Otacílio Neto, exclusivo: “Estou 99% certo”

No fim da tarde desta terça (26/10), o Canhota 10 entrou em contato, por telefone, com o atacante Otacílio Neto, hoje no Goiás – emprestado pelo Corinthians. “Beleza, guerreiro?”, cumprimenta ele, sempre receptivo. Em fase de tratamento no clube goiano, com estiramento na coxa, o atacante está louco para voltar e ajudar o time a fugir do rebaixamento no Brasileirão. Mais louco ainda, Tatá está para voltar a Bauru e reencontrar a torcida alvirrubra, como me contou com exclusividade.

Vale lembrar que o Noroeste pronunciou oficialmente seu interesse pelo atacante, garantindo estarem apalavrados, faltando apenas o aval do Corinthians. O que deve acontecer, segundo Otacílio. “99% certo”, garante.

Como foi o contato com o Beto Souza?
Há uma semana, eu estava com o Fernando Garcia [seu procurador e filho de Damião] e o Beto entrou em contato perguntando se eu tinha interesse de voltar para Bauru. É claro que eu tenho interesse, com certeza. Tenho carinho pela torcida, pela cidade. Espero voltar.

O fato de o Beto estar recentemente trabalhando aí, no Goiás, ajudou?
Sim. Assim que cheguei, ele disse que tinha trabalhado no Noroeste também – e que acompanhou minha passagem no clube. Quando saiu daqui do Goiás, falou que eu seria o primeiro nome da lista para tentar levar para Bauru.

E a postura do Corinthians nessa negociação?
O Corinthians deixa bem aberto para jogadores que não estão sendo aproveitados, como eu, o Wellington Saci, o Eduardo Ramos, que estamos emprestados. Temos carta branca para procurar outros clubes. O clube tem bom relacionamento com o Beto, o Fernando. Outros clubes me procuraram, mas, como eu falei com o Beto, minha preferência é o Noroeste.

O Vandinho já está confirmado. É a chance de reeditar a dupla.
Espero que eu possa jogar com ele, é um grande jogador, para fazer novamente essa dupla de ataque.

Além dele, estão aqui Bonfim, Marcelinho e o Tiozão Hernani, que inclusive criou o apelido do minimíssil para seu chute potente…
Falei com o Tiozão outro dia e fiquei muito feliz de saber da volta dele. Bonfim também é uma grande pessoa, um irmãozão. O Marcelinho também. E é verdade, foi o Tiozão quem criou esse apelido de minimíssil e espero que [o chute] possa voltar a brilhar nos gramados.

Como está sua situação no Goiás? Sem sequência de jogos, está conseguindo se manter em forma?
Estou, sim. A experiência está sendo boa. Tive uma lesão no adutor da coxa, fiquei 15 dias fora e voltei contra o Vitória [29ª rodada, dia 10/10, vitória por 1 a 0], última partida que fiz pelo Goiás. Depois, não fui relacionado para um jogo da Sul-Americana e me machuquei em seguida. Há sete dias estou tratando um estiramento na coxa, mas estou bem. Firminho, 75kg, me cuidando. Espero que em janeiro eu esteja mais rápido e trabalhando bem.

Sua passagem pelo Goiás já ficou marcada pelo gol que fez sobre o Flamengo, no Maracanã (7ª rodada, dia 5/6, última partida do goleiro Bruno, vitória goiana por 2 a 1).
Até hoje brincam comigo e com o Hugo, que fez o primeiro gol naquele jogo. Hoje ele está machucado também, mas dizem que não precisamos fazer mais nada este ano, podemos ficar aqui [no departamento médico], pois fizemos os últimos gols em cima do Bruno. Estamos passando um momento difícil agora, mas esperamos sair dessa situação rapidamente para passar um Natal e um Ano-Novo felizes, porque não é a melhor coisa cair com um time.

Inevitável pergunta: como foi ser companheiro de time do Ronaldo Fenômeno?
Ele é um cara mil, bacana. Tive muita afinidade com ele, concentramos juntos em Itu. É gente boa, me convidou várias vezes para ir à casa dele, onde fazia festa com a família. Só tenho a desejar tudo de bom na vida dele, pois merece. Venceu tudo, é artilheiro de todas as Copas. Por tudo o que já passou, é um cara em quem tem que se espelhar.

Voltando ao Noroeste. Em 2008, quando se machucou, era o artilheiro do Paulista, com dez gols. Como diz estar fininho, espera chegar em ponto de bola e repetir o feito?
Espero que 2011 seja um ano diferente pra mim. Em 2010, demorei a acertar com um clube. Vieram atrás Portuguesa, São Caetano, Santo André e acertei com a Ponte, mas um pouco tarde. Já tinham se passado três, quatro rodadas. Cheguei no meio e treinei em separado, o que não é igual. Espero acertar logo com o Noroeste para me apresentar o mais rápido possível, junto com todos.

Quanto você diria que há de chance de voltar?
Ah, uns 99%. Quase cem. Vamos deixar esse um por cento, essa dúvida… Mas espero que não haja nenhum empecilho. O Fernando tem boa entrada no Corinthians e acho que vai ser bem fácil voltar para Bauru e dar alegrias para a torcida do Noroeste.

Lembro-me que quando tratou o joelho em São Paulo (no Palmeiras), preferiu ficar na casa da sua tia, na periferia, a se hospedar em um hotel. É a humildade que move o Otacílio?
Com certeza. Foi assim que eu consegui chegar onde cheguei. Com trabalho. Fui muito feliz no Noroeste, conquistei a torcida, que sempre me apoiou e espero que o Otacílio possa voltar a dar alegrias a essa torcida maravilhosa, nesse clube que me projetou. Espero mesmo voltar e dar muitas alegrias ao povo de Bauru.