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Raio-X de Vandinho

Meia-atacante retorna para time em que teve melhor momento da carreira

Meia-atacante retorna para time em que teve melhor momento da carreira

Em 2007, quando era comentarista do programa Ritmo do Esporte, da 94FM, estava empolgado com minha estreia no rádio e dei uma de criador de termos. Trem-Bala, para o Noroeste, pegou aqui e ali e até causou rejeição em pronunciamento (à época) na Câmara Municipal – não me lembro o nome do vereador, o Bruno Mestrinelli deve saber. Também reproduzi apelido dado ao Vandinho pelo meu amigo José Rodrigo de Oliveira, o Zé: Vandinho Ferrari. Afinal, vestindo vermelho e naquela velocidade toda… Não pegou, mas as lembranças das arrancadas de Vandinho naquele Paulistão estão vivas. Quanto vigor! Parêntese: o Zé também chamava Fábio Ferreira de Fábio Beckenbauer. Exagero a parte, o hoje beque do Botafogo jogava muito no Norusca.

Voltando ao Vandinho – hoje com velocidade, talvez, de uma Williams, depois de recuar taticamente e mudar seu estilo de jogo – é bom reforço pela sua identificação com o clube, mas é uma incógnita, pois passou mais tempo no departamento médico, em 2010, e jogou pouco, muito pouco (64 minutos, pra ser exato). Que esteja com os músculos zerados para voltar a rasgar a grama do Alfredão e, quem sabe, voltar a ser Ferrari…

A seguir, um resumo da carreira de Vanderlei Bernardo de Oliveira, 30 anos (10 de julho de 1980, em Presidente Epitácio-SP), de 1,78m e 73kg:

Até 2002
Formado pelo Vasco, tem poucas chances no time principal. Jogo de elite nacional, apenas um: em 1999, contra o Ji-Paraná, na primeira fase da Copa do Brasil. É escalado por Antônio Lopes ao lado de Guilherme (ex-MAC, Galo e Timão). E só.

2003
Atua no União Bandeirante-PR como titular na campanha do título da seletiva paranaense para a Série C daquele ano. No torneio nacional, é desclassificado pelo Ituano, que se tornaria o campeão, na terceira fase. O goleiro do time de Itu é André Luis, hoje seu colega no Norusca.

2004
Transferido para o Mogi Mirim, destaca-se no Paulistão, fazendo três gols em um ataque comandado por Gilson Batata. Faz outros três na Série B antes de ser emprestado ao Paraná Clube – onde não ganha chance de atuar no Brasileirão.

2005
De volta ao Mogi, não atua em nenhuma partida do Paulistão. Vai para o Paulista, onde fica de maio a agosto, período em que o time de Jundiaí ganha a Copa do Brasil – mas ele não atua em nenhum jogo da campanha. Ainda tem tempo de se transferir para a Ponte Preta e atuar em quatro jogos do Campeonato Brasileiro.

2006
Pelo Vila Nova, faz uma boa Série B, apesar do rebaixamento do clube goiano, lanterna da competição. Termina como vice-artilheiro do time, com nove gols.

2007
Desembarca desconhecido ao Norusca, mas joga como titular desde a estreia. Com arrancadas impressionantes e assistências, chega a jogar até improvisado na ala-direita. Faz oito gols no Paulistão, um deles sobre o São Paulo, no Alfredão – Rogério Ceni nem se mexe…
Em evidência, transfere-se para o Paraná Clube: joga 30 partidas no Brasileirão e faz dois gols na campanha que rebaixou o time de Curitiba.

2008
Volta ao Norusca no início de fevereiro e, de cara, faz gol na reestreia: vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0. Também marca o gol de empate com o São Paulo (2 a 2), no Morumbi, repetindo a dose sobre Rogério Ceni. E faz mais um contra a Ponte, na 18ª rodada (derrota por 3 a 2).
Segue para o São Caetano, ainda a tempo de disputar uma partida da Copa do Brasil (contra o Corinthians, pelas quartas de final). E disputa a Série B no segundo semestre.

2009
Bom ano jogando pelo Azulão, com dez gols na temporada: no Paulistão, quatro em nove partidas; na Série B, seis em 22. Estabelece-se como meia-atacante, o que diminui sua velocidade, mas aumenta sua visão de jogo – tanto que passa a marcar gols de falta. Em setembro, lesiona ligamento cruzado do joelho esquerdo e passa por cirurgia – só volta em maio do ano seguinte.

2010
Recuperado em março, prestes a voltar, escorrega na escada de casa e volta a sentir dores no joelho, o que o obriga a fazer uma artroscopia – e tira Vandinho definitivamente do Paulistão. Volta na Série B, na 11ª rodada (Portuguesa), sua única partida pelo São Caetano no ano.
Transfere-se para o Ceará, a pedido do técnico Mário Sérgio. Joga contra o Vasco, na 19ª rodada, e nas partidas seguintes não é escalado para melhorar o condicionamento físico. Só volta na rodada 30, contra o Palmeiras. Ambas a partidas partindo do banco de reservas. Com a saída de Mário Sérgio, perde espaço e passa a treinar em separado, até pedir a rescisão de contrato, no fim de novembro – àquela altura, já apalavrado com o Noroeste.

Vídeo com um pouco de Vandinho (muito longo, vale pelos momentos iniciais – Noroeste):

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

Uma resposta em “Raio-X de Vandinho”

O vereador em questão foi o Paulo Eduardo Martins. Para ele, a Maquininha Vermelha segue sempre devagar, mas segue!

Abraços!!!!

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