Apesar de fã de Romário, Ronaldinho Gaúcho e Diego, eu admiro muito jogador canhoto – não por acaso, o nome do site. Eu queria ser canhoto. Acabei virando de tanto chutar bola na parede. Edu Lima era, literalmente, um cara sinistro. Chutava muito. Bomba seca.
Não me lembro de nenhum drible desconcertante dele. Nem de uma arrancada fulminante pela ponta-esquerda, seu local de ofício. Mas a turma da barreira deveria tremer. Ouvi falar dele pela primeira vez atuando no Internacional. Antes disso, fora revelado pelo Cruzeiro e teve passagens-relâmpago por Palmeiras, Vitória e Bahia. No Inter, fez trio de ataque sensacional com o ponta-direita Maurício (o do gol do fim do jejum do Botafogo) e o centroavante Nilson (o cigano da bola, o Pirulito, artilheiro do Brasileirão de 1988). Depois, foi campeão mineiro no Galo, em 1991, quando tinha a concorrência do finado Edivaldo.
Edu seguiu para o futebol paulista, para defender o Guarani. Fez muitos gols e deu outros tantos para Luizão e Amoroso. Também jogou ao lado do já veterano Biro-Biro e do bom quarto-zagueiro Pereira. No meio dessa passagem, ficou um tempinho no Flamengo. No jogo da foto acima, contra o São Paulo no Maracanã, fez um gol com a colaboração de Zetti (frangaço). Na Gávea, atuou com Renato Gaúcho, Casagrande, Marcelinho, Gilmar Rinaldi e foi treinado pelo maestro Júnior. Aí voltou para o Bugre antes de começar aquela característica peregrinação por times pequenos.
É da mesma linhagem de João Paulo (ex-Corinthians, Palmeiras, Santos e muitos etc, não o driblador bugrino que brilhou no Bari da Itália), Éder Aleixo, Adil e Paulo Egídio — a do camisa 11 que tem pólvora dentro da chuteira. Não foi um fora-de-série, mas deu trabalho.