Nesta sexta-feira, dia 25 de setembro, às 21h, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, começa a decisão da Copa Intercontinental de Clubes de basquete masculino. De um lado, o todo-poderoso Real Madrid, campeão da Euroliga. Do outro, o campeão das Américas, o Paschoalotto Bauru. Um momento único, um sonho até outro dia inimaginável diante dos olhos dos torcedores do Dragão. Antes de qualquer coisa, uma festa do esporte. A coroação de uma caminhada que recomeçou do zero há cerca de oito anos.
Como escrevi no último post, que o time se divirta, curta o momento — incluindo a agenda na pré-temporada na NBA, no início de outubro. Claro que dará seu melhor, a bola laranja vai virar um prato de comida, mas talvez o melhor não seja o suficiente para superar os espanhóis, favoritíssimos. Ainda porque o potencial dos guerreiros neste exato momento é um grande ponto de interrogação.
E aqui aproveito para raciocinar a partir do que diz o técnico Guerrinha, que criticar na derrota é oportunismo. Portanto, vamos falar antes das partidas: é interrogação porque, além dos contratempos no início da temporada (atletas na Seleção e a fatalidade com Murilo), os trabalhos começaram tarde. Murilo teve 44 dias de férias (mesmo tempo da molecada sub-22), Alex, 53, Day, 58. Ricardo e Hettsheimeir são exceção, descansaram apenas 14 dias antes de se apresentarem à Seleção. Enfim, vale considerar que a temporada 2014/2015 foi muito desgastante e que mereciam descanso, mas não dá para negar que alguns dias fizeram falta na preparação para este Mundial.
O que foi programado a partir do início dos trabalhos tem sido cumprido à risca, com a comissão técnica tentando obedecer o tempo de quadra que o preparador físico Bruno Camargo pede, com algumas exceções — Alex se excedeu em seu retorno, dia 20/ago, contra Osasco, quando sentiu dores no joelho, e Paulinho talvez tenha jogado mais minutos do que deveria no primeiro turno. Tudo isso foi feito não visando o Real Madrid, mas um fôlego extra na reta final da temporada, em 2016, com pico na Liga das Américas sem cair o ritmo até terminar o NBB 8, a grande obsessão.
Não há nada de errado nisso (priorizar o médio prazo, o NBB), apenas será fácil creditar uma possível derrota para o Real Madrid apenas à força do adversário — que chega após menos de uma semana de elenco reunido, pois as feras estavam disputando Eurobasket e Copa América por seus países.
Mas eu prefiro mesmo é que surpreendam, deem aquelas entrevistas de que superaram as desconfianças e retornem a Bauru com o troféu. E quem sabe essa aura fantástica resolva os problemas que estão por vir, a partir da iminente saída de Rafael Hettsheimeir (foto acima, com os ex-colegas merengues). Se o camisa 30 ficar, sobrecarrega o orçamento, isto é, problema do mesmo jeito.
Problema pra depois. Como disse, hora de curtir essa merecida festa construída com muito trabalho e dedicação desde 2007. Pra cima dos merengues, guerreiros. Divirtam-se!
Aviso importante: resolvi não me arriscar a sair de Bauru no fim da tarde desta sexta e o imprevisível trânsito paulistano não me deixar chegar no Ibirapuera. Por isso, crônica in loco do Canhota 10, apenas no jogo de domingo. Mas estarei grudado na telinha pra repercutir o jogo 1.
Foto: José Jimenez Tirado/Fiba Amercias