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Os reflexos da derrota do Sendi Bauru para o Sesi Franca na Liga das Américas

Enquanto eu dirigia a caminho da Panela de Pressão, ouvi no rádio que Alex Garcia (gastroenterite) e Hettsheimeir (problema na panturrilha) estavam fora. Ducha glacial no clássico… Com os dois principais jogadores do Sendi Bauru Basket fora, o já dificílimo desafio contra o Sesi Franca se tornava ingrato. Fazendo uma analogia, seria como o Atlético de Madrid entrar em campo desfalcado de Griezmann e Godín para enfrentar o Real Madrid completo — e Cristiano Ronaldo inteiro. No caso, Leandrinho, que anotou 22 pontos.

O Dragão se aplicou na defesa e fez um primeiro quarto vibrante, mas já no segundo período os francanos se impuseram. Após o intervalo, os erros ofensivos descompensaram os esforços defensivos e Franca conseguiu fechar com uma vantagem larga — mas não fosse essa entrega, poderia ter sido mais. Saltou aos olhos o empenho de Matulionis e a vibração de Renan. Na frente, Duda chamou a responsabilidade, pontuou muito, mas errou muito também. Não só ele: as violações (24 no total) acabaram por minar as chances de uma noite melhor.



Resumida a ópera, o que este clássico pode refletir no desempenho do Bauru Basket na Liga das Américas? Primeiro, como o time vai se comportar sem Alex e Hettsheimeir. As informações iniciais preveem o Brabo fora dos três jogos (medicação agressiva aliada a repouso) e o Canela fora da estreia. Ainda bem que o duelo mais difícil será no domingo, contra o Guaros. Os times de Panamá e El Salvador estão mais para azarões. Mas sempre vêm com norte-americanos e é bom os bauruenses ficarem ligados e reverem os erros dessa terça.

O time tem uma característica de jogo, perdemos duas peças importantes e não tivemos tempo de adaptar sem os dois. Ficamos sem criatividade e opções no ataque. Mas não tenho o que falar do time. Os caras correram o tempo inteiro, se dedicaram. Vamos ter dois treinos para adaptar a equipe para a Liga das Américas”, disse o técnico Demétrius Ferracciú, já pensando na equipe sem seus dois craques.

Os momentos em que a equipe se desdobrou trouxeram ensinamentos. “Sempre existe o lado positivo de cada jogo. Ninguém quer a derrota, sentimos sim os desfalques, mas foi bom a galera sentir o peso da responsabilidade, o peso do erro e o peso do acerto. Para a Liga das Américas, quem tem mais experiência tem a obrigação de se adaptar mais fácil às diferenças da competição. E o fator casa já é um ganho”, comentou o pivô Shilton, capitão do time na ausência de Alex.

No texto de ontem, opinei que a partida seria um ótimo termômetro da força bauruense versus um dos aclamados favoritos (ao lado do Flamengo de Varejão), mas os desfalques eliminaram qualquer análise.

Leandrinho na Panela

Sobre Leandrinho, comentei que há uma geração (que não vivenciou a saída conturbada do ala-armador) que não engrossaria as vaias. Feito: após a partida, o atleta foi rodeado por jovens e crianças ávidos por uma selfie. Afinal, estava ali diante deles o Leandrinho da NBA, da seleção. Houve vaias e protestos também, mas o experiente jogador tirou de letra. Segue o jogo.

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

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Leandrinho: de volta à Panela de Pressão

Nesta terça tem o clássico Sendi Bauru x Sesi Franca, pelo NBB. A pauta do dia é o retorno do ala-armador Leandrinho ao ginásio Panela de Pressão, depois de quase 15 anos. Em abril de 2003 (link recuperado pelo Bala na Cesta), o jogador bateu asas rumo ao draft da NBA. Em resumo, deu um perdido na comissão técnica e na diretoria do Bauru Basquete (hoje Basket). Teve seus motivos, mas não dá para negar que foi uma saída conturbada, que mais tarde envolveria até ação trabalhista.

Diante disso, como será que o agora camisa 19 francano será recebido? Creio que com vaias. E mais (e primeiro) por defender o rival do que pelo passado distante, inclusive considerando que há uma boa fatia de torcedores jovens que não vivenciaram o que foi aquele momento de 2003. Igualmente, não viram o Leandrinho de 2002, a espetacular revelação que ajudou o Dragão a conquistar o título brasileiro daquele ano.



