anotado na lista de reforços desejados pelo treinador para o Itabom/Bauru.

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Coluna da semana: futebol na academia

Abaixo, reproduzo a coluna publicada nesta segunda (16/5) no jornal Bom Dia Bauru

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Encontro com o craque Neto

Foi uma viagem no tempo. Como disse no texto abaixo, um acerto de contas com minha infância. Encontrei o craque Neto e registrei em minha coluna no jornal BOM DIA, que reproduzo abaixo.

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Papo de Futebol da semana: raio-X do rebaixamento

Raio-X do rebaixamento

Texto publicado na edição de 25 de abril de 2011 no jornal Bom Dia Bauru

O time profissional do Noroeste só volta a jogar no segundo semestre, mas há muito o que falar do clube até lá. Além das mudanças e da preparação para a Copa Paulista, ainda dá tempo de repercutir o rebaixamento. E de cabeça fria, pós-ressaca.

Pra começar, é fácil identificar elementos comuns que acabam em descenso. O primeiro deles, troca de treinador. O Norusca teve três comandantes em 19 partidas: Luciano Dias (cinco jogos), Lori Sandri (11) e Jorge Saran (quatro). Desse entra-e-sai resulta um sintoma fatal: inconstância nas escalações. Foram utilizados 28 jogadores durante a campanha e nada menos do que cinco esquemas táticos! A saber: 4-4-2 (nove vezes), 3-5-2 (seis), 3-6-1 (duas), 4-5-1 e 4-3-3 (uma vez cada).

O diagnóstico mais gritante, entretanto, estava a olho nu: a fragilidade da defesa noroestina, que sofreu 35 gols, sendo que 12 deles foram de jogadas de linha de fundo do adversário. Isso mesmo. Mais de um terço dos gols sofridos pelo Noroeste foi em cima dos laterais e com a conivência da zaga. E com o finalizador de todos os jeitos: na primeira trave, na segunda, no meio dos defensores, chegando de trás… Outros sete gols sofridos foram em avanços verticais, em velocidade, dos adversários. Por fim, o Alvirrubro cometeu cinco pênaltis, todos convertidos. Matheus derrubou os atacantes na área três vezes…

Outro problema foi a quantidade de gols perdidos pelo Norusca. Além de errar dois pênaltis, Zé Carlos desperdiçou alguns na cara da meta, com a bola rolando. Mas não foi só ele. O elogiado Diego também perdeu os seus, Otacílio Neto idem. Essa quantidade de chances jogadas fora resultou em muitos empates, oito, e o rebaixamento comprova que, com vitória valendo três pontos, empatar não é bom placar. Não se ganha um ponto, perde-se dois.

Nesse próximo quesito, imagino pregar no deserto, mas morro abraçado com a tese: Ricardinho não poderia ter sido sacado do time. Mesmo não tendo sido brilhante articulador, foi protagonista de uma das únicas armas ofensivas do time: a bola aérea. Dos 21 gols marcados pelo Alvirrubro no Paulistão, sete foram de cabeça. Cinco com assistência de Ricardinho (um de cabeça foi dele mesmo). Outro jogador mal aproveitado foi Aleílson. Artilheiro do time na competição, com quatro gols, jogou 14 partidas, mas apenas quatro como titular.

Para finalizar, fiz uma breve conceituação dos 19 jogos do time. Atuação boa, média ou ruim. Jogou bem em quatro (contra Botafogo, Mogi, Santos e Portuguesa), médio em seis (Santo André, Bragantino, Paulista, Mirassol, Palmeiras e Prudente) e mal – ou péssimo! – em nove (Corinthians, Americana, São Bernardo, São Caetano, Linense, Ponte Preta, Oeste, São Paulo e Ituano). Se olhar os placares, verá que perdeu jogando bem aqui, ganhou jogando mal ali. O futebol tem dessas coisas. Mas ter quase 80% das partidas com conceito ruim ou médio é como dois e dois são quatro. Degola na certa.

Papo de basquete
Impossível não falar do partidaço de ontem, a vitória do Itabom/Bauru sobre o Flamengo (87 a 85). Os bauruenses dominaram o jogo, foram donos da situação durante quase todo o tempo, mas quase deixaram a vitória escapar. Merecidamente, os guerreiros abriram 1 a 0 no playoff das quartas de final do NBB. Segundo o técnico Guerrinha relatou à coluna, contra um time experiente como o Flamengo nenhuma vantagem é cômoda. O treinador ainda contou que precisou de três pedidos de tempo no final do último quarto para corrigir dois erros recorrentes da equipe: a insistência em delegar a Larry Taylor momentos decisivos e o exagero em chutar de três, mesmo com vantagem no placar. Valeu, guerreiros!