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Jornalista esportivo prestando contas

Coluna da semana revê opiniões durante o Paulistão 2011

Coluna da semana revê opiniões durante o Paulistão 2011

Texto publicado na edição de 6 de junho de 2011 no jornal BOM DIA BAURU

Prestação de contas

O Paulistão já vai longe, mas enquanto esteve entre nós, afirmei ao microfone dos colegas do Jornada Esportiva que, publicamente, prestaria contas das afirmações desta coluna sobre o Noroeste. Afinal, jornalista esportivo costuma bancar o vidente justamente porque conta com o esquecimento do público. Aqui, não. Eu sou meio pé frio mesmo, ruim de palpite e não nego. E mais: como o futebol é uma ciência nada exata, quando tudo parece bem, logo desanda. Eu realmente acreditava no Norusca, sem paixão. Mas, não deu.

Na coluna de 24 de janeiro, fui categórico: “Nem de longe parece um time que vai brigar para cair”. Argumentava, após três rodadas, que a equipe tinha produção ofensiva – não sabia que o calibre iria diminuir dali em diante… Na semana seguinte, após a sapecada do Americana no Alfredão, cravei bem: “Está na hora de o zagueiro Halisson entrar”. Ele entrou no time e não saiu mais, realmente foi bem, apesar de tudo. Em 7 de fevereiro, ainda defendendo o Alvirrubro, falei o óbvio: “Não é questão de bancar o ‘eu já sabia’. Eu não sei de nada. É que somente a rodada 19 saberá”. Ainda avisei que contratação, só se fosse de cara que chegasse para resolver. Veio o sofrível Victor Júnior e deu no que deu…

Dia 14 de fevereiro, a coluna apontou pela primeira vez as incoerências dos pacotes promocionais de ingressos do Noroeste, que se apoiava no tal preço mínimo fixado pela Federação Paulista. Entrei em contato com a FPF e disseram que bastava um ofício do clube para praticar preços menores. Na semana seguinte, apontei que o argumento noroestino de que o torcedor “primeira pele” sempre pagaria mais barato não colava, tanto que a promoção em prol do lar Rafael Maurício, dias depois, provou isso.

Quanto tudo parecia perdido, afirmei – não aqui, mas no Canhota10.com – que Otacílio Neto, voltando de contusão, seria o cara contra a Ponte Preta. Dito e feito: 1 a 0, gol dele. Minha bola fora, entretanto, foi confiar a ele a sobrevivência noroestina. Ele nada fez depois daquilo. Naquela época, pelas experiências que tive em entrevistas com ele, defendi seu caráter, pois era apontado como “chinelinho” do elenco. Hoje, ouvindo histórias de bastidores aqui e ali, sinto-me advogado do diabo. Mas é preciso checar. Um dia essa história vem à tona.
Em 28 de março, após o Noroeste ser goleado em Itápolis (4 a 0 para o Oeste), joguei a toalha – fui um dos últimos a fazê-lo. Antes desse vexame, o time havia empatado, em casa, como Prudente, então lanterna da competição. Não tinha mais jeito.

Terminada a participação do Alvirrubro no Paulistão, um raio-X do desempenho noroestino diagnosticou que Ricardinho não deveria ter sido sacadao – participou de quase um terço dos gols do time – e que Aleílson poderia ser melhor aproveitado – artilheiro do time na competição, ele foi titular em apenas quatro ocasiões.
Entre bolas foras e acertos, foi um exercício e tanto. O aprendizado de que, se a bola pune dentro de campo, pune também os afoitos na opinião. Por outro lado, comentar em cima de fato consumado é fácil.

Ciência inexata
Petkovic, ontem, em jogo oficial do Flamengo, apresentou-se fininho, correu bem, mas passou em branco. Como o futebol gosta de contrariar, é possível que Ronaldo, mesmo gordo, faça um gol amanhã, em sua despedida da Seleção.

Papo de basquete
O BOM DIA já repercutiu minha presença na festa de premiação do NBB 3, na última terça-feira, mas reforço aqui o papo que tive com o técnico Guerrinha, do Itabom/Bauru. Ele até falou em tom afirmativo, otimista que é, mas publiquei na condicional: a chegada do pivô André, ex-Assis, e a permanência de Jeff Agba. Os agentes do norte-americano afirmaram no Twitter que ele está cada vez mais longe de Bauru. Entretanto, ninguém deu lance certeiro nesse leilão – fala-se do interesse de Franca. Esse falatório é do jogo da negociação. Aguardemos. Guerrinha ainda mostrou preocupação com o tema Panela de Pressão, lembrando que empresários de Campinas seguem assediando a diretoria bauruense para receberem um time que já vem com franquia do NBB na bagagem.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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