O material da Liga Nacional lembra os números do então camisa 10 bauruense no Paulista de 2001, mas não encontrou as estatísticas do Brasileiro de 2002. Claro, não estão mais disponíveis no novo site da CBB. Espero que a entidade não tenha jogado material tão rico no lixo — as fotos de arquivo também sumiram… (esta que ilustra o post, só com ajuda do Google)

Ainda bem que printei a tela há alguns anos, quando repercuti uma bela reportagem do saudoso jornal Bom Dia Bauru e acrescentei essa informação. Leandrinho registrou médias de 15,8 pontos, 3,6 rebotes e 6,4 assistências em 33min por partida. Foi de fato um furacão surgindo no basquete nacional, mas é sempre bom lembrar que o cara do time foi o ala Vanderlei, com 24 pontos, 4,1 rebotes e 3,1 assistências. Além do monstro no garrafão chamado Josuel, com 13,5 pontos e 8,1 rebotes. Abaixo, alguns lances do franzino camisa 10, que disse ao site da Liga guardar carinhosas lembranças de Bauru:

Leandrinho 2002 x Leandrinho 2018

Leandrinho era uma armador agressivo, infiltrador, que impunha o ritmo do time. O Leandrinho de hoje ainda sobra fisicamente para dar trabalho às defesas, mas há algum tempo abandonou a posição 1. Vai ser interessante no duelo de hoje ver como Alex Garcia, o melhor defensor brasileiro desde sempre, irá se desdobrar para marcar o The Blur, considerado por muitos imparável no nível do basquete local.

Mas vai aqui o que tenho dito em resenhas: não acho que Flamengo e Franca, por terem Varejão e Leandrinho, serão inevitavelmente os finalistas deste NBB 10. O Paulistano provou isso, vencendo os rubro-negros na Arena Carioca 1 no último sábado. Independentemente do resultado do clássico, o nível de competitividade do elenco bauruense contra o estrelado plantel francano poderá ser mais um argumento. Que seja um grande jogo!

 

Foto: Arquivo CBB

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Sorteio de ingressos para Sendi Bauru x Caxias do Sul

O CANHOTA 10 realiza sorteio de dois pares de ingressos para a partida entre Sendi Bauru Basket e Caxias do Sul, pelo NBB (jogo nesta sexta, 2/fev, às 20h). Um deles pode ser seu! Para participar, é simples:

Basta comentar “EU QUERO” na caixa de comentários logo abaixo (é preciso ter conta no Facebook e estar logado), em modo público.

Aí, é só fazer figa! O resultado do sorteio será divulgado no início da tarde desta sexta-feira.

Dica: se você está na homepage do CANHOTA 10 e não visualiza a caixa de comentários, clique no título ou na imagem acima: assim, irá para o post específico e surgirá a caixinha de comentários.

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Parceria Dragão e Bauru Shopping: a importância da ativação de marketing

Na tarde de ontem, Bauru Basket e Bauru Shopping realizaram evento de assinatura do contrato de patrocínio válido por uma ano. Após uma lacuna desde 2014, o centro de compras volta a estampar sua marca na camisa do time agora campeão brasileiro (na altura do ombro, uma cota parcial).

A parceria abre muitas oportunidades, que vão além da simples exibição da marca no uniforme. O Dragão ganha um espaço físico importante para promover ações e aproximar-se ainda mais da comunidade. Entre os especialistas em marketing esportivo, isso é unanimidade: mais importante do que patrocinar é ATIVAR, levando a marca até as pessoas com experiências de interação. Como exemplos recentes, a presença do elenco num estande de vendas da MRV ou a visita a funcionários da Sendi Engenharia, a patrocinadora máster.

Assim, o Bauru Shopping será local de venda de ingressos, um ponto de encontro de time e torcida em eventos e, futuramente, não está descartado como referência física para venda de produtos licenciados. Por outro lado, o estabelecimento irá explorar jogos na Panela de Pressão para promover ações.

Bauru Basket - Bauru Shopping
A partir da esquerda: Ivan Mouta (gerente do Bauru Shopping), Americo Cardinale (coordenador da administradora AD), Beto Fornazari (presidente do Dragão) e o pivô Rafael Hettsheimeir

Vamos fazer encontros entre jogadores e bauruenses aqui no shopping e eventos para encorajar crianças e jovens a interagir com o basquete, que está no coração da cidade. E podemos criar um espaço permanente para sempre haver esse contato entre o basquete e os bauruenses”, disse o coordenador de administração do Bauru Shopping, Americo Cardinale.



Apesar de neste caso (uma cota parcial) o ganho ser maior pelas oportunidades de ações de marketing, o acréscimo financeiro ao orçamento do Dragão chega em boa hora. “Corremos atrás de patrocinadores todos os dias. É um fôlego financeiro, principalmente porque nossa capacidade de arrecadar é limitada, mas nossas despesas são muitas, principalmente nos jogos da Liga das Américas”, comentou o presidente do Sendi Bauru, Beto Fornazari, que enfatizou que a bilheteria e o programa de sócio-torcedor são outro “patrocínio” importante.

 

Fotos: Victor Lira/Bauru Basket

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Rafael Hettsheimeir modelo 2018: dominante no garrafão

Foram só três jogos até aqui, mas a amostragem é animadora: Rafael Hettsheimeir começou 2018 pontuando acima de sua média desde que chegou a Bauru e, melhor, insistindo no jogo interno. Ontem, por exemplo, na vitória do Sendi Bauru Basket sobre o Basquete Cearense (87 a 82), o camisa 30 fez muito trabalho de pivô raiz pra cima dos adversários Leozão e Fiorotto, levando a melhor na maioria dos embates.

A média de Hett nas três partidas de 2018 (Botafogo, Vitória e Cearense) é de 22 pontos. Para se ter uma ideia, nos dez confrontos anteriores (em 2017), registrou 11,5 por jogo. Isto é: dobrou a média.

Perguntado sobre esse melhor momento, sobretudo no poste baixo, o descontraído Canela me olhou com espanto: “Não fiz nada de diferente! Continuo trabalhando forte, tentando melhorar meu desempenho para ajudar mais a equipe”. Ponderou, entretanto, que evoluiu fisicamente nas últimas semanas. “Vim de uma lesão, demorei entrar no ritmo, mas tive a confiança do Dema e dos meus companheiros, o que ajudou bastante.” O fato de estar com uma minutagem comedida ajuda nesse aspecto físico: são 22min por partida até aqui.



Feliz com o desempenho de seu cestinha, o técnico Demétrius Ferracciú admitiu que vinha trabalhando com o atleta essa questão do jogo interno. “Foi importante ele perceber que quando joga lá embaixo e ganha confiança, o jogo abre. E ganha crédito para chutar de fora, porque já fez umas embaixo da cesta”, comenta. De fato. Nas dez primeiras partidas do NBB (quando Hett chegou a sair zerado de quadra em duas ocasiões), ele tentou 2,8 chutes de fora por jogo e o aproveitamento foi de apenas 18%. Nos últimos três jogos, arriscou do perímetro 5,3 vezes (quase o dobro) e o aproveitamento cresceu para 37%.

Acredito que há outros fatores que desencadearam esse versão 2018 de Hettsheimeir: a seleção brasileira e a concorrência. Recentemente, o técnico Aleksandar Petrovic disse à Folha de S. Paulo que Todos querem chutar de três no Brasil e assim não se ganha nada”. Deixou claro que não quer um jogo em que todos estejam de frente para a tabela. Isso quer dizer valorizar o cincão. Nesse ponto, Rafa vê dois colegas em ótimo momento brigando por vaga: o flamenguista JP Batista e o mogiano Caio Torres, sem contar os que atuam fora, como Augusto Lima — e Felício, quando puder ser convocado.

Dominante

Então, é bom Hett aproveitar sua supremacia local para impressionar cada vez mais na função. “Ele é um jogador que faz a diferença e sabe disso. Ele estava aquecendo para o NBB, agora já aqueceu. Ele é um jogador dominante, tem muita técnica e tem que aproveitar. Está sabendo fazer isso e o time também, de encontrá-lo na melhor posição”, opinou Demétrius.

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket