Por Rafael Placce
No dia 30 de setembro, a Federação Paulista de Futebol (FPF) divulgou o novo formato para o Campeonato Paulista de 2011. Pela primeira vez desde 2004, a competição terá quartas-de-final.
Ao contrário dos últimos anos, quando os quatro primeiros colocados se classificavam e disputavam semifinais e finais em jogos de ida e volta, a próxima edição do Paulistão classificará os oito melhores colocados da primeira fase, que disputarão as quartas e semi em jogo único, na casa do time de melhor campanha.
O presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, diz que a intenção é dar mais chances de título aos times do Interior. Será que é só isso?
Se, por um lado, mais times de menor porte se classificarão, por outro, a nova fórmula praticamente assegura a classificação de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, abrindo ainda a possibilidade dos quatro grandes pouparem jogadores durante a primeira fase e se dedicarem ao campeonato somente a partir da fase de mata-mata.
Vale lembrar que desde quando o formato com semifinais e finais foi adotado, em 2007, os quatro grandes só se classificaram juntos para a segunda fase no ano de 2009.
Del Nero tenta agradar os pequenos com uma manobra que, à primeira vista, pode parecer boa para o futebol do Interior, mas que com o tempo se mostrará excelente para os grandes. Em tempos de eleições, o presidente da Federação Paulista mostra que sabe fazer política.
Rafael Placce é estudante do 3º ano de Jornalismo, na Universidade do Sagrado Coração (USC), e escreve para o site Webesportiva
Twitter: @rafaelplacce
4 respostas em “Quartas-de-final: para os pequenos ou para os grandes?”
Realmente Rafael, assim como você também não acredito no argumento da FPF de que o novo sistema irá beneficiar os times do interior. E além da sua teoria de classisifcação, eu tenho outra:
Todos sabem que os pontos corridos geram maior arrecadação em ingressos e em publicidade, uma vez que o campeonato é mais longo. (Alguém tem dúvidas de que quem ganha com isso são os times grandes?).
Acontece que o mata-mata leva mais torcedores aos estádios, por serem jogos decisivos, ou seja, mais renda! E aí financeiramente falando os dois sistemas são interessantes. Portanto essa justificativa de “dar chances a times do interior” não cola.
Claro que nós – Noroestinos e Cia – podemos nos classificar com mais facilidade a partir de agora, mas acredito que a intenção da mudança seja puramente financeira.
Acho que melhora um pouco o “paulistinha” vai ter sempre o lado bom e o lado ruim. Quem garante que os 4 times grandes vão ficar entre os 8?
Olá..concordo com a tese do Rafael e da Vanessa….acho que sou mais velho que ambos e acompanho estes campeonatos paulistas desde 1970, com raríssimas oportunidades pudemos ver um time do interior ganhar o paulistão e/ou disputar a final, feito só conseguido por ponte preta, Inter de Limeira, XV de Piracicaba e Novorizontino e Bragantino.
Então é muto dificil um time do interior emplacar um campeonato desta envergadura, olha se o Noroeste conseguir ao menos classificação para disputar a Série D, me dou por contente, alias acho que este deve ser o objetivo do Noroeste.
Abraços
Vai por aí mesmo! Fiquei pensando nisso quando anunciaram a mudança. A fórmula anterior me agradava, como essa também me agrada, mas a questão toda é: tudo é feito em benefício dos grandes e, ao mesmo tempo, aparentemente, ajuda os pequenos! Com isso, dá pra concluir que foi uma bela de uma politicagem, porque só no Paulistão (com 4 se classificando), os grandes correm risco de ficar fora! Em qualquer outro campeonato, se fizessem isso, só ajudariam os times do interior, mas no caso de SP acaba sendo bom pra todo mundo, porque aumenta a chance de todos se classificarem e não dá pra reclamar depois! Manobra política genial do Del Nero!!!