Coluna da semana mostra o caminho da independência de empresários de futebol
Texto publicado na edição de 13 de junho de 2011 no jornal Bom Dia Bauru
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O Noroeste vem colhendo bons resultados nas categorias de base do Campeonato Paulista. O sub-20 só venceu até agora e o sub-15 segue invicto após dez rodadas – apenas o sub-17 ainda patina. A parceria do clube com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer nas categorias sub-13 e sub-11 ajuda a pavimentar uma longa estrada de revelação de talentos. De quebra, o Norusca vive fase de prospecção com 20 prefeituras da região para instalar escolinhas de futebol sob seu centenário escudo.
Tudo isso sinaliza uma grande esperança: a de que o clube se torne autossuficiente na formação de seu time principal e deixe de ser refém de empresários e seus refugos que vêm embalados em DVDs.
Formar o elenco profissional a partir da garotada não é utopia. Basta mirar-se no exemplo do melhor time do mundo, o Barcelona. Campeão europeu três vezes nas últimas seis temporadas, bateu o Manchester United recentemente com oito titulares vindos da base: Valdés, Piqué, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta, Pedro e Messi.
Apostar em jogadores com uma trajetória interna cria, a médio prazo, uma fórmula de sucesso: uniformização de padrão de jogo e identificação do atleta com a camisa que o formou.
De quebra, são jovens com vínculo e que podem render dinheiro no futuro, ao contrário dos atuais elencos de aluguel – o Oeste de Itápolis, campeão do interior, viu sua equipe se desmanchar e o bolso não ficou cheio. Apesar dessa possibilidade financeira, a intenção inicial deve ser conquistar títulos com esses talentos, como faz o Barcelona. O clube espanhol não pretende vender seus craques! Não há dinheiro que pague os benefícios que Messi e companhia trazem ao Barça dentro e fora de campo.
Portanto, a Copa Paulista deve ser o marco inicial dessa nova realidade. Tanto que o treinador Jorge Saran, com experiência em formação de jogadores, pediu apenas dois reforços – Anderson Cavalo, que já chegou, e outro atacante. Mizael, Jean, França, Marcelinho, Juninho, Nathan, Giovanni e Mariano são crias da Vila Pacífico que deverão figurar com frequência entre os relacionados para as partidas. Que sigam para 2012, recoloquem o Norusca na elite e inaugurem uma nova e vitoriosa era.
Desemprego
No início de maio, Luís Augusto Símon, o Menon, repórter da revista “ESPN”, entrou em contato comigo pedindo sugestão de algum atleta noroestino que teria dificuldades de encontrar emprego no segundo semestre. Falei do lateral-esquerdo Roque: voltando de empréstimo do São José (lá perdeu titularidade na reta final da Série A-2), não teria o contrato renovado.
Menon foi atrás de Roque, que protagonizou a reportagem sobre desemprego na edição deste mês da revista. O ex-camisa 6 alvirrubro contou que passou perrengue em 2006, quando ficou sem clube e foi vender pavê de chocolate feito pela esposa. No momento, seu agente procura uma colocação.
Outro ex-noroestino citado na reportagem da ESPN foi o volante Júlio César. Mas ele já encontrou quem assine sua carteira de trabalho: jogará a Série C pelo Marília.
Papo de basquete
Foram providenciais os posicionamentos do técnico Guerrinha e do vice-presidente Joaquim Figueiredo, do Itabom/Bauru, na última semana. O treinador deixou recado à torcida no Canhota10.com, explicando mudança de peça no elenco e reforçando que, diante das limitações financeiras, resta ao time seguir com seu espírito guerreiro. Já o dirigente, na comunidade da torcida no Orkut, lembrou que não tivesse sido cancelada a primeira venda da Luso, Bauru já não teria mais basquete, pois o assunto Panela de Pressão se arrasta sem solução. E lamenta que o empresariado não enxergue no esporte uma oportunidade, uma vitrine para sua marca. Segundo ele, muitos ainda confundem patrocínio com ajuda.
Papo de vôlei
O ex-jogador Max, que há alguns meses ressurgiu no cenário esportivo com a promessa de formar um time profissional de vôlei em Bauru, deve estar sentindo na pele a mesma dificuldade do basquete com patrocinadores. Seu projeto ainda não saiu do papel.