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Rafael Hettsheimeir modelo 2018: dominante no garrafão

Pivô do Sendi Bauru começa o ano de forma demolidora, sobretudo no jogo interno. CANHOTA 10 comenta o atual momento de Rafael Hettsheimeir

Foram só três jogos até aqui, mas a amostragem é animadora: Rafael Hettsheimeir começou 2018 pontuando acima de sua média desde que chegou a Bauru e, melhor, insistindo no jogo interno. Ontem, por exemplo, na vitória do Sendi Bauru Basket sobre o Basquete Cearense (87 a 82), o camisa 30 fez muito trabalho de pivô raiz pra cima dos adversários Leozão e Fiorotto, levando a melhor na maioria dos embates.

A média de Hett nas três partidas de 2018 (Botafogo, Vitória e Cearense) é de 22 pontos. Para se ter uma ideia, nos dez confrontos anteriores (em 2017), registrou 11,5 por jogo. Isto é: dobrou a média.

Perguntado sobre esse melhor momento, sobretudo no poste baixo, o descontraído Canela me olhou com espanto: “Não fiz nada de diferente! Continuo trabalhando forte, tentando melhorar meu desempenho para ajudar mais a equipe”. Ponderou, entretanto, que evoluiu fisicamente nas últimas semanas. “Vim de uma lesão, demorei entrar no ritmo, mas tive a confiança do Dema e dos meus companheiros, o que ajudou bastante.” O fato de estar com uma minutagem comedida ajuda nesse aspecto físico: são 22min por partida até aqui.



Feliz com o desempenho de seu cestinha, o técnico Demétrius Ferracciú admitiu que vinha trabalhando com o atleta essa questão do jogo interno. “Foi importante ele perceber que quando joga lá embaixo e ganha confiança, o jogo abre. E ganha crédito para chutar de fora, porque já fez umas embaixo da cesta”, comenta. De fato. Nas dez primeiras partidas do NBB (quando Hett chegou a sair zerado de quadra em duas ocasiões), ele tentou 2,8 chutes de fora por jogo e o aproveitamento foi de apenas 18%. Nos últimos três jogos, arriscou do perímetro 5,3 vezes (quase o dobro) e o aproveitamento cresceu para 37%.

Acredito que há outros fatores que desencadearam esse versão 2018 de Hettsheimeir: a seleção brasileira e a concorrência. Recentemente, o técnico Aleksandar Petrovic disse à Folha de S. Paulo que Todos querem chutar de três no Brasil e assim não se ganha nada”. Deixou claro que não quer um jogo em que todos estejam de frente para a tabela. Isso quer dizer valorizar o cincão. Nesse ponto, Rafa vê dois colegas em ótimo momento brigando por vaga: o flamenguista JP Batista e o mogiano Caio Torres, sem contar os que atuam fora, como Augusto Lima — e Felício, quando puder ser convocado.

Dominante

Então, é bom Hett aproveitar sua supremacia local para impressionar cada vez mais na função. “Ele é um jogador que faz a diferença e sabe disso. Ele estava aquecendo para o NBB, agora já aqueceu. Ele é um jogador dominante, tem muita técnica e tem que aproveitar. Está sabendo fazer isso e o time também, de encontrá-lo na melhor posição”, opinou Demétrius.

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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