Aí vai mais uma fração da entrevista que fiz com Guerrinha há alguns dias. Desta vez, o personagem da conversa é o pivô Murilo, que teve uma temporada e tanto na vida pessoal. Guerrinha o classificou como o símbolo do time na temporada — não à toa ele foi escolhido para erguer a Liga das Américas. Fala, Guerra:
“Quando eu era jogador em Franca e perdia, não podia sair de casa um mês. Não era na rua, não, era em festa familiar! Então, a pressão de hoje é brincar em parque, isso não me toca. Mas fico sentido porque toca algumas pessoas. Esses comentários de que viria um pivô americano, por exemplo, num momento fragilizado do Murilo. Então mostramos pra ele que é mentira, que a gente está satisfeito e vai fazer um trabalho de recuperação.
Ele mostrou muito valor, foi um gigante este ano. Ele dormia em hospital, estava com filho na UTI entre a vida e morte e era monstro em alguns jogos. A gente está com o Murilo, o time inteiro. Fico até emocionado de falar. E depois disso tudo ser exposto da forma que foi? Pessoas atacando o Murilo… Se fosse o Zé brigando no trânsito, ninguém falaria nada. Mas foi o Murilo. Ele não pode. Se alguém te dá um tapa na cara, a vontade é revidar. Imagine se eu revido. Se um cachorro morder o Alex, o que é difícil [risos], não dá nada… Mas se o Alex morde o cachorro, dá manchete. Não que a atitude dele no trânsito foi certa. Mas, se você gosta dele, desceria do carro e pediria calma a ele.
Se você perguntar se o Murilo é mais completo como pessoa em junho de 2015 em relação a junho de 2014, certamente ele vai dizer que sim, por tudo o que viveu. Ele foi um leão.”
Fotos: Luiz Pires/LNB (topo) e Gaspar Nóbrega/Fiba Americas (taça)