A chuva que caiu forte em Bauru minutos depois da vitória do Noroeste sobre o Sertãozinho, por 2 a 1, foi muito simbólica: lavou a alma alvirrubra. Desenhava-se uma derrota para se lamentar, quando se via o time mais arrumado e brigando em campo. Até que o menino Everton, que havia protagonizado todas as chances de gol do time, resolveu a parada. Assim, o Norusca chegou a sete pontos em quatro partidas, alcançou a oitava posição na Série A3 (dentro da zona de classificação para a segunda fase) e acalmou o coração da torcida.
Na crônica da vitória sobre o Grêmio Barueri, comentei que o Touro dos Canaviais seria um adversário capaz de mensurar melhor o potencial do time — já que o time da Grande São Paulo era só um rascunho. Pois bem. A equipe, comandada interinamente por Diego Kami Mura após a demissão de Lela, ficou menos vulnerável defensivamente (atuou no 4-4-2) e teme mais variações ofensivas, sobretudo com a incansável movimentação de Everton e as boas opções que vieram do banco.
BOLA ROLANDO
É verdade que houve falha no gol do Sertãozinho, marcado pelo zagueiro Fred aos 30 do primeiro tempo. Vacilo na bola parada, pois ele cabeceou livre no meio do mar vermelho. E foi só. O goleiro Roni pouco trabalhou na partida. Do lado noroestino, Everton fez o goleiro Ronaldo trabalhar logo a 2min e aos 43, quando recebeu belo passe de Marcão, após o camisa 9 girar como pivô, sua característica.
No segundo tempo, Kami Mura não demorou para tirar o volante Rodrigo, que mais uma vez não foi bem — dessa vez atuando um pouco mais adiantado. Ueslei, o irmão gêmeo de Everton, botou velocidade na ligação, caiu pelas beiradas, agitou a partida. Vale destacar que Marcelo Santos carimbou todas as bolas na transição, com seu passe de qualidade. E acalmou o time quando recuou para segundo volante — Tuxa entrou no lugar do camia 2 Guilherme e o volante Rafael Olinto foi para a lateral. Outro que entrou (no lugar de Marcão) foi Vitor Visa e novamente decisivo, como fora contra o Grêmio Osasco. No lugar certo na hora certa, completou de cabeça o cruzamento de Everton, aos 36. Três minutos antes, o ligeiro camisa 11 que veio do Palmeiras havia empatado — ele que já tinha exigido defesa do goleiro aos 31.
Depois da virada, o Sertãozinho, que vinha cozinhando o jogo, resolveu pressionar, mas a zaga alvirrubra soube abafar. Uma catimba aqui, uma demora do gandula ali e pronto: veio a vitória, o alívio de não pertencer ao fundão da tabela e a esperança de chegar longe. Se não é o elenco dos sonhos, parece raçudo e disposto. Avante!
NOVO TÉCNICO?
Sim, vai ter. Falei com o vice-presidente Rafael Padilha e ele foi taxativo: não quer queimar Kami Mura, um excelente funcionário do clube, que tem moral com o grupo e, em sua função, seguirá ajudando e muito a equipe. A diretoria segue trabalhando em busca desse novo nome.
PAIXÃO SEM LIMITES
No setor das tribunas, estavam nomes ligados ao Paschoalotto Bauru Basket (o diretor Vitinho Jacob), ao Vôlei Bauru (os irmão Mandaliti, da patrocinadora Concilig) e ao futsal da FIB (o técnico Elton Carvalho). O Noroeste é uma cachaça mesmo. Todos torcendo, discutindo jogadas, cumprimentando o estafe alvirrubro. Muito bom ver esse clima. Aliás, os quase 1.200 pagantes surpreenderam positivamente. Que venham mais!
PENDURADO
O volante Maicon Douglas recebeu seu segundo cartão amarelo na competição. Samora, Hipólito, Sigmar, Marcão e Vitor Visa têm um.
ABRE ASPAS
Conversa com o técnico interino Diego Kami Mura, que avaliou a vitória:
Papo com os irmãos palmeirenses Everton e Ueslei, destaques da vitória, intermediado pelo Canhota e pelo colega Alexandre Azank, da TV Tem:
O Norusca venceu de forma empolgante jogando com Roni; Guilherme (Tuxa), Herick Samora, Victor Matheus e Hipólito; Rafael Olinto, Maicon Douglas, Rodrigo (Ueslei) e Marcelo Santos; Everton e Marcão (Vitor Visa).