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Ótima análise do GP da China

Renato Diniz comenta uma das melhores corridas de F1 do últimos tempos

Por Renato Diniz

Difícil lembrar de uma corrida tão empolgante quanto essa da China, no último dia 17 de abril. Ainda mais se formos considerar que não teve chuva (essa agente natural embaralhadora de posições). Tenho que admitir que as mudanças no regulamento da Fórmula-1 foram responsáveis pela ótima disputa. Isso porque critiquei a pouca resistência dos pneus, obrigando pilotos a fazer várias paradas, o que na teoria deixava as corridas incompreensíveis e chatas.

Na China, as equipes estavam mais preparadas para contornar o desgaste dos pneus. Resultado: diferentes estratégias e um resultado imprevisível. Além disso, a facilidade em ultrapassar (que veio com o novo regulamento) também motiva os pilotos a brigarem por posições: “Bom, eu vou parar na próxima volta, mas se estou bem mais rápido que o piloto da frente, porque não ultrapassar?”. Suponho que esse tenha sido o pensamento de vários competidores, já que foram muitas as disputas por posição de quem estava prestes a entrar nos boxes.

Por falar em boxes, a vitória de Hamilton em Xangai pode ter acontecido graças a um erro no pit. E dessa vez não foi um erro da equipe. Jenson Button, da McLaren, brigava pela vitória até entrar na área de pit stop da Red Bull. Os mecânicos da equipe austríaca não entenderam nada e recuaram. Não é a primeira vez que isso acontece com o time dos energéticos. Em 2008, Jaime Alguersuari fez a mesma coisa, mas com a justificativa de sua equipe ser a Toro Roso, irmã mais nova da RBR.

Já o alemão Sebastian Vettel viu que não basta ter um carro impecável se os pneus não estão no melhor ponto. Não teve como segurar a ponta, e Hamilton sagrou-se vencedor. Além do desgaste dos pneus, o alemão enfrentou problemas na comunicação via rádio com sua equipe, o que pode ter complicado sua atuação. Ele ainda é o líder, mas agora sabe que tem uma McLaren no seu encalço.

Já Mark Webber, o australiano da Red Bull, fez uma fantástica corrida de recuperação e subiu ao pódio mesmo depois de largar em 18º. Terminar em quinto ou sexto não era mais do que a obrigação para o segundo carro da equipe mais forte, mesmo largando no fim do grid. Mas o veterano foi além e arrancou um terceiro lugar. Nesse final de semana, saiu com saldo positivo e um fôlego a mais na disputa interna com Vettel.

Felipe Massa chegou a ocupar o segundo lugar, mas a sua tática era arriscada. Perderia tempo demais trocando pneus e o carro rendia pouco na parte final da prova. Caiu para o sexto posto. Pelo menos o teste serviu para a mostrar que a Ferrari não está morta, apesar das dificuldades que enfrenta. Ah, sim… ele também chegou à frente de Fernando Alonso.

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A Williams de Barrichello e Maldonado toma o posto de maior decepção desse início de temporada. Não consegue sair do pelotão de trás.

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A ótima vitória de Lewis Hamilton não foi suficiente para o inglês merecer algo melhor do que um dos troféus mais feios da história da F1.

Renato Diniz é estudante do quarto ano de Jornalismo da Unesp/Bauru e estagia na rádio Auri-Verde (760AM)
twitter: @russologoexisto
blog: www.russologoexisto.blogspot.com

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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