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Bauru 2, Pinheiros 1: o planejamento e a semifinal

Passado o planejado período de perrengue, Dragão está na semi do Paulista. Canhota opina!

retranca-bauru-basketLá vou eu escrever com atraso. Ou não. Se o(a) leitor(a) considerar que não estou aqui para informar resultado ou descrever a partida e, sim, para refletir sobre o resultado, estamos sempre no timing. Sendo assim, a vitória do Gocil Bauru sobre o Pinheiros, por 95 a 88, significou mais do que a vaga na semifinal do Campeonato Paulista. Mostrou a aposta acertada do que aconteceu até aqui — molecada abrindo os trabalhos, roendo o osso mesmo antes de os adultos assumirem a bronca.

(Antes de seguir, um parêntese: o jogo 2 serve como um grande aviso, a queda de produção no último período, que definiu a vitória do Pinheiros, foi avassaladora e preocupante. Os guerreiros reagiram logo, não deixaram escapar a vaga, mas precisam conversar muito sobre os fatores que resultaram naquele desastroso período perdido por 34 a 10…)

Voltando. Quem acompanhou minhas recentes argumentações sabe que não vi problema no planejamento do time, que de fato jogou a molecada aos leões em boa parte da primeira fase do estadual — este texto resume bem. Respeito demais quem pense diferente, mas acredito que valeu tanto para os meninos do sub-19 aprenderem errando (a melhor forma de aprender), quanto para os adultos cuidarem da forma física pensando em toda a temporada.

No fim das contas, o time está aí, na semifinal, apesar da campanha cheia de derrotas — derrotas essas normais, as dos meninos. E perder um playoff daqui por diante independe do que foi feito até aqui, não serve de argumento se o título paulista não vier. Por quê? Porque o sétimo lugar acabou sendo benéfico, pois tirou Mogi das Cruzes do caminho antes da decisão. Ah, mas tem o duríssimo time de Franca agora. Tem. Mais uma ótima oportunidade de calejar o Dragão para as tantas batalhas que a temporada ainda reserva.

E vamos combinar que o título paulista é bacana de ganhar, mas não é prioridade. Goste o torcedor ou não, o recado da Associação é muito claro quanto a isso. O estadual é mesmo o ponto de sacrifício visando fôlego até o fim do NBB. Se vier, é lucro. E aí está a parte boa: Alex e companhia vão dar o sangue em quadra por esse lucro.

No mais, o Pinheiros se mostrou um grande adversário, é uma molecada valorosa. Pesou a maturidade bauruense para conduzir bem o terceiro jogo e fechar a série. Agora, é usar a experiência e ter cabeça fria para não cair na provocação francana — ou não provocar. Não interessa quem acende o pavio. Ninguém aguenta mais ver treta nas quadras de basquete. Que joguem bola, apenas.

Time faz a festa da classificação
Time faz a festa da classificação. Fotos: Caio Casagrande/13 Comunicação/Bauru Basket

ABRE ASPAS
Declarações pós-jogo 3 ao repórter Lucas Rocha (Jornada Esportiva/Auri-Verde):

“Depois da péssima atuação de sexta, ficamos remoendo aquela derrota, conversamos muito para evitar os erros de novo. Agora estamos evoluindo, crescendo e o time está de parabéns por hoje. Agora vem parada duríssima contra Franca”, disse o ala-pivô Jefferson William.

“Hoje jogamos realmente como equipe, como grupo, como jogamos até o terceiro quarto de anteontem. Minha preocupação era não oscilar muito dessa vez e conseguimos manter o controle o jogo inteiro. Foi um jogo muito físico e com o Pinheiros com bom aproveitamento, mas nossa defesa se comportou bem e conseguimos impor mais dificuldade a eles. Tudo isso é resultado de concentração e de realizar o que estava programado”, avaliou o técnico Demétrius.

NUMERALHA
Hett: 20 pontos, 9 rebotes, 2 assistências, 1 roubo, 1 toco
Jé: 20 pontos, 5 rebotes, 4 assistências
Roy: 15 pontos, 3 rebotes, 2 roubos em apenas 11min!
Maestro Valter: 13 pontos, 3 assistências, 2 roubos
Brabo: 9 pontos, 4 rebotes, 3 assistências, 3 roubos, 3 tocos!!!
Meindl: 8 pontos, 3 rebotes, 2 roubos
Eltink: 6 pontos, 2 rebotes
Jaú: 3 pontos, 1 rebote
Gui Santos: 1 ponto, 1 rebote
Shiltão: 2 rebotes, 4 faltas e poucos minutos

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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