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Murilo Becker: “Agradeço o carinho dos torcedores”

Ainda ligado a Bauru, onde tem negócios, pivô Murilo Becker, do Vasco, falou com o C10

luto-chapecoenseTerminada a partida entre Gocil Bauru e Vasco, pelo NBB, o pivô Murilo Becker, de duas passagens vitoriosas pelo Dragão, foi logo rodeado por torcedores, para abraços e fotos. Quando consegui uma brechinha, o assessor de imprensa levou embora, o que, mais tarde, o próprio Murilo justificou. “Tive que vir correndo, porque nosso assessor de imprensa pediu. Estava tendo reunião no vestiário, pela partida que a gente fez”, isto é, tinha que se juntar ao grupo para levar bronca.

O camisa 21 foi bem autocrítico sobre a atuação de seu Vasco. “Muito triste com a atuação, minha particularmente. Eles marcaram zona o jogo inteiro e nosso foi uma zona também! Não conseguimos jogar, só rodando bola e eles com facilidade tremenda de marcar a gente. E isso não foi só nessa partida, vem de algum tempo. Não sei falar o que está acontecendo, porque estamos treinando. Mas precisamos mudar a atitude, pois temos jogadores experientes. Num jogo de TV tomar uma sacolada dessa… Temos uma torcida fanática que não merece isso”, comentou.

AINDA BAURUENSE

Como esperado, Murilo Becker, que atuou no Bauru Basket nas últimas três temporadas, foi aplaudido pela torcida no ginásio Panela de Pressão. “Agradeço o carinho dos torcedores, tenho muitos amigos aqui, tenho negócios aqui, vivo em contato com o pessoal”, lembrou, aproveitando para fazer o merecido jabá de seu Gabriel’s Mercado. “Está lá a duzentos metros do Vitória Régia, frango assado e costela assada no final de semana. Show de bola, continua! Não ia me desfazer porque saí de Bauru. Meu sócio está aqui, tocando e muito bem, graças a Deus”, enfatizou.

Depois de sua ida para o Vasco, a família permaneceu por um tempo morando em Bauru, mas o pivô teve que desenvolver uma logística para ficar mais perto da esposa, Patricia, e dos cinco filhos. “Eu procurei casa no Rio durante um mês, mas era época de Olimpíada. Perto de São Januário não tem apartamento grande e é longe dos hospitais que meus filhos precisam. Depois conheci a Tijuca, que é ali pertinho, só que nesse meio tempo minha esposa precisava ficar perto da família dela. Então, optamos por ela ir para São José dos Campos”, explicou Murilo, morrendo de saudades de Duda, Maya, Gabriel, Leonardo e Rafaella. “Está muito difícil pra mim. Acabando essa temporada, aconteça o que acontecer, eu não fico mais longe deles. São só três horas e meia, mas é complicado, pois é difícil ter dois dias de folga. Mas eu tenho cinco filhos! Tenho que sofrer um pouco agora, porque a carreira é curta, justamente por eles”.

#ForçaCHAPE

“Eles estavam num momento sensacional da carreira deles. Muitos jogadores foram emprestados para a Chapecoense porque não tinham muito espaço em times grandes. E de repente os caras numa final de Sul-Americana, voando, uma torcida fanática… Quando soube da notícia pensei: a gente pega avião toda semana. Imagine as famílias. Nada que nós possamos fazer vai tirar a dor de famílias e amigos, inclusive de companheiros de imprensa, da tripulação. É muito, muito triste, não dá pra imaginar a dor deles. O que nos resta é orar por eles e pelos sobreviventes. Que Deus dê muita força às famílias. É como tirar um pedaço do coração, é difícil. É impossível não se emocionar, a dor é muito grande. Se agente sente, imagine quem é próximo”, comentou Murilo Becker, sobre a tragédia que se abateu sobre o esporte e o jornalismo brasileiro na última terça.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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