“Temos quarenta segundos para fazer história”. Foi com essa frase que um dos jogadores do América de Rio Preto motivou os colegas, nos instantes finais do quarto período. E fizeram. Conseguiram levar a partida para a prorrogação e acabaram vencendo o Paschoalotto Bauru por 102 a 99, chegando a uma heroica classificacão para os playoffs do Campeonato Paulista, deixando para trás Limeira e Franca, times de NBB que vão disputar uma repescagem antirrebaixamento.
Com a derrota, o Dragão fechou a primeira fase com quatro vitórias em dez jogos, na quarta posição. De fato, ruim para o tamanho desse time, mas dentro do planejamento. “Terceiro ou quarto”, ouvi de dentro e citei neste texto.
Tem muito torcedor bronqueado com a campanha no estadual e são opiniões que merecem ser consideradas.
De minha parte, não acho que priorizar ou não o Paulista é o maior dos problemas. Pelo contrário. Foi muito prudente poupar Alex Garcia nesta noite em Rio Preto — até porque, Bauru tem time pra ganhar do América mesmo se tivesse cinco desfalques, mas os donos da casa mostraram vontade para pulverizar esse favoritismo. Penso que o maior dos problemas foi a apresentação tardia. Quase dois meses depois da final contra o Flamengo. Mas, como estavam todos em frangalhos depois de uma temporada intensa, isso também merece ser ponderado.
A verdade é que a cabeça da turma está no Real Madrid. Todos querem estar inteiros no Ibirapuera. Mas, para isso, terão que pegar um ritmo melhor e disputar um nível maior. Nem todos, hoje, estão 100%. Por isso, as quartas contra Mogi vêm a calhar — confronto que ainda guarda a emoção do reencontro com Larry Taylor…
E, pra falar bem a verdade, tudo converge para a obsessão do título do NBB. Todos sabem que vencer os espanhóis será uma façanha — possível, mas o favoritismo é dos merengues —, que o perder o Paulista será um lamento suportável e que Liga das Américas é como Libertadores, não se ganha toda hora. O que vier, é lucro, desde que o NBB esteja na fatura.
ABRE ASPAS
“Foi um jogo emocionante, muito disputado e Rio Preto teve todos os méritos. Nós tentamos, mas não tratamos o jogo como deveríamos desde o começo. Eles pegaram moral e decidiram. Estamos precisando de jogos difíceis como contra Mogi para entrarmos no nível do Mundial. É melhor uma preparação dessa do que disputar amistosos. Esperamos uma boa série contra Mogi”, comentou o técnico Guerrinha ao repórter Arthur Sales (Auri-Verde/Jornada Esportiva).
NUMERALHA, com partidaço de Ricardo Fischer
Ligeirinho: 34 pontos, 8 rebotes, 5 assistências
Léo Meindl: 14 pontos, 5 rebotes, 3 assistências
Wesley Sena: 13 pontos, 5 rebotes
Robert Day: 11 pontos, 5 rebotes
Jefferson William: 10 pontos, 8 rebotes
Rafael Hettsheimeir: 9 pontos, 6 rebotes
PLAYOFFS definidos
Foto: Caio Casagrande/Bauru Basket