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Clube dos 13 rachado. E agora?

Tentando entender (e lamentando) essa polêmica, Canhota 10 opina

Tentando entender (e lamentando) essa polêmica, Canhota 10 opina

Tudo parece um grande teatro. Mas que não tem graça nenhuma. Há alguns dias, a Caixa Econômica Federal resolve ligar para o São Paulo e, finalmente, entregar a Taça das Bolinhas ao então (oficialmente) único primeiro pentacampeão brasileiro desde 1971. Isso depois de muito tempo que a Confederação Brasileira de Futebol havia se pronunciado que o troféu pertenceria ao Tricolor. Eis que, uma semana depois, a CBF resolve, depois de 24 anos, reconhecer o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 – apenas dois meses depois de afirmar o contrário, na ocasião da unificação dos títulos nacionais.

É ou não é um grande teatro? O afago aos rubro-negros – imagino que fruto de convencimento de um amigo em comum de CBF e Mengo, a Traffic – rendeu a Ricardo Teixeira um importante aliado, a partir do momento em que o clube carioca se juntou aos coirmãos, e ao Corinthians, na debandada do Clube dos 13. No caso do Fla, com o pretexto de estar magoado pela agremiação não tê-lo apoiado na empreitada de reconhecimento por 1987.

O mais lamentável dessa ruptura é que ela acontece no exato momento em que veríamos uma boa disputa pelos direitos de transmissão do Brasileirão no triênio 2012-2014. Estava curiosíssimo para ver o resultado da licitação e não concordo com o argumento do Botafogo, que imaginava perder dinheiro de patrocinadores caso a Globo não continuasse como detentora. Como bem lembrou o diário Lance! de hoje (24/2), três grandes recordes de audiência do futebol na TV (índice do Ibope em São Paulo) são em outras emissoras: a final da Libertadores-1992, na Rede OM (comandada por Galvão Bueno, à época), a final da Copa do Brasil-1995 (no SBT) e a final do Mundial de Clubes-2000 (na Band). O torcedor seguirá seu time, seja qual for o canal.

Outro receio – felizmente já rechaçado pelos dissidentes cariocas – era o de se ter ligas nacionais distintas, que renderiam mais astericos no bagunçado histórico do Campeonato Brasileiro. Mesmo assim, a confusão de direitos de transmissão negociados individualmente, ou por blocos, gerará situações inusitadas, como muitas partidas importantes não televisionadas por envolver times que negociaram com TVs diferentes…

Por fim, o mais lamentável é que tudo isso acontece a pouco mais de três anos para a Copa do Mundo no Brasil. Essa Copa que só nos poupará de uma vergonha mundial a partir do momento em que o sinal vermelho acender e o dinheiro público jorrar em cima da hora. Os últimos tempos – e os que estão por vir – no futebol brasileiro se resumem a muita politicagem e ganância e o torcedor, que deveria ser o protagonista, como consumidor que é, não é bem tratado. Nessa relação, o cliente não tem razão porque nem ouvido ele é.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

7 respostas em “Clube dos 13 rachado. E agora?”

Lamento a desorganização da CBF no caso flamengo taça das bolinhas.O flamengo se recusou a jogar com o Sport naquele ano, portanto o Campeão unico é o sport, agora a politicagem na CBF tem que acabar, bem como o autoritarismo da rede globo, impondo horario para os jogos, para não mexer em suas tele novelas, em detrimento de clubes e torcedores com jogos iniciando as 22 horas e o povo chegando em casa 2 ou 3 horas da manha.é um absurdo e ninguem impõe limites a esta emissora que só pensa nela.Abaixo o futebol da rede globo e tb a Band. que se obriga a passar o mesmo jogo que a globo, não deixando ao publico o direito de escolha.Band, tenha brios e coragem , e não fique se submetendo a globo .

se a justiça obrigar o sao paulo a devolver a taça das bolinhas, o clube deveria derreter o trofeu, e entregar ao flamengo o metal derretido e sem forma, quem sabe assim os mantatários do nosso futebol tomam vergonha na cara viu Sr. Ricardo Teixeira.

Acho que o corinthians foi o unico time a ter coragem de por início ao fim desta vergonha nacional que estar ocorrendo em nosso glorioso futebol. Parabéns ao presidente deste horrroso clube pela atitude.

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