Anunciado em agosto do ano passado como auxiliar técnico permanente do Noroeste, Marcelo Santos é a serenidade em pessoa. Conversa calma, ponderada, assim como era sua movimentação em campo, o jogo cadenciado, sobretudo na reta final da carreira, quando migrou da lateral-esquerda para o meio-campo. Com a camisa do Norusca, foram mais de 150 partidas que colocaram seu nome na história do clube. Afinal, tem momentos marcantes, do inesquecível time de 2006 (era reserva de Cláudio, mas mesmo canhoto assumiu a lateral-direita enquanto Paulo Sérgio esteve contundido) até ajudar o time a sair do inferno da Bezinha. Otimista com o trabalho que tem realizado ao lado de Tuca Guimarães e toda a comissão técnica, Marcelo falou com o Canhota 10 sobre esse novo momento de sua vida profissional e a expectativa de fazer uma boa Série A3.
Como tem sido essa experiência como auxiliar técnico e como você tem ajudado o técnico Tuca Guimarães e o grupo?
“É um prazer voltar a essa casa que me acolheu tão bem nos meus tempos de atleta. Quando recebi o convite do Alex Afonso, atendi prontamente. Minha surpresa maior foi quando veio o Tuca depois, um cara que acrescentou muito na minha carreira, trabalhamos juntos no Comercial em 2014. Não haveria uma pessoa melhor para eu aprender. Para mim é tudo novo, tenho aprendido bastante e contribuído com a minha experiência e meu conhecimento do clube. Espero que isso se transforme em resultado. Já fizemos a preparação, os atletas estão adequados ao conceito de jogo do professor e espero continuar dando minha parcela de contribuição na comissão técnica.”
E como foi a sua transição, de jogador para este momento? Nos treinos, dá ainda dá vontade de chutar a bola?
“Eu parei bem consciente do meu momento. Tudo na vida tem início, meio e fim. O ano de 2016 era mesmo para ser o último da minha carreira. Na verdade, 2015, quando vim jogar a quarta divisão a convite do Emílio. Ali era para encerrar o ciclo. Como aconteceu o acesso, veio mais um convite e aceitei. Mas parei bem consciente, posso falar de verdade que não sinto mais falta do jogo no campo. Claro que sou competitivo e por isso voltei para essa nova função. Quando parei, montei minhas escolas de futebol, mas com as crianças não tem essa questão competitiva. Isso ainda está aflorado e quero estudar, me preparar e aprender mais para um dia dar voos mais altos, aqui no Noroeste ou em outro lugar. Mas esse primeiro momento é de aproveitar essa oportunidade que o Reinaldo [Mandaliti, vice-presidente], o Alex Afonso [gerente de futebol] e o Estevan [Pegoraro, presidente] me deram. Aprender para lá na frente desfrutar. O Noroeste merece estar num lugar melhor. Espero já conquistarmos o acesso em 2018 e eu poder dar continuidade na minha carreira fora do campo.”
Pelo que vocês trabalharam e pela resposta dos jogadores nos treinamentos, o que o torcedor pode esperar do Noroeste nesta Série A3?
“O trabalho do Tuca é pautado em muita organização. Se jogarmos a camisa pra cima, qualquer um dos 25 jogadores de linha que pegar não vai haver diferença. Talvez uma característica diferente entre um ou outro, mas vamos ter um time bem consistente e organizado. No início pode haver um pouco de dificuldade, por conta de estreia, ritmo de jogo, mas o torcedor pode criar uma expectativa boa. Pelo investimento que foi feito, temos a obrigação de estar entre os oito primeiros. Depois, no mata-mata, há os fatores que serão decisivos naquele momento. Para agora acredito que vamos brigar para estar lá em cima na tabela da primeira fase. Que os atletas deem essa resposta, como fizeram nos jogos-treino. Eu, também como torcedor, espero que o clube volte à Série A2. Sou da cidade e há muito tempo não via uma estrutura tão séria, dando condição de trabalho para os atletas. Que correspondam, nós da comissão técnica também e as coisas aconteçam positivamente em 2018.”