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A provação de Jaú

O ala-pivô Gabriel Jaú, como num jogo de tabuleiro, terá que voltar várias casas. Mas tem força e torcida para essa nova travessia.

Resiliência é uma das palavras da moda. Ainda bem, porque todos precisamos dela (da capacidade de rápida adaptação ou recuperação, segundo o Michaelis) diante dos perrengues diários. Mas Gabriel Jaú precisa de muito mais. Na iminência de voltar a uma partida oficial, após meses de trabalho árduo de recuperação de cirurgia no joelho, o ala-pivô teve nova lesão. Como num jogo de tabuleiro (sarcástico), teve que voltar várias casas.

A palavra para o momento de Jaú é outra, mais cascuda: provação. Novamente aciono o dicionário: situação aflitiva ou infortúnio, que põe à prova a coragem, a força moral e a fé de uma pessoa. Descreve bem o desafio que o camisa 25 tem pela frente, uma mistura de sacrifício e otimismo.

Quando foi meu convidado no ENTREVISTA 10 (assista — ou reveja — logo abaixo), em junho de 2018, tive a oportunidade de entender, pelas palavras, um pouco mais da maturidade que aquele jovem demonstrava em quadra. ‘Menino bom’ é um elogio recorrente que fazem a ele. Chato nos treinos, pela intensidade e entrega, tirou os mais rodados da zona de conforto. E foi justamente no treino que o joelho de Jaú sucumbiu de novo. Dor, medo e frustração certamente o tomaram, mesmo por um instante. Mas essas palavras vêm antes no dicionário. Chegou a hora da provação, que Jaú assumiu de prontidão, como demonstrou ainda ontem em suas redes sociais:

Ao pensar nesta pauta, lembrei-me que a imagem abaixo deveria compor o texto. É Jaú consolando o amigo (e então colega de Dragão) Stefano, derrotado numa Copa América sub-18. Hoje, é o ala-pivô quem precisa de afago. Foram muitos desde a triste notícia. Que o abasteçam, Gabriel. Boa cirurgia, bom trabalho, bom retorno. 👊

Gabriel Jaú e Stefano
Um gesto definidor. Foto: Fiba Americas. Foto topo: Media Day do NBB

 


Fernando Beagá

 

Abaixo, a entrevista concedida por Gabriel Jaú ao ENTREVISTA 10:

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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