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Coluna da semana: o desafio de Knevitz na Copinha

No texto publicado na edição de 21 de maio de 2012 no jornal BOM DIA Bauru, falo da pretensão de Kenvitz com a Copa Paulista e anuncio que a história de Larry Taylor vai virar livro.

Anotado, Knevitz

Na última coluna questionei, pela enésima vez, o que o Noroeste pretende com a Copa Paulista. Até o ano passado, essa competição nunca havia servido como oportunidade para os jogadores da base. Em 2011, finalmente deram chance para muitos garotos, que foram mesclados com contratações equivocadas. A evolução natural seria priorizar a molecada, mas foi dado um passo para trás. Ou não. Depende do quanto a frase a seguir, do treinador Amauri Knevitz, será levada à risca: “A Série A-2 2013 já começou”.

Está anotado, Knevitz. Vejamos quantos jogadores desta Copa Paulista estarão no time titular na próxima Série A-2. Historicamente, o aproveitamento é baixíssimo. O que apoia o argumento do técnico alvirrubro é que, se não houver mais negociações, sete jogadores que foram titulares em boa parte da recente campanha seguem no elenco: Nicolas, Bira, Oliveira, Betinho, Juninho, Velicka e Leandro Oliveira. Então, a base começa forte.

A torcida é para que dê certo, mas não custa trazer à memória que o que vem pela frente é um desafio inédito. Se o Norusca estrear ano que vem com boa parte do elenco atual, será uma grande façanha.

Ônus da escolha
Testar jogadores desobrigaria o Noroeste a lutar pelo título da Copa Paulista. Encarar como preparação e manter boa parte de um plantel que quase subiu para a elite estadual significa favoritismo na Copinha. É o ônus da escolha de Knevitz. A torcida vai cobrar resultado. E com razão.

Grana no futuro
Talvez não haja tanto empenho noroestino em escalar jogadores da base na Copa Paulista porque foi encontrada uma outra forma de colocá-los na vitrine. Há atletas no Grêmio, no Fluminense, no Atlético Mineiro. Até jovem fazendo testes no Ajax, da Holanda. Se vingarem nesses clubes e forem negociados, o Noroeste leva boa grana. O mesmo vale para o volante França, emprestado para o Coritiba e já escalado com titular. Vai que estoura e atravessa a fronteira… Já o atacante Diego, também na Série A do Brasileiro (emprestado ao Bahia), terá um caminho mais longo. Enquanto apenas treina com o time principal, ele irá atuar pelo time sub-23 do clube de Salvador.

Marketing
Muito criticado nos últimos anos por ações ora mirabolantes, ora simplórias, todas sem impacto significativo, o marketing noroestino tem agora um bom exemplo para se espelhar. A campanha “Basquete: Paixão de Bauru”, com hotsite e inserções de mídia bem elaborados, tem colhido bons frutos. O vídeo que aborda o aprendizado do Hino Nacional pelo agora brasileiro Larry Taylor já se aproxima das 5 mil visualizações. O Bauru Basket leva tanta gente na Panela de Pressão quanto o Noroeste no Alfredão. E a loteria ‘É Gol’ definitivamente não decola. O Alvirrubro arrecadou, até agora, míseros R$ 2.748.

À espera de um milagrão
O trocadilho está na boca do povo e é mesmo muito bom – e realista. A pista de atletismo que será construída do estádio Milagrão para os Jogos Abertos está sob alerta. Vai dar tempo? Pode ser que sim, mas no esquema Panela de Pressão: com muito improviso, na base da maquiagem. E já disse isso antes: será questão de tempo para ser mal vigiado, subutilizado e virar sucata – um desperdício de milhões. Por isso defendo que o orçamento da Semel deveria contemplar Noroeste e Bauru Basket. O dinheiro seria melhor gasto e traria mais visibilidade para a cidade. Porque os Jogos Abertos são insignificantes para a grande imprensa.

Papo de basquete
Nesta segunda, o jovem Guilherme Deodato se apresenta à Seleção Brasileira de basquete que disputará o Sul-Americano. Larry Taylor, nosso gringo brasuca, vai rapidinho aos Estados Unidos abraçar a família antes de se juntar ao selecionado principal, de olho na Olimpíada. Que ótima fase do basquete bauruense! O Alienígena, aliás, será biografado por este jornalista. Já colhi longo depoimento do armador, gente ligada a sua história também vai contribuir e o capítulo final do livro será a participação em Londres.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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