(Direto da Panela) Foi só um lampejo. O de um time que vinha do ritmo de cinco jogos de playoff, contra o outro que só treinou nas últimas semanas. Franca foi melhor pelos oito primeiros minutos, e só. Depois, os guerreiros alcançaram a velocidade cruzeiro e atropelaram na banguela. A vitória por 82 a 55 abriu os trabalhos do Paschoalotto Bauru no mata-mata do NBB7, 1 a 0 na série quartas. Domingo tem mais, às 19h, ainda na Panela. Antes, neste sábado, tem Norusca, no Alfredão, 15h30, e vale muito apoiar.
BOLA QUICANDO
Com Ricardo com o tornozelo comprometido, Larry começa como titular na armação, para colar em Figueroa e cansar o gringo. Bauru não começa bem e Franca abre 2 a 10. Pelo menos, Helinho entra para descansar Figueroa. Mas os visitantes seguem dominando, no ritmo de Léo Meindl. Somente a 2min do fim do primeiro quarto, Alex levanta a torcida com boa infiltração – e uma bola de três, logo depois. Foi a senha para a virada, guiada por três rebotes defensivos de Hettsheimeir e finalizada, lindamente, pela redinha balançando pela bola especialista de Roberdei: 19 a 18.
No segundo período, a correria impera, com jogo mais físico, garrafão saindo faísca e pontuação tímida até a metade do tempo. Difícil deslanchar o placar contra o paredão formado por Coimbra e Lucas – mais ainda transpor Murilo e Mathias. A diferença finalmente chega a dois dígitos quando o Brabo acerta um triplo. No fim das contas, fica em oito. Poderia ser mais, mas clássico é clássico e vice-versa: 38 a 30, parcial de 19 a 12.
A partida recomeça, mas a bola de Franca fica no vestiário. Nenhum ponto marcado nos primeiros quatro minutos, fragilidade pouco aproveitada por Bauru, que faz apenas sete. Depois, entretanto, deslancha. Na raça de Day, no bandegancho de Alex, na máquina de rebotes chamada Hettsheimeir. A fração é boa, 20 a 9, garantindo folga no placar: 58 a 39. Mérito da defesa do Paschoalotto.
O quarto derradeiro tem os francanos mais ligados – e mais marrentos também, reclamando muito e buscando o contato. O que faz Alex mostrar quem manda, ao bandejar na cara de Coimbra e depois encará-lo marotamente. E para não perder o hábito, o Alienígena (“Uh, é Larry Taylor!”) garrincheia três vezes na zona adversária. Disse que vai jogar até os 40, o ET de Bauru. Se Helinho e Marcelinho, meros mortais, podem, ele deve. Com seus protagonistas rendidos, Lula aborta o jogo, coloca a molecada. Os meninos de Bauru entram no minuto final também, para participarem do passeio. Período de 24 a 16 e conta fechada em 82 a 55.
ABRE ASPAS
Segue o áudio das entrevistas. A primeira, com Hett, não sei se dá pra entender o início do papo, mas ele estava tirando sarro de Mathias, que levou um toco ao errar um gancho — precisa treinar mais com Josuel, o cara.
Fala, Hett:
Alex Garcia, que ultrapassou 1.000 pontos em playoffs de NBB, a exemplo de Murilo:
Ricardo Fischer, seu tornozelo e sua gana de disputar esse playoff:
Avaliação de Guerrinha (que reclamou que meus textos sumiram, mas eu sou noroestino e não desisto nunca):
NUMERALHA
Murilo Becker: 17 pontos
Rafael Hettsheimeir: 16 pontos, 14 rebotes
Alex Garcia: 16 pontos, 6 rebotes, 6 assistências
Larry Taylor: 11 pontos, 3 rebotes, 3 assistências, 4 bolas roubadas
Ricardo Fischer: 7 pontos, 6 rebotes, 5 assistências
Robert Day: 7 pontos, 4 rebotes
Thiago Mathias: 4 pontos, 2 rebotes
Gui Deodato: 2 pontos, 4 rebotes
Wesley Sena: 2 pontos, 2 rebotes
Foto: Henrique Costa/Bauru Basket (tanto personagem bacana no jogo para ilustrar a foto de topo, mas Robert Day, que tem sido coadjuvante, foi o protagonista do lance que virou a partida, fez faltas táticas, se esborrachou no chão duas vezes, deu o sangue pelo time)