Ensaiei mentalmente várias vezes texto para opinar sobre as dez primeiras partidas do Bauru Basket no Paulista. Em recesso, fiquei devendo, mas resumo: nada me incomodou. Pelo contrário, pois a vitória sobre a Liga Sorocabana no primeiro turno foi lucro. Esperava só derrotas, tudo normal para meninos franzinos e aprendizes no meio de grandalhões. Também não me incomodou jogarem na fogueira, sem um experiente por perto. Tiveram minutos e aprenderam da melhor forma possível (errando). Acertaram também, pois agora o torcedor sabe que o potencial de Stefano é uma realidade, Eltink está amadurecendo, Henrique é um bom chutador do perímetro, Renan e Smith destacaram-se como defensores e Maicão é o cincão de um breve futuro. Tudo certo, gente.
Vamos à segunda parte do raciocínio: pelos relatos da transmissão dos colegas do Jornada Esportiva, alguns adultos estreantes nesta quarta (sobretudo Valtinho e Jefferson) ainda careciam de melhor fôlego. Sendo assim, cai por terra a ideia de que deveriam estrear antes. Se foi planejado que tivessem uma preparação cuidadosa pensando em toda a temporada, que assim seja.
Nesta noite, acordando no quarto final da partida, o Dragão quase virou sobre a LSB, mas pagou o preço do mau início, perdendo por 75 a 72 na casa do adversário. Pelo menos, garantiu vantagem no saldo de cestas para confronto direto (71 a 65 no turno).
Agora, faltam oito partidas. Na lanterna, Bauru está a uma vitória da própria LSB e do XV de Piracicaba e a duas do América. Ainda vai encarar os dois últimos e tem todas as condições de conseguir vaga nos playoffs — lembrando mais uma vez: dez times, oito vagas! Pode encarar Mogi, o time a ser batido, logo de cara no mata-mata? Pode, mas e daí? Se for pra superar, seja quando for. Ou Franca, Paulistano, hoje num momento melhor, mas a dupla da Seleção logo chega.
Paciência ainda é a palavra de ordem. Ok, torcedor é ansioso, mas a temporada é longa e o novo elenco tem suas limitações físicas e revezamento enxuto. Melhor mesmo poupar cartuchos.
ABRE ASPAS
Entrevistas pós-jogo ao repórter Lucas Rocha, da Auri-Verde 760AM/Jornada Esportiva:
“É um jogo que a gente não poderia ter perdido. Não vou colocar a culpa na arbitragem, mas eles erraram muito. Bola pra frente…”, lamentou o ala Léo Meindl.
“Não foi a estreia que a gente planejava. Demos moral para eles no primeiro tempo e correr atrás de uma vantagem requer muito mais esforço. A equipe está de parabéns por buscar, mas não foi o que a gente esperava. O basquete cobra o começo ruim e pagamos no final”, avaliou o pivô Shilton, após sua estreia com a camisa do Dragão.
“Nosso problema na partida foi o primeiro tempo, com apenas 24 pontos. Não conseguimos encaixar o jogo, alguns sentiram o ritmo. Melhoramos depois, fomos mais agressivos no último quarto, tivemos a oportunidade de virar, mas correr atrás dá um desgaste maior. Não tivemos sucesso por não termos ido bem ofensivamente no início”, resumiu o técnico interino Hudson Previdelo.
NUMERALHA
Léo Meindl: 26 pontos, 5 rebotes
Jefferson William: 14 pontos, 4 rebotes
Henrique Cerimelli: 13 pontos, 3 rebotes
Shilton: 10 pontos, 7 rebotes
Valtinho: 3 pontos, 6 rebotes, 6 assistências
Eltink: 2 pontos, 6 rebotes
Maicão: 2 pontos, 4 rebotes
Stefano: 2 pontos, 3 rebotes
Foto: Caio Casagrande/13 Comunicação/Bauru Basket