Depois da derrota deste sábado para Uberlândia, 74 a 76, quem consultar a tabela do NBB6 neste momento verá Bauru na penúltima posição, com o mesmo número de vitórias da Liga Sorocabana (três). O Dragão só não está na lanterna porque tem menos partidas (11 contra 14). Portanto, tem uma possibilidade de, cumpridos os jogos, chegar a uma classificação mais próxima da realidade da qualidade do elenco campeão paulista, fique tranquilo leitor/torcedor, o Paschoalotto Bauru irá figurar entre os 12 classificados aos playoffs. Não mais no esperado G-4, mas longe da zona do rebaixamento que hoje ocupa.
Torcedores têm me perguntado sobre a má fase, o que está acontecendo, e tenho sido categórico: se pegarmos qualquer campanha do NBB, sempre há um momento de baixa. Desta vez, entretanto, ele “emendou” com o início complicado, de prioridade para as finais do Paulista. Deu no que deu. Nesta derrota para Uberlândia, nada de anormal, era um adversário qualificado, a partida foi decidida na última bola — a exemplo do NBB5, na Panela, com Cipolini definindo de tiro curto na zona morta… — e, com ou sem má fase, é um resultado aceitável. Os jogadores se desdobraram em quadra, mas não deu. E não haveria momento pior para encarar outro adversário qualificado do que na rodada seguinte: Bauru encara Franca, novamente na Panela, nesta segunda, às 20h. Está passando da hora da reação, que virá, mas não pode tardar.
Quem olhar para a tabela daqui para frente, verá que há poucas babas pelo caminho. É time mais forte, é anfitrião encardido… Em poucas partidas dá para cravar vitória certa. Portanto, o grupo precisará recuperar suas forças e a torcida também pode ajudar — contra Uberlândia, foram apenas 709 pessoas na Panela. Ninguém desaprendeu a jogar basquete. Basta acreditar.
O jogo
Logo no início, os guerreiros mostraram muita intensidade, roubando bolas e puxando contra-ataques. Entretanto, não conseguiram liderar o placar, sobretudo por erros no passe final, quando Tischer falhou na recepção. O camisa 99, mesmo assim, foi o cestinha baurense no período, com seis. Do lado uberlandense, notava-se a canhotinha de Gruber sempre calibrada, e os visitantes começaram na frente, 16 a 22.
No segundo período, Fischer entrou bem, guardou duas bolas de fora. Entretanto, no jogo interno Bauru falhou no rebote ofensivo, tanto que o time comandado interinamente por Brasília abriu 11 pontos. Mas as quatro bolas de três de Murilo garantiram o triundo na fração (23 a 19) e um placar sob controle para a metade final da partida: 39 a 41.
Na retomada, foi Barrios, sumido até então, quem colocou duas bolas certeiras e recolocou o Dragão na frente. Mas o gringo McCants começou a aparecer. Foi mesmo o período dos sumidos: Ricardo Fischer, até então discreto, também entrou no jogo para ajudar os guerreiros a vencerem mais uma parcial (18 a 17). O Ligeirinho protagonizou um lance de “Garrincha das quadras”, entortando a defesa azul com muita plasticidade para concluir uma bandeja. A nota triste foi a contusão do ala Gruber, de Uberlândia, que rompeu o tendão de aquiles e provavelmente perderá o restante da temporada. E Baur foi para o quarto decisivo um ponto atrás (57 a 58).
No momento decisivo, foi Murilo, o cestinha alvilaranja, quem iniciou a luta bauruense por reagir no NBB. Bolas perdidas aqui e acolá, o placar seguiu disputado ponto a ponto até o minuto final. Faltando 40s, Murilo perdeu bola preciosa no garrafão e Uberlândia abriu três pontos em bola de Audrei, Guerrinha pediu tempo e, na jogada seguinte, Larry Taylor guardou também de fora, para empatar a 24s do fim. Foi quando Valtinho usou toda sua experiência, gastou o tempo e deu na mão de Cipolini a 2s: o pivô converteu chute difícil e os donos da casa, em pouco tempo, não conseguiram executar um lance para empatar… 74 a 76 e oitava derrota em 11 jogos.
Fala, Guerrinha
“Não que derrota seja normal, mas da forma que foi disputado o jogo… Bateu no aro de um lado e entrou , do outro não. Talvez serja reflexo da fase, estamos sentindo isso. Temos que continuar trabalhando. Na vitória ou na derrota, temos que ser as mesmas pessoas, ter humildade. Da mesma forma que vem a cobrança, vem o elogio. A torcida entendeu a derrota de hoje e aplaudiu. E as pessoas podem se perguntar: tem problema no grupo? De forma alguma. Nunca vi um time tão unido, querendo tanto. Estrutura, respeito, tudo ok. Estamos pagando o preço do título paulista. Lógico que não vamos ficar justificando com isso. Mas as vitórias virão. Parece que estamos passando por um momento de provação. Por isso que temos que seguir firmes e todos entenderem que não está faltando dedicação. Agora, é um campeonato duro. O time está sangrando, mas tenho certeza que irá cicatrizar e as vitórias voltarão. O objetivo agora é classificar e fortalecer para os playoffs. Em qualquer posição que ficarmos, jogando como hoje, o time jogará bem dentro e fora de casa. Deus sabe o que faz, temos que ter equiílibrio e humildade. Estamos pagando um preço e agora mesmo iremos retomar o trilho das vitórias”, comentou o treinador do Bauru Basket.
Números
Murilo Becker: 22 pontos, 9 rebotes
Ricardo Fischer: 13 pontos, 7 assistências
Larry Taylor: 10 pontos, 6 assistências