Por João Francisco Tidei de Lima
JORNALISTAS CONTRA ÁRBITROS
Os árbitros da Liga Bauruense de Esportes, lá por 1956, também entravam em campo para judiar da bola. De preferência contra os cronistas do Rádio (PRG-8, Auri-Verde) e dos jornais diários (Diário de Bauru, Folha do Povo, Correio da Noroeste), que costumavam não perdoar os erros da arbitragem. Depois do pega, evidentemente, o papo em torno do barril de chope para regar aquele churrasco.
Antes, o registro fotográfico. Na foto acima, em pé, a partir da esquerda, vereador José Marques, dirigente da Liga, Nelson Miranda, Scarabotto, Jayme, Leovani, Belgo, Antoninho, Lourivetti e o árbitro Pedro de Campos; agachados, Valzinho, Hélio, Nair, Tentor e Nadyr Serra.
A quase totalidade do grupo já não está mais por aqui. Mas o Antonio Demerval Belgo (sexto em pé) perto dos 85 anos, continua jogando e ensinando tênis…
ORFEU DO CARNAVAL
Breno Higino de Melo (1931-2008), foi meia-direita daquele histórico Grêmio Esportivo Renner, fundado por funcionários de uma empresa e que em 1954 quebraria a hegemonia do Gre-Nal, ao festejar o título de campeão gaúcho.
Anos depois do título estadual, Breno deixaria o Sul, contratado pelo Fluminense do Rio. À altura de 1957/58, teve convite do diretor Marcel Camus para estrelar o filme Orfeu do Carnaval, projetado a partir de adaptação do texto do poeta Vinicius de Moraes, focando favelados do Rio de Janeiro.
Orfeu do Carnaval foi vencedor da Palma de Ouro do festival de Cannes, de 1959, e ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960 nos Estados Unidos.
João Francisco Tidei de Lima é historiador e professor universitário aposentado — passou pelos campi da Unesp de Assis e Bauru e pela USC. Possui especialização no Institut Européen des Hautes Études Internationales, da Universidade de Nice, na França. Organizou o arquivo do Museu Ferroviário de Bauru. Com experiência como radialista, é autor do livro ‘Alô, Alô, ouvintes: uma história do rádio em Bauru’